segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

ESTAMOS DE LUTO, COM TODO O BRASIL

Não consigo segurar minha revolta! Tenho filhas que gostam de divertir-se em festas e baladas como essa onde mais de duzentos jovens foram assassinados e fico literalmente sem ar só de imaginar uma delas envolvida num espantoso e absurdo incêndio criminoso como esse de Santa Maria/RS. Por que criminoso? Porque uma bandinha mequetrefe quiz usar fogos de artifício que eles viam nos mega shows norteamericanos, e decidiram acender alguns sinalizadores tupiniquins EM UM RECINTO FECHADO! Porque não comunicaram a ninguém, não pediram autorização ao Corpo de Bombeiros e nunca pensaram nos riscos envolvidos. Porque a direção da casa não tomou conhecimento se isso seria ou não adequado e/ou permitido. Porque a casa não tinha Alvará de Funcionamento em dia, estando atrasado mais de 6 meses, SEM QUE FOSSEM FISCALIZADOS. Porque os extintores de incêndio estavam vencidos. Porque algumas portas de emergência estavam trancadas. Porque a casa, desrespeitando as disposições obrigatórias por lei, não tinha brigada de incêndio. Porque os advogados dos proprietários da maldita boate já adiantaram sua tese de defesa: FOI UMA FATALIDADE! Lembram-se do fatídico naufrágio (por superlotação)do tal Bateau Mouche na Baia da Guanabara há cerca de uma década atrás na noite de Reveillon, onde dezenas de mortes ocorreram? Alguém foi responsabilizado? Alguém foi punido? Que país é este? ESTE É O PAÍS DA IMPUNIDADE! O exemplo vem de cima, mas isso já é outra história.

sábado, 26 de janeiro de 2013

SOBRE AS ARANHAS – PARTE I

Preparando uma aula sobre aranhas e escorpiões, reli alguns trabalhos sobre os aracnídeos, especialmente um livro publicado em 1972, de autoria de Wolfgang Bücherl, hoje já falecido, emérito pesquisador do Instituto Butantan e que dedicou sua vida a estudar animais peçonhentos, tais como cobras (serpentes), aranhas, escorpiões, escolopendras (lacraias), abelhas, vespas e outros mais. Afinal, tem gosto para tudo! Nossa memória não retém tudo o que ouvimos ou lemos (ainda bem!) e foi um grande prazer reler parte dos estudos científicos, sua documentação e conclusões a que aquele estudioso chegou e nos ensinou. Por exemplo, ele cita fósseis de aranhas que datam de mais de quatrocentos milhões de anos, lá no período Siluriano de nosso planeta e que durante a formação do período Carbonífero, começou a diversificação em espécies. De lá para cá as aranhas tiveram muito tempo para evoluir, havendo hoje pesquisadores que calculam o número atual de espécies em cerca de 50.000. Muitas dessas espécies são tão férteis que chegam a produzir algo entre mil e dois mil ovos por ano, dos quais nascem praticamente todos os filhotes. Quer dizer, se todos vingassem, o que está longe de acontecer, teríamos em poucos anos uma camada de aranhas de algumas dezenas de metros de espessura, o suficiente para sepultar literalmente toda a Terra! O freio biológico que impede tal fato é a seleção natural onde só os mais aptos sobrevivem e, naturalmente, um pouco de sorte os seleciona. As aranhas vivem em toda parte, sobre a vegetação e abaixo dela, dentro de fendas e gretas, em túneis, buracos e ocos de árvores, no campo, nas florestas e, naturalmente, nas cidades ou qualquer conglomerado humano. A maioria das aranhas são completamente inofensivas, mas algumas espécies são bastante venenosas e picam. A imensa maioria delas passa a vida completamente despercebida, ainda que todas sejam carnívoras; preferem caçar suas presas de uma forma ou de outra. Caçam, matam e as ingerem sugando-lhes os fluidos vitais. As aranhas arbóreas e as domésticas alimentam-se de insetos em geral como moscas e outros voadores, baratas, percevejos, grilos ou qualquer um que caia em suas teias de captura ou armadilhas. As aranhas de maior porte, como as caranguejeiras, caçam filhotes de lagartixas ou de pássaros, minhocas, e até camundongos recém nascidos. Podem comer seu próprio peso em alimento de uma só vez, mas são capazes de ficar até um ano sem se alimentar ou mesmo um pouco mais. Para caçar sua presa, há dois métodos bem diferentes: o primeiro consiste em detectar a presença da caça, aproximar-se (ou atraí-la) dar o um bote e cravar suas pinças veneníferas injetando a peçonha e assim matá-la. As aranhas que usam tal método confiam em sua visão, o bote é muito rápido, não constroem teias, são errantes e costumam andar sozinhas. Nesse grupo estão as caranguejeiras, as tarântulas, as fonêutrias (perdoem-me o aportuguesamento do termo), todas potencialmente perigosas para o ser humano, e o imenso grupo das salticidas, ou papamoscas que costumam caçar pelas janelas de nossas casas e nos são completamente inofensivas. O segundo método de caça é o da construção de uma teia sedosa e colante para capturar insetos alados mais desavisados que passem por ali. As teias têm uma série infindável de formas, algumas são verdadeiras obras de engenharia e precisão. A fábrica de fios está instalada dentro de seu abdome, geralmente com um par de glândulas excretoras situado na porção anterior do abdome. Na verdade, um fio dessa seda é constituído de centenas de fios individuais, é cerca de 80 vezes mais resistente do que um fio de aço da mesma espessura e é capaz de ceder cerca de 20% de seu comprimento antes de romper-se. Lembrem-se que ela viveram milhões de anos aperfeiçoando-se! Tudo isso para capturar insetos. Se considerarmos que existem trilhões de aranhas sobre a Terra e que todas são carnívoras, veremos que diariamente elas destroem bilhões e bilhões de insetos nocivos às nossas plantações e colheitas. Alguns aracnólogos (estudiosos das aranhas) dizem que “sem a colaboração delas, o homem morreria de forme!” Então, por que a maioria das pessoas tem profunda aversão e medo (como eu, confesso) das aranhas? A resposta a essa palpitante pergunta será respondida em nosso próximo post. Não perca!

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

COMEÇAMOS BEM 2013: 82.000 VISITAS!

Saúde boa, novos contratos no plano profissional, em família tudo vai muito bem, amigos conservados, pseudoamigos descartados, novas e boas perspectivas em todos os sentidos e... nada menos que 82.000 visitas em nosso blog! É isso mesmo! Voltamos a todo vapor e caminhando. Agradecer, outra vez? Claro que sim! Este blog só dispara porque são os leitores que o frequentam que fazem movê-lo, sempre com dinamismo, qualidade e de forma bem leve, sem grandes erudições (tal e qual foi concebido). Por isso, obrigado amigos leitores.

VAMOS FALAR UM POUCO SOBRE AS FORMIGAS DOCEIRAS

Depois e uma curta, mas merecidas, férias, voltamos a batucar as sofridas teclas do meu PC atacando outra vez o tema das formigas doceiras, atendendo à solicitação de nosso leitor Edvaldo do Paraná. Já falei sobre isso em tempos atrás (veja aí na coluna da esquerda onde há uma lista de temas já abordados), mas posso resumir a história. Começando pelo começo, formigas são insetos. Como eu sei disso? Porque têm três pares de pernas, ora essa! Pertencem à numerosa família Formicidae e só no Brasil já foram registradas aproximadamente 2.000 espécies diferentes de formigas, das quais pelo menos duas dúzias delas consideradas como pragas; todavia, não mais de seis são chamadas em seu conjunto de formigas doceiras (ou domésticas) porque invadem nossas moradias, sem nenhuma cerimônia. Dizem por aí que as formigas doceiras podem ser consideradas a praga do século: quem ainda não teve, vai ter uma infestação de formigas em sua cozinha principalmente. Os fósseis mais antigos de formigas datam de cerca de 100 milhões de anos, quer dizer, se nossos antepassados simiescos estão na Terra há pouco mais de 13 milhões de anos, as formigas aqui já estavam há muito mais tempo que a gente. Um fato já comprovado é que desde os tempos primórdios da espécie humana, as formigas já moravam em nossas cavernas e já espoliavam nossos alimentos. Com todo esse tempo de existência, as formigas tiveram tempo de sobra para se organizarem em sociedade e hoje são conhecidos como animais sociais; sua estrutura social é muito organizada e sabemos que cada formigueiro tem sua rainha (a única formiga que é fértil, produz e põe ovos). Na verdade, o formigueiro todo vive em função dessa rainha; tudo o que as formigas fazem é cuidar e proteger a rainha, recolher seus ovos e tratar de seu desenvolvimento até que produzam novas formigas adultas. Dentro de sua estrutura social, as formigas diferenciam-se em “castas”, ou seja, em classes sociais distintas, cada qual voltada para um tipo de trabalho: operárias (a maioria), soldados, aguadeiras, amas da rainha, lavradoras, etc. Muito interessante essa organização. Sendo um inseto que se desenvolve por metamorfose completa (ovo, larva, pupa e adulta), há muito trabalho dentro do formigueiro para que tudo aconteça como tem que ser. Nas espécies mais avançadas, encontramos diferentes “panelas” dentro do formigueiro, destinadas a diferentes propósitos: há a panela onde as obreiras trazem e armazenam partículas de alimentos (de qualquer tipo ou só de vegetais), onde outras obreiras tratam de semear e cuidar de certos fungos, os quais vão ser o verdadeiro alimento das formigas; há panelas de lixo (restos inservíveis, formigas mortas, etc); há panelas (sempre próxima às entradas do formigueiro) onde os soldados permanecem alertas e prontos para defender o formigueiro); há uma panela que é a câmara real, onde a rainha é mantida e cuidada (aliás, a rainha não consegue se mover sozinha tamanha a dimensão de seu abdome) e assim por diante. Contudo em certas espécies, entre elas algumas das doceiras, a estrutura social e do próprio formigueiro pode ser bem mais simples e pode estar alojado atrás de um batente de porta ou janela, atrás de algum azulejo quebrado um mal rejuntado, em fendas e gretas, dentro de tomadas eléricas e conduítes, atrás de rodapés e, com frequência, dentro de eletrodomésticos ou aparelhos eletrônicos, etc. Essas formigas doceiras a que nos referimos são, na maioria, residentes na própria cozinha que infestam e são bastante conhecidas por seus nomes populares como: a conhecida formiga louca (Paratrichina longicornis) que recebe esse nome porque nunca para (exceto quando encontra uma partícula de alimento), andando de um lado para outro, feito louca; a pequeníssima formiga fantasma (Tapinoma melanocephalum) que a gente mal enxerga; a formiga lavapés (Solenopsis spp); a formiga acrobática (Crematogaster spp); a formiga faraó (Monomorium pharaonis); a formiga carpinteira (Camponotus spp); a formiga argentina (Lenepithema humile) que chegou ao Brasil mais recentemente que as outras, e mais duas ou três espécies mais. Todas essas espécies são “residentes”, ou seja, moram dentro de nossas casas, de nossas instalações; uma ou outra pode ter seu formigueiro do lado de fora da casa. Nas residências, as formigas doceiras são incômodas porque atacam qualquer partícula alimentar que encontrem. E são milhares formando carreiros na escuridão da noite indo e voltando de seus ninhos ou formigueiros. Não se pode deixar nada exposto sobre a pia, sobre os balcões e mesmo dentro dos armários porque elas localizam o alimentam e vão se banquetear. Para combatê-las é preciso descobrir onde se localizam seus ninhos, onde vamos aplicar o biocida escolhido. Se colocarmos um pouquinho de açúcar em algum ponto sabidamente frequentado pelas formigas e apagarmos a luz da cozinha, depois de quinze minutos a meia hora poderemos observar as formigas em torno do açúcar e uma fila indiana até o ponto de entrada de seus ninhos. Ali podemos aplicar o formicida escolhido: gel, pasta, pó ou pulverizado. Já testei com ótimos resultados, um ou outro gel específico para formigas e achei que os melhores têm fipronil como ingrediente ativo, mas minha sugestão é a aplicação de algum inseticida microencapsulado, pois é tiro certo e definitivo!

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

FELIZ NATAL E UM GRANDE ANO NOVO

É hora de encerrarmos o período chamado de 2012 e abrirmos mais um ciclo, o de 2013. É hora de pararmos um pouquinho para um respiro, um pequeno intervalo recuperador, para recarregarmos baterias e olhar com firmeza o que o próximo ano nos reserva. Tirante os eventuais problemas de saúde que podem surpreender a qualquer um e sobre os quais nem sempre estamos preparados, o resto pode e deve ser vivido muito positivamente. Novas pessoas certamente entrarão em nossas vidas, antigas amizades podem ser reforçadas, novos desafios estão aí para que possamos vencê-los... é o círculo da vida! Desejamos a todos nossos leitores, a quem agradecemos muito pela preferência, um feliz momento de festas, de alegrias e de participação junto às suas famílias. Possa 2013 ser apenas um degrau, se não for o último, para atingir seus objetivos. E vamos em frente que atrás vem gente!