segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

A ARCA

OUTRA VEZ SOBRE O RESPONSÁVEL TÉCNICO – RT


Marcelo, leitor deste blog, nos fez uma interessante pergunta no curto espaço destinado a Perguntas & Respostas aí do blog, sobre qual seria o RT ideal para as empresas controladoras de pragas. Não querendo correr o risco de ser mal interpretado, já que o tema é controverso e como o espaço de 200 toques é muito pequeno para me fazer claro, abri este post para dar minha opinião, perguntado que fui.
O próprio tema em si já é polêmico, haja vista a frequência com que tenho tocado no assunto e a quantidade de manifestações que recebo a respeito. A redação dada à RDC 52, Resolução baixada pela Anvisa que atualmente regulamenta a atividade das empresas controladoras de pragas, no que diz respeito à (in)definição das categorias profissionais que poderiam ser RTs pelas empresas, não ajudou em nada a esclarecer o assunto. Segundo consta (sic), a Anvisa teria entendido que, por direito, somente os Conselhos Regionais das profissões é que podem definir se seus representados teriam os conhecimentos necessários para exercer a atividade laboral de um RT nas empresas controladoras. Ainda que eventualmente certa, penso que a Anvisa poderia ter ao menos definido alguns parâmetros para evitar que certos Conselhos regionais, qualquer Conselho regional, em ação corporativista, declarasse que sua categoria estaria capacitada, apenas para criar mais mercado de trabalho para seus representados. A meu ver, ensinamentos como Entomologia, Parasitologia, Bioquímica, Toxicologia e correlatos deveriam fazer parte do currículo de formação universitária da categoria. Só isso já seria suficiente para dar certos limites à questão, sem interferir na esfera discricionária dos Conselhos interessados. Com todo o respeito que certas categorias profissionais merecem, advogados, por exemplo, já não poderiam querer ser RT de empresas controladoras de pragas. Por extensão, administradores de empresa, contabilistas, tecnólogos, engenheiros civis, marqueteiros, jornalistas, publicitários e outros tantos mais, nem pensariam em ser. Essas profissões definitivamente não poderiam ser RTs nas controladoras, pois em seus currículos de formação, não recebem os conhecimentos mínimos de ciências biológicas para que possam exercer a função e as responsabilidades (muito sérias) de um RT.
Mas, voltando à pergunta do Marcelo, sobre qual seria o RT ideal, eu diria que a própria formação escolar já o define, sem que seja necessário explicitar esta ou aquela categoria profissional a ser privilegiada. A meu ver, todas as profissões da área das ciências biológicas já se categorisariam, em princípio, para ser um RT e as ideais seriam aquelas que dão ao profissional sólidos conhecimentos da biologia dos seres vivos, conhecimentos sobre o meio ambiente, conhecimentos sobre preservacionismo, sobre os seres que compõem a biocenose e seus papéis no contexto ambiental. E mais: conhecimentos sobre a bioquímica desses seres, sobre saúde pública e também sobre química em geral. A categoria profissional que somasse tais conhecimentos (e eventualmente outros que deixei de mencionar) seria a categoria ideal, como desejaria o Marcelo. Na prática, no entanto, sabemos que nenhuma das categorias profissionais habilitadas para ser um RT soma todos esses conhecimentos com a profundidade necessária. Algumas profissões enfatizam certos aspectos, outras apenas informam superficialmente, outras, às vezes, até deixam de ensinar alguns pontos apesar de importantes.
Portanto, amigo Marcelo, é minha opinião que não existe uma única categoria profissional que poderia ser apontada como ideal para ser um RT de uma empresa controladora de pragas. Talvez, um dia, esse profissional ideal venha ser formado ao nível de pós graduação, de maneira formal e oficial. Talvez, um dia, as autoridades responsáveis pelas normas que regem essa atividade laboral sejam mais explícitas e balisem claramente a questão em futuras Portarias e Normas.
Talvez, só talvez.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

FEIJÃO CRU: UM RATICIDA?



Provavelmente devido minha especialidade profissional, controle de pragas e vetores, tenho sido perguntado com freqüência crescente (e preocupante) sobre o “inofensivo“ uso de feijão cru como raticida. Fatos e boatos circulam com velocidade espantosa através da Internet e esse possível “novo” uso para o humilde feijão nosso de cada dia, me tem sido inquirido com freqüência. A pedido, publiquei no Pragas On Line há algum tempo atrás um texto sobre essa questão e como, de forma recorrente, sou perguntado, aproveito o blog para veicular novamente aquele texto autoexplicativo, OK?

Feijão cru tem efeito raticida? Poderia ser usado inofensivamente para eliminar roedores sem qualquer risco para humanos ou outros animais? É verdade ou mentira? Respondo:
De onde surgiu essa história?
R: Em 1994, portanto há 17 anos atrás, um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Pelotas/RS, FAEM / Depto. de Ciência e Tecnologia Agroindustrial, liderado pelo Prof.Pedro Antunes, publicou um trabalho científico onde analisaram quatro cultivares de feijão similares entre si comumente encontrados no comércio brasileiro (Rico 23, Pirata 1, Rosinha G2 e Carioca). Os pesquisadores estudavam o valor nutricional desses cultivares e também os fatores antinutricionais como a antitripsina e a lectina (duas substâncias tóxicas existentes em todos os feijões). Nesse ensaio, ratos brancos de laboratório (albinos da espécie Rattus norvegicus) foram submetidos a uma dieta exclusiva desses cultivares de feijão cru e os pesquisadores apresentaram suas conclusões. No entanto, todos os ratos do estudo morreram, aliás, como seria de se esperar dada à presença daquelas substâncias tóxicas no feijão cru e que são neutralizadas durante o processo de cozimento, ao qual normalmente o feijão é submetido antes do consumo. Há alguns anos atrás, alguém leu esse trabalho e ao perceber que os ratos haviam morrido, imediatamente imaginou que o feijão poderia ser usado como um “raticida”. Pior que isso, esse alguém, sem nenhum conhecimento de causa, prontamente tachou esse “método” de seguro, ecológico e sem risco, pois raciocinou que se nós humanos e outros animais comemos feijão e nada nos acontece de mal enquanto os ratos comem e morrem, estaria aí uma solução simples e barata para o eterno problema das infestações de roedores. Eureka! O Prof.Pedro Antunes inquirido sobre essa versão apócrifa que circula na forma de post na Internet, mostrou-se horrorizado com o desvio dado à sua pesquisa, segundo nos conta o Médico Veterinário Ricardo Mathias que o entrevistou, pois a intenção dos pesquisadores era o de demonstrar o efeito nocivo do feijão cru que desaparecia quando o feijão era cozido.
Como os ratos morrem comendo feijão cru?
R: Os fatores antinutricionais existentes no feijão (também estão presentes em outras leguminosas como a soja), a antitripsina e a lectina, atuam de forma danosa em diferentes pontos do organismo, seja de um rato, seja de um cão, seja mesmo de um ser humano podendo levar à morte na dependência da quantidade ingerida. A antitripsina atua inibindo a formação de diversos enzimas que participam do processo de digestão nos mamíferos, incluindo a tripsina, as quais hidrolisam as proteínas que ingerimos transformando-as em aminoácidos, para que possam ser absorvidas pelo nosso organismo. Sua ação se dá ao nível do duodeno, a primeira porção de nosso intestino logo depois do estômago. A falta de tripsina provoca sérios problemas pancreáticos e mesmo pulmonares. Já a lectina, simplificando, é uma proteína que, quando presente em mamíferos monogástricos (portanto excluem-se os bovinos, os caprinos, os ovinos, etc), provoca aglutinação das hemácias (formando pequenos coágulos) e assim provocando entupimentos de vasos de menor calibre. Ora, os tais ratos do experimento foram submetidos a uma dieta exclusiva e à vontade, constituída por feijão cru, onde estão presentes em altas concentrações essas proteínas danosas (antitripsina e lectina) de curso mortal para mamíferos monogástricos (que têm um só estômago). Ou comiam ou morriam de fome. Decidiram comer. Só tinham que morrer mesmo!
E por que não sentimos nenhum problema quando comemos feijão?
R: Porque no processo de cozimento do feijão, essas proteínas danosas são destruídas podendo restar bem pouco, não em quantidades suficientes para nos causar problemas. Contudo, se ingeríssemos feijão cru, especialmente na forma de farinha, certamente sofreríamos o mesmo que se passou com os ratos do experimento.
De qualquer forma, posso usar feijão cru para matar ratos?
R: a rigor, poderia. Contudo haveria um primeiro grande problema a ser resolvido: convencer os ratos a comer feijão cru! Primeiro porque roedores não são muito afeitos a ingerir leguminosas (soja, grão de bico, feijão, etc) e segundo, porque eles detestam e têm muitas boas razões para isso! A Natureza os ensinou a evitar esse e outros grandes perigos. Por isso sobrevivem há tanto tempo. Outra questão importantíssima: o risco envolvido. É perigoso sim! Crianças poderiam por qualquer razão encontrar e ingerir esse feijão cru ou sua farinha! Cães e gatos igualmente não se deixam convencer a fazer do feijão cru um alimento, mas crianças...
Mas eu li na Internet...
R: Eu sei, eu também li! Contudo, lembre-se que a Internet não é a garantia da verdade, bem ao contrário. A quantidade de boatos, inverdades e erros de interpretação que circula pela Internet é assustadora. Essa de usar feijão cru para matar ratos é outra dessas enormes besteiras que por aí circula e que pessoas, e mesmo técnicos mais desavisados, saem repetindo e repetindo, como se verdade fosse. Sinal dos tempos!

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

MOMENTO CULTURAL I: OS ROEDORES E A PESTE BUBÔNICA (parte III)


Continuando a contar esse breve momento que durou quase três séculos na história da humanidade. A peste (foram várias as epidemias e pandemias na Idade Média devastando o mundo conhecido de então) corria solta de cidade em cidade cobrando altíssimas taxas de mortalidade. A ignorância, o desconhecimento e o medo geravam comportamentos anteriormente inimagináveis. Nas ruas, os coveiros faziam o que podiam e, devido à teoria da inalação de “eflúvios malignos”, as pessoas procuravam se livrar o mais rápido possível dos cadáveres dos pestosos. Eram tirados rapidamente das casas e jogados em qualquer esquina; dos sobrados e casarões, eram até descidos por cordas e roldanas ficando suspensos no ar até que os coveiros dali os removiam com varas compridas dotadas de ganchos, indo parar em carroças já apinhadas de outros cadáveres. A carroça lúgubre seguia seu destino precedida por um coveiro que tocava um sininho; muitas vezes, ao ouvir o tal sininho se aproximando, as pessoas se desfaziam até de vítimas semimortas, já que iriam morrer mesmo!
Pois bem, essa situação desesperançada gerava outra, profundamente odiosa: a caça aos “culpados”. Em 1348 na Europa, os desgraçados leprosos foram incriminados pela propagação da peste porque teriam se unido carnalmente a pessoas sadias, imaginem! Foram caçados e queimados em praça pública em massa. Logo depois, como não poderia deixar de ser, foi a vez... dos judeus, como sempre! Na Peste Negra de 1348, já em uma atmosfera carregada de antissemitismo, os judeus foram acusados de espalhar a peste ao envenenar poços e mananciais. Em Estrasburgo, Colônia, Barcelona, Stuttgart e em muitas outras cidades, foram organizados “pogrom” (caça e morte de etnias) contra os judeus que eram levados às fogueiras por multidões iradas e descontroladas. Também teve as vez dos “estrangeiros” e novos pogrom aconteceram dirigidos contra as comunidades de estrangeiros residentes nas cidades. Daí, a moda pegou e qualquer diferença (inclusive de religião ou linhagem) já era suficiente para desencadear a ira do povo contra as minorias. Foram massacrados os escravos muçulmanos, os tártaros e outros grupos. A morte desses infelizes era sempre precedida por torturas inenarráveis (tenazes incandescentes, membros amputados, olhos perfurados, ossos longos quebrados, suplício por horas na roda, degola e depois queimados). Era 1630, nas calendas de agosto! Daniel Defoe descreve tais cenas com muito realismo em seu Diário da Peste. Marcel Camus foi brilhante nas narrativas de seu romance A Peste.
Seguiam os cadáveres se amontoando nas ruas e os sobreviventes, ante a certeza de uma morte dolorosa e sofrida, entregavam-se a comilanças, orgias, badernas e libertinagem. Era preciso aproveitar enquanto ainda se estava vivo. Não havia esperanças, não havia o amanhã, não havia salvação.
Mas, finalmente, a peste arrefeceu. Depois de um violento e derradeiro pico, aplaca totalmente. O que eles não sabiam é que a peste igualmente grassava dentro das populações dos ratos pretos (Rattus rattus), a espécie urbana da época, cobrando um alto preço em vidas desse roedores. Morriam igualmente aos milhares e com eles, depois de certo tempo, suas pulgas transmissoras. Dessa forma, a absurdamente grande população de ratos das cidades foi rareando e praticamente desapareceu. O ciclo da peste havia sido radicalmente cortado de forma natural. Após as terríveis epidemias dos séculos 17 e 18, a peste bubônica praticamente despareceu da Europa (mas não no Oriente). Outros acontecimentos certamente ajudaram no processo como a evolução arquitetônica das cidades quando os telhados de palha foram substituídos por telhas, dificultando sobremaneira a coexistência dos Rattus rattus nas residências. Em certas cidades, grandes incêndios devastadores geraram sua reconstrução que já era feita segundo moldes mais salubres com galerias de esgotos, por exemplo, como ocorreu em 1666 em Londres, quando a peste então desapareceu. Uma hipótese bastante defendida pelos estudiosos do assunto, relata que nesse momento surgiu na Europa os Rattus norvegicus, maiores, mais agressivos, dominantes e, na época, imunes às pulgas dos Rattus rattus. Como se sabe, as ratazanas não gostam nem um pouco de viver dentro das residências como os ratos pretos; portanto a convivência homem/rato ampliou os espaços físicos e as pulgas já não tinham a mesma facilidade anterior para sugar a espécie humana.
Contudo, nos Balcãs (Turquia) e em vários outros países, na Índia, Russia e na China, a peste começou a penetrar de forma avassaladora, mas os tempos já eram outros e a fatídica experiência europeia ajudou a evitar a grandeza do desastre. Em 1894, explodiu uma epidemia em Cantão e Hong Kong (China) e as instituições sanitárias da Europa para lá enviaram diversas equipes de médicos e cientistas para estudar a doença. Ao mesmo tempo, embora através de pesquisas independentes, dois bacteriologistas conseguiram finalmente isolar o famigerado bacilo pestoso: o suíço Alexandre Yersin e o japonês Shibasaburo Kitasato. Até hoje, discute-se qual deles teria sido o primeiro a ver ao microscópio a Yersinia pestis, ainda que no lado ocidental, o bacilo da peste seja chamado Bacilo de Yersin. Depois do advento dos antibióticos na década de 40 do século passado, a peste passou a ter cura radical. Qualquer tetraciclina da vida é capaz de aliminar o bacilo pestoso. Até quando? Será que esses bacilos não estão preparando uma linhagem de resistentes, como aconteceu com os estafilococos e gonococos que dão risada da velha penicilina? Sem falar nas cepas preparadas para servirem de armas biológicas militares, o que não é propriamente uma novidade. Por exemplo: em 1646 a República de Veneza tentou disseminar a peste entre as tropas turcas que ocupavam a Dalmácia, então uma colônia veneziana. Muito mais tarde, em 1940, quando o Japão ocupava militarmente uma parte da China, cientistas japoneses pertencentes à famigerada Unidade 731, comandada pelo General Shiro Ishii, lançaram de avião milhares de pulgas de ratos contaminadas sobre toda a província de Check Yang, disseminando um epidemia de peste bubônica entre a população civil chinesa. Hoje, os militares se desinteressaram da Y.pestis como arma biológica (porque o tratamento é fácil) e suas atenções estão voltadas para o antraz (carbúnculo), o bacilo da cólera (para contaminar mananciais de água), os vírus da Dengue (lançados de avião em penas de aves), o vírus variólico (que infectaria o mundo, já que a doença foi considerada extinta da face da Terra e a vacina, antes obrigatória, foi descontinuada) e o vírus Ebola.
É... que seres tão destruidores são esses que habitam o planetinha Terra, o terceiro a contar do Sol, uma estrela pequenininha de apenas 5ª. grandeza, em um ponto perdido da galáxia chamada Via Láctea, de pouca importância no Universo!

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

MOMENTO CULTURAL I: OS ROEDORES E A PESTE BUBÔNICA (parte II)



Então, no post anterior onde eu tratava desse assunto, vimos um quadro dramático nas cidades onde a peste chegava e a epidemia se instalava e eu ia comentar sobre os “remédios” que eram usados naquela longinqua época para combater o mal. Por exemplo: usar um colar de saquinhos que deveriam conter pó de sapo e de salamandra misturados com arsênico (quer dizer, se o gajo percebesse que mesmo assim havia contraído a peste, sempre poderia tomar o conteúdo do saquinho, para abreviar o sofrimento!). Outra: sair de casa levando vasinhos ou esferas de madeira ocas contendo esponjas embebidas em vinagre; os pobres levavam uma maçã ou um limão (essa eu não consegui entender). Tinha também um tratamento que era dureza: beber a própria urina fermentada durante três ou quatro dias... eca! Para proteger-se a pessoa poderia inspirar forte e seguidamente o ar das latrinas. Tem uma outra muito boa: esfregar sobre as feridas (os bubões que arrebentavam) a cloaca de um galo jovem após arrancar-lhe as penas do rabo (má sorte dos galos, má sorte!). Como a peste deixava enfartado os bubões que surgiam na região da virilha, era recomendado esfregar bem a parte inferior dos testículos para aliviar a dor (até aí tudo bem) e depois perfurar a pele escrotal com uma agulha (ops!) e ainda introduzir no furo, um pequeno pedaço de barbante feito com a crina de um cavalo... branco! Cáspite!! Não poderia ser um cavalo qualquer?
Vai daí que, como a medicina com todos esses “remédios” falhava redondamente, aos pobre mortais somente restava buscar lenitivo na religião. Sim, a Igreja não poderia deixar passar essa ótima oportunidade de coaptar mais fiéis e bradava em todos os púlpitos que a doença era uma punição do Senhor, irado com os excessivos pecados dos homens e com a devassidão dos costumes. Dessa forma, nos dias de procissão e missas para São Roque e São Sebastião, os santos “protetores contra a peste”, uma multidão oceânica acorria entre preces e lamúrias arrependidas.
Alguma coisa importante, no entanto, era feita pelas autoridades de algumas cidades mais desenvolvidas: isolamento dos doentes e lacração de suas casas (embora em muitos lugares a família e serviçais eram lacrados juntos), o recolhimento dos cadáveres que iam para uma vala comum, começou-se a recolher o lixo e partiu-se para a eliminação de animais suspeitos de estarem disseminando a peste. Lamentavelmente, os principais culpados acabaram sendo os gatos novamente e não os ratos, porque os pobres felinos eram tidos como próximos ao demônio, uma herança cultural também influenciada pela Igreja em épocas anteriores (já comentei sobre isso, creio, em algum post lá atrás). Durante a peste de 1665, em Londres foram eliminados cerca de 200 mil gatos; resultado, a população de ratos cresceu de forma avassaladora e com ela, a peste. As cidades precisavam se defender de alguma forma especialmente do contágio vindo de fora; Veneza, em 1403, instituiu um símbolo que perdura, de certa forma, até os dias de hoje; todos os navios onde houvesse morte de marinheiros na travessia sob suspeita de peste, eram obrigados a ostentar uma bandeira amarela; o navio não poderia atracar no porto, os marinheiros eram transferidos para albergues onde cumpriam um período de quarentena e as mercadorias eram transferidas para armazens onde recebiam vapores e fumarolas durante alguns dias. Todavia, como as autoridades sempre relutavam em admitir a condição pestosa da cidade, essas medidas sempre chegavam atrasadas, quando a peste já havia invadido os muros. Resultava que os mortos se multiplicavam rapidamente.
Bem, se não havia remédio e nem prevenção, a solução era fugir da cidade, mas para onde? Os ricos ainda podiam se refugiar em suas mansões no campo, mas, e os cidadãos comuns e os pobres já em pânico? Fugiam para os bosques e campos mais afastados. Acontece que lá, os camponeses, fazendeiros e lavradores os enxotavam com medo de serem contaminados. Dessa forma, nas estradas, grupos de todos os tamanhos e verdadeiras multidões ficavam vagando sem destino, para lá e para cá, sem ter o que comer, até que o desespero e a fome os reconduzia à cidade de onde sairam e onde os esperavam, de braços abertos, a epidemia mortal e os ratos, milhares e milhares deles. Houve um momento tão dramático que os soldados saiam pelos portões, postavam-se em torno dos muros da cidade e impediam a saída de qualquer pessoa. Cidadãos comuns, artesãos, soldados, funcionários públicos, artífices, comerciantes, serviçais, professores, estudantes, donas de casa morriam às centenas todos os dias e os sobreviventes se viam diante do caos administrativo progressivo. Todas as estruturas sociais ruiam inexoravelmente. A criminalidade subia infinitamente, as prisões se esvaziaram e a polícia deixou de existir. Mendigos eram expulsos, casas ficavam completamente abandonadas. As igrejas fecharam suas portas e a classe eclesiástica encerrou-se em mosteiros onde nada e ninguém podia entrar. A família desmantelou-se e as próprias relações entre familiares, amigos e conhecidos e grupos sociais, deixavam de existir. As ruas ficavam desertas e ninguém se arriscava sair de casa a menos que fosse absolutamente necessário. Em Milão, por volta de 1630, o cidadão somente saia à rua armado de pistola e passava fogo em qualquer desconhecido que tentasse se aproximar. Tudo era trancado, tudo era proibido. Exceto aos ratos e suas pulgas mortais!
Na introdução do “Decameron” (por volta de 1351), seu autor, Giovanni Bocaccio, captura a incerteza e o medo que acompanharam a epidemia de peste que varreu a Europa entre 1347 e 1351. Dizia ele que os médicos não tinham a menor ideia do que fazer com os tumores (bubões) que devastavam o corpo das pessoas que se infectavam. Conta ele que as pessoas se voltavam umas contra as outras; pais abandonavam seus filhos, maridos às suas esposas. As ruas estavam repletas de cadáveres e os vivos não tinham tempo para se lamentar e só tinham um desejo: sobreviver a qualquer custo. Escritores medievais nos contam que os picos febris da doença deixavam as vítimas em delírio e com freqüência se via homens e mulheres vagando pelas ruas aos gritos e sem rumo. O pestoso vomitava incessantemente ou tossia sangue. Pus e sangue fluía das feridas abertas e a morte ocorria em alguns dias. Os cemitérios não tinham mais espaço para receber os mortos que eram deixados dias e dias nas ruas, onde serviam de alimentos a cães. Bebês e crianças novas choravam sem alento ao lado do cadáver de suas mães e ninguém os acudia com medo de também contrair a doença. Nessa dramática epidemia, só nessa, cerca de 25 milhões de pessoas pereceram, aproximadamente um terço da população europeia na época.
Deixo os leitores interessados no assunto com essa imagem lúgubre, cercada de cadáveres de homens, mulheres e crianças, quando os coveiros já não conseguiam dar conta do recado, mesmo porque até eles próprios começaram a morrer.
Em post próximo, sigo contando essa dramática história da peste na antiguidade, os ratos urbanos e suas fatídicas pulgas. É só aguardar um pouco.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

MOMENTO CULTURAL I: OS ROEDORES E A PESTE BUBÔNICA (parte I)


Atendendo a solertes pedidos, para contrabalançar os Momentos Cultura Inútil, vamos iniciar uma série de Momentos Culturais onde conversaremos sobre alguns fatos interessantes que direta ou indiretamente povoam o mundo das pragas e seus controladores. A leitura desses tópicos deve ser feito como passatempo, OK? O assunto escolhido hoje, é um de meus preferidos: os roedores e a peste bubônica.
A peste bubônica é uma doença de curso letal quando não tratada. É causada por uma bactéria pasteurela Yersinia pestis e transmitida pela pulga contaminada dos ratos. A peste na sua forma pneumônica, é transmitida de pessoa para pessoa através de gotículas de saliva (gotículas de Pfflügen) expelidas durante a tosse ou espirro do enfermo. A peste varreu o mundo antigo por diversas vezes em pandemias que chegaram a alterar o rumo da história, até o advento dos antibiótico na década de 40 do século passado. No Brasil, a peste ainda grassa de forma endêmica em algumas regiões do Norte e Nordeste. Embora seja originalmente uma doença de roedores, a infecção se transfere para o homem sob certas circunstâncias, quando a pulga infectada (Xenopsylla cheopis) não encontrando mais roedores para se alimentar (geralmente porque a colônia já morreu), pica o homem. Portanto, para que ocorra essa passagem para o homem, é preciso que haja promiscuidade entre roedores, pulgas e homens. Na Antiguidade, as cidades (assim como em muitas favelas dos dias de hoje que cercam as metrópoles, especialmente as do terceiro mundo) apresentavam uma situação perigosíssima. O lixo doméstico era simplesmente jogado nas ruas na maioria delas, sem que nada e ninguém os recolhesse. Dessa forma, servia de alimento para porcos que, certamente, disputavam com cães e roedores cada naco, cada pedaço de qualquer coisa que pudesse ser ingerida. Nessas cidades já invadidas por uma ou mais espécies de roedores sinantrópicos, praticamente todas as casas se encontravam infestadas em maior ou menor grau. A higiene pessoal era semelhante a aquela encontrada nas ruas. Não havia água corrente e a água limpa era escassa; portanto, banhos e lavagem de roupas era uma ocorrência excepcional, se tanto, uma vez ao ano! Por que você acha que os franceses inventaram os perfumes? As pessoas, mesmo em casa, dormiam em recintos coletivos sobre catres de palha. Festa para piolhos e pulgas o ano inteiro.
A peste chegava às cidades geralmente de navio, cargueiro ou militar, ou então vinha nas carroças das caravanas comerciais ou ainda com os soldados contaminados de volta à casa (naquela época, depois dos ratos, o que mais tinha eram guerras!). Diante dos primeiros casos locais de peste, a doença tinha sua presença negada. Alessandro Manzoni, escritor italiano (1785 – 1873) em seu romance histórico Os Noivos, contava que era proibido falar em peste e quem quebrasse essa regra de silêncio era exposto ao escárnio público e execrado. Compreensível até essa negação por parte das autoridades, temerosas do pânico da população (até manifestações de luto por uma morte devido à peste eram proibidas) e principalmente com medo que as relações comerciais com outras cidade fossem cortadas. Com efeito, para uma cidade, uma quarentena significava ruína dos negócios, dificuldades de abastecimento de víveres, desemprego, caos econômico e possivelmente baderna geral. Acreditava-se que a epidemia cobrava um tanto de vidas e depois refluiria. Portanto, era melhor calar. E esperar. Até os médicos que ousassem diagnosticar a peste em um paciente ou cadáver, deveriam rever seus diagnósticos sob ameaça das autoridades e corriam o risco de serem linchados pela multidão enfurecida. No entanto, com o progredir da epidemia, chegava um momento que não era mais possível esconder a verdade. Nas ruas, em todas as ruas, pilhas de cadáveres aguardavam recolhimento que quase não vinha. Era um verdadeiro campo de batalha. A quantidade de cães vadios vagando pelas ruas por terem perdido seus donos que os alimentavam e que passavam a se alimentar dos cadáveres, crescia assustadoramente. O que fazer, se nem as causas da doença eram conhecidas. Quem poderia imaginar que por trás desse enorme problema estavam os ratos! Esses animais, da mesma forma que as pulgas, sempre estiveram presentes nas cidades, nas moradias de qualquer cidadão ou autoridade. Não havia como ligar o rato à peste. Havia teorias astrológicas e outras superstições que explicavam a propagação da peste, mas a hipótese predominante era que a doença era transmitida por miasmas, um ar maligno envenenado que ninguém sabia definir exatamente o que era, mas que bastava ser respirado para que o indivíduo contraisse a peste. Por isso, a profilaxia era praticada através de fogueiras nas encruzilhadas de ruas visando purificar o ar. Também era popular o uso de lenços cobrindo o nariz. Um célebre médico francês da época, Dr. Parè, professor da Sorbonne, ensinava a seus alunos que “em épocas de peste, é preciso manter-se alegre, em restrita e boa companhia e, à vezes, ouvir cantores e instrumentos musicais ou entreter-se com agradável leitura”.A análise dos remédios recomendados pelos médicos para combater a doença merece um comentário à parte, mas isso vai ficar para um próximo post, porque este aqui já ficou longo demais. Os leitores que se interessarem por essa narrativa, aguardem alguns dias, OK?

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

MOMENTO CULTURA INÚTIL V: PARASITISMO X SIMBIOSE



Sim, são conceitos opostos, mesmo em biologia. Simbiose é uma maneira erudita de dizer o simples “toma lá, dá cá”. A Natureza criou um processo de benefícios mútuos entre espécies, onde todos os participantes levam vantagens enquanto cedem favores a terceiros e são chamados de “simbiontes”; trata-se, portanto, de uma relação mutuamente vantajosa entre dois ou mais seres de espécies diferentes. Isso é simbiose, palavra que veio do grego “syn”, junto, mais “bios”, vida. Quando apenas uma das espécies envolvidas tira proveito dos restos do outro a quem não causa mal, trata-se de “comensalismo”. Enquanto isso, o parasitismo tem conotação oposta, ou seja, é uma associação de seres de diferentes espécies na qual um participante espolia o outro, retira dele os meios para subsistir, sem dar nada em troca. No parasitismo, um participante é o hospedeiro e o outro, o parasita.
Não é só na Natureza que esse fenômeno ocorre, infelizmente. Conheci ao longo da vida, uma porção de pessoas literalmente parasitas, mas também conheci pares de simbiontes que foram muito bem sucedidos. É a vida!

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

SOBRE O (IMPORTANTE) PAPEL DO RESPONSÁVEL TÉCNICO (Parte III)


Então, estávamos comentando o papel do Responsável Técnico (RT) das empresas controladoras de pragas e já vimos que a ele cabe, por lei, a assinatura dos documentos técnicos da empresa e assumir a responsabilidade por todos os serviços que a empresa executa. Vimos também que a única alternativa que o RT tem para cumprir esta derradeira responsabilidade citada, é o treinamento das equipes operacionais de forma a minimizar a possibilidade de erro acidental. Por conseqüência, o RT terá que estudar e manter-se atualizado continuadamente e vimos também que isso não é nada fácil de ser feito, restando a leitura de revistas técnicas e participação em cursos mais avançados levados a efeito por esta ou aquela Associação de controladores de pragas.
Sim, e antes que eu esqueça, como o mercado ainda remunera mal o RT, este se vê forçado a assumir a responsabilidade por mais de uma empresa para sobreviver. Quantas ele pode assumir? Diz o bom senso que até três é admissível e o RT ainda conseguiria dar conta do recado. Conheço um coleguinha que responde em São Paulo, por nada menos que seis empresas! A vida desse cara deve ser uma correria, se é que ele assume realmente suas obrigações legais. Ou será que ele é apenas mais um “RT-canetinha” na praça?
Vamos dar outra olhada na lei? O que mais determina a RDC 52 para o RT? Ela diz que o RT é o responsável legal pela aquisição dos produtos saneantes desinfestantes (os biocidas) e equipamentos. Evidentemente que a lei não se refere ao ato da compra em si, para isso existe um setor de compras na empresa ou alguém que é o encarregado de efetuar as compras. A lei se refere à decisão de compra, à escolha deste ou daquele produto. Óra, na maioria das empresas, especialmente as de pequeno porte, quem decide é o dono e geralmente ele vai pelo menor preço, não dando nem bola para o que o RT está pedindo! Danado, isso! Quer dizer, em uma empresa onde é essa a prática, já se vê que o RT ali existe porque a lei determina que a empresa mantenha um RT sob contrato e nada mais! O que fazer? Bem, cada um sabe de seus problemas, mas ser um RT de uma empresa nesses termos é um risco desmesurado. Um passo em falso e é encrenca na certa. Essa relação RT/patrão vai ter que ser conduzida com muita habilidade e o RT tem que criar seu espaço, assumir sua identidade no contexto, ser respeitado e ouvido. Se a responsabilidade legal é do RT pela decisão da escolha dos produtos desinfestantes, é ele que na prática deve dizer qual desinfestante vai ser utilizado e qual não vai. Em outra peritagem de juiz em que fui chamado, a empresa havia feito uso de um pesticida agrícola no estabelecimento que a contratou ocasionando um severo acidente com duas pessoas. De nada adiantou o RT jurar de pé junto que jamais havia ordenado a compra daquele produto e que não sabia que vinha sendo utilizado. Empresa e RT condenados. O que vocês esperavam?
Para contrabalançar, conheço pessoalmente um punhado de ótimos RTs, profissionais preparados, informados e realmente responsáveis. Dá gosto observar a forma com que trabalham. E sabem uma coisa interessante? São exatamente eles que mais perguntam nos cursos e palestras. Será coincidência?
Não está na lei, mas a meu ver o RT é ainda responsável por uma porção de outras coisas em uma empresa controladora de pragas. A começar pela própria terminologia empregada pelos funcionários em geral, operadores ou administrativos. Por exemplo: nada mais de “dedetizadora” ou “dedetização”! Pelo amor de Deus, isso já foi, já era e cabe a nós, profissionais do ramo, mudarmos esses termos. Dedetização é uma palavra antiguinha originada na década de 40 assim que surgiu o DDT, um inseticida clorado que passou a ser utilizado na lavoura e também pelos controladores de pragas urbanos da época. O DDT acabou se mostrando demasiadamente tóxico e persistente no ambiente, razão pela qual seu grupo foi banido, mas o termo ficou. Portanto, empresa controladora de pragas e não “dedetizadora”; desinsetização ou desratização e não “dedetização”. Isso deve ser a primeira frase do RT em seus treinamentos na empresa. Conceitos como meio ambiente (ou seria somente meio?), toxicidade, riscos ambientais, proteção, pragas alvos, devem constar do vocabulário diário do RT para tornar esses termos mais comuns no linguajar dos funcionários da empresa, principalmente dos operadores e os que têm contato direto com os clientes. Organizar o depósito de biocidas dentro das boas normas operacionais e manter severo controle de estoque, também é obrigação do RT. Verificar e garantir as regras de segurança individual dos operadores faz parte da rotina do RT assumido.
Pensando bem, não é nada fácil ser um Responsável Técnico por empresa controladora de pragas! Mas, se você escolheu ser um deles, assuma e dê conta do recado. Boa sorte.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

EXTRA, EXTRA! LANÇADOS MAIS DOIS PRODUTOS DESINFESTANTES NO MERCADO BRASILEIRO!


Quase ao mesmo tempo, a Bayer e a Basf lançam mais dois produtos desinfestantes quase para as mesmas pragas alvos. Ambos seguem a mesma linha: a combinação já na fase industrial de dois diferentes ingredientes ativos (um piretróide mais um IDI – Inibidor do Desenvolvimento de Insetos), ou seja, o profissional controlador de pragas não precisa praticar uma eventual mistura no tanque. Confesso que ainda não tive contato prático com esses dois novos produtos, mas estou certo de poder fazê-lo proximamente; portanto, citá-los neste post não significa em absoluto uma indicação ou minha aprovação, mesmo porque, como já disse em post anterior, só indico aquilo que usei e aprovei na prática. Comento esses lançamentos no blog, para que a informação se dissemine mais rapidamente, caso o leitor ainda não tenha sabido.
A Bayer está lançando o TEMPRID SC, uma suspenção concentrada de betaciflutrina a 21%(conhecido piretróide) combinado com o imidacloprid a 10,5% (IDI - neonicotinóide), aproveitando o efeito imediato daquele sobre as formas jovens e adulta com o efeito inibidor a longo prazo do IDI sobre as formas jovens. Tem indicação contra: baratas, carrapatos, pulgas, moscas, aranhas, mosquitos, formigas, traças e percevejos de cama.
A BASF lança o TENOPA, suspensão concentrada combinando a alfacipermetrina (piretróide bem conhecido) com o flufenoxuron (novo IDI), da mesma forma que o produto acima citado, atuando contra as formas jovens e adulta dos insetos. Tem indicação de rótulo contra; baratas, mosquitos, moscas, pulgas, formigas, barbeiros, carrapatos, cascudinhos e escorpiões.
Sem querer polemizar novamente, mas já o fazendo, mais uma vez a Anvisa concede registro a um produto contra escorpiões, enquanto produz um manual que diz que não existe produto eficaz contra esse aracnídeo! Será que só eu noto essa obtusidade e sou um chato em apontar a incongruência? Vai ver que sou mesmo!

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

E ASSIM CHEGAMOS ÀS 12.000 VISITAS!


Pois é! Meio sem querer querendo, como diria Chaves, aquele do beco do Senhor Madruga, Prof. Girafales, Chiquinha e não aquele outro Chavez, o bufão. Foram 12.000 visitas de colegas, profissionais controladores de pragas, que acessaram este blog por opção, por interesse, por diversão ou por qualquer outra razão. Fico muito contente, pois afinal, era exatamente esse nosso propósito: oferecer um pouco da experiência adquirida em mais de 40 anos de trabalho nesse campo, diga-se de passagem, nada fácil! Outra vez agradeço a todos os leitores que têm feito o sucesso deste blog em seus 13 meses de existência. Prometo que só volto a comemorar quando atingirmos a 15.000 visitas, OK? Assim não fico enchendo vocês demasiadamente.
Um forte abraço e até lá!