domingo, 2 de março de 2014

AVALIANDO RESULTADOS NO COMBATE A ROEDORES - Rattus norvegicus

Então, há pouco tempo atrás, falávamos da importância de conduzirmos uma avaliação quantitativa (a que pode ser transformada em números) dos trabalhos que uma empresa controladora de pragas executa. Dizíamos que o método do “achismo” qualitativo expressa apenas uma opinião e não tem como se sustentar. O que não pode ser medido, não pode ser avaliado. Também dissemos que os métodos e artifícios destinados a coletar dados da infestação antes e depois do tratamento, variam conforme o ambiente e principalmente a praga considerada. Dessa forma vou necessitar de dados numéricos obtidos antes e depois do tratamento para saber se o que fizemos alcançou ou não o resultado desejado. No caso de ratos e camundongos há alguns métodos práticos que podem nos dar a informação que precisamos e tais métodos são diferentes segundo a espécie considerada. Então vamos tratar do assunto de forma separada por espécie, começando pela ratazana (R.norvegicus). O que preciso lembrar? Ratazanas são fossoriais (escavam tocas e túneis subterrâneos interligados) ao que chamamos “ninheiras”; dali saem todas as noites para buscar alimentos e se espalham pelo território; ficar tentando contá-las depois que se espalham, vai dar um trabalho danado, além de produzir dados não muito confiáveis. A melhor alternativa é executar uma forma de contagem, de censo, nas ninheiras onde a colônia inteira está agrupada. Tenho duas situações básicas: uma quando as ninheiras se encontram a céu aberto e podemos localizá-las; outra quando não conseguimos localizar as ninheiras. Via de regra, as ninheiras a céu aberto nos permitem praticar um censo muito apurado, ainda que indireto. Como procedo? Localizo a(s) ninheira(s) pelas tocas já abertas; ao lado de cada uma delas espeto uma pequena estaca de madeira (eu gosto de pintá-las de branco para facilitar a visualização e gosto de numerá-las para meu controle) fincadas no solo ao lado de cada toca. Em seguida tampono as tocas com bolotas de jornal. No dia seguinte volto ao local e verifico quantas e quais tocas encontro abertas; significa que estão ativas, que contêm ratos em seu interior. As tocas que ainda estão tamponadas com jornal, fecho com um pouco de terra e recolho as respectivas estaquinhas, pois são tocas inativas que não são utilizadas pelos ratos residentes. Nesse mesmo dia executo o tratamento com os raticidas de dose única escolhidos colocando-os dentro das tocas abertas para aumentar as chances de serem consumidos. Tudo isso tem que ser devidamente anotado. Sete dias depois, retorno e novamente tampono com bolotas de jornal todas as tocas da ninheira. No dia seguinte retorno e faço nova leitura observando e anotando as tocas reabertas, onde pratico nova colocação de raticidas. Agora já posso fazer cálculos muito precisos sobre os resultados obtidos nesse primeiro tratamento. Digamos que na primeira leitura encontrei 50 tocas ativas (as que os ratos reabriram empurrando a bolota de jornal para fora) e digamos que, uma semana depois apenas 8 foram reabertas. Quer dizer, das 50 iniciais, sobraram 8 ainda com ratos dentro. Faço o seguinte cálculo: 8 dividido por 50 multiplicado por 100. Vou obter um resultado expresso em porcentagem. 8/50x100= 16% de tocas reabertas, ou seja, 84% de tocas fechadas (tocas que não têm mais roedores dentro). Esse é meu primeiro resultado: 84% de sucesso! Pronto, agora sim tenho uma perfeita avaliação quantitativa de meu trabalho. Na semana seguinte volto (lembram-se? Eu pratiquei no dia da leitura anterior, um novo tratamento) e novamente verifico quantas tocas ainda reabriram; digamos que foram duas. Faço o novo cálculo: somo os dois resultados de tocas reabertas (8+2=10:100= 0,1%); quer dizer 99,9% de tocas não reabertas, expressando minha porcentagem de sucesso. Não é tão difícil assim, é? Divido o número de tocas reabertas pelo número de tocas anteriormente fechadas e multiplico o resultado por cem. Esse tipo de censo (por reabertura de tocas) é o melhor que conheço para ninheiras de ratazanas a céu aberto. Ah, sim! Em certos países do primeiro mundo, é comum fazer censo por células fotoelétricas, mas isso é lá! Cá, vamos com os dois pés no chão, com muita calma nessa hora! Bem, e se não conseguimos localizar as ninheiras ou elas estão localizadas em pontos inacessíveis ou onde nosso método simples de censo por reabertura de tocas não seja aplicável? Poderemos empregar outra abordagem igualmente simples e barata. Mas, vamos deixar esse assunto para um outro post, porque hoje já é carnaval e ninguém é de ferro, certo!

PARIS: ROEDORES INVADEM AS GALERIAS LAFFAYETTE

Os parisienses estão alarmados, pelo menos aquele estrato social AA e A que frequenta e compra nas famosíssimas Galeries Lafayette. Foram avistados pequenos roedores (provavelmente camundongos – Mus musculus) no setor de calçados, de bijuterias, na perfumaria e, obviamente, no bar e na cozinha do restaurante. Foram inclusive avistados nos arranjos de certas vitrines já montadas para o Natal. O problema foi denunciado pelo sindicato dos trabalhadores desse grande templo da moda mundial. Turista em compras nas Galerias Lafaiette que avistaram alguns camundongos até se divertiram (mesmo porque turista é para isso mesmo, achar tudo muito legal, fotografar se possível e rir com seus amigos em casa!). Mas, para o famoso estabelecimento, foi uma aparição desconcertante e incômoda. Especialistas acreditam que existam cerca de 6 milhões de camundongos na região metropolitana de Paris (sic). É um problema que afeta grande parte dos edifícios, dos grandes restaurantes e residências. A notícia veiculada pela imprensa francesa nada cita sobre as providências tomadas.