quinta-feira, 30 de junho de 2011

O CHEIRO DO PERIGO

Os mecanismos dos comportamentos instintivos são misteriosos, como era até agora a simples reação de perceber e evadir-se de predadores que os camundongos apresentam, inclusive percebendo outras espécies perigosas que ele nunca havia encontrado anteriormente. David Ferrero e Stephen Liberles, ambos neurocientistas da Escola Médica de Harvard, descobriram um composto único encontrado em altas concentrações na urina de carnívoros, o qual dispara uma reação instintiva de repelência em camundongos e ratos fazendo com que eles protejam-se em fuga; os pesquisadores publicaram um interessante trabalho nos anais da Academia Nacional de Ciência (online) de junho 2011. Essa pesquisa havia começado em 2006 quando Liberles trabalhava com neurônios receptores de odores e identificou a que odor o TAAR4 respondia. Os camundongos têm cerca de 1.200 tipos diferentes de neurônios receptores de odores e 14 tipos de TAARs, razão pela qual seu olfato é tão apurado. Só para que avaliemos, a espécie humana tem cerca de 350 tipos de neurônios que identificam odores e aproximadamente cinco TAARS. Enquanto isso, no mesmo laboratório, David Ferrero, um estudante graduado, pesquisava que compostos naturais eram detectados pelos TAARs e descobriu que um deles era capaz de detectar o odor de diversos carnívoros(o TAAR4). A dupla juntou suas pesquisas e parece que eles haviam descoberto um “kairomônio”, um composto químico que funcionava como feromônio, exceto que era percebido por diferentes espécies ao invés de apenas entre membros de uma mesma espécie. Esse kairomônio é bastante volátil e assim, ratos e camundongos podiam senti-lo a grande distância, o que os colocava em alerta e disparava o mecanismo de fuga dependendo de sua intensidade. Para os roedores isso é “cheiro de perigo”. Ferrero identificou o composto contido na urina de predadores (2-feniletilamina) produzido pelo metabolismo dessas espécies, o qual dispara o mecanismo de fuga nos roedores. Em seguida ele estudou a urina de 38 espécies de mamíferos e descobriu que havia altos teores do 2-feniletilamina em 18 a 19 espécies, todos carnívoros; enquanto que a urina de mamíferos não predadores (como o coelho, a girafa e macacos) não continha esse composto. Os roedores testados para esse composto manifestavam alto poder de repelência aas urinas dos predadores e quando esse composto era retirado dessas urinas, os roedores deixavam de responder com fuga. Nós os humanos, não temos o gene que produz os neurônios TAAR4 e portanto, nada percebemos ao sentirmos o odor de carnívoros, mas temos o TAAR5 que registra reação de forte repugnância a certos odores.
A importância dessas pesquisas é grande e variada. Pode ser um começo para que desenvolvamos produtos capazes de realmente afugentar roedores de certa área. O tempo dirá.

Este post foi baseado e adaptado de revista online Science Daily de 28/06/2011

terça-feira, 28 de junho de 2011

TRATAMENTO DO RIO PINHEIROS CONTRA O MOSQUITO CULEX

Uma das responsabilidades do CCZ/SP – Centro de Controle de Zoonoses de São Paulo - é o monitoramento e controle dos criadouros de mosquitos em certos pontos do Rio Pinheiros, um rio poluído que atravessa parcialmente a cidade de São Paulo e deságua no também poluído Rio Tietê. Próximo a esse deságue o Rio Pinheiros executa uma curva que torna suas águas naturalmente mais lentas; essa condição somada a outras bem peculiares, faz com que ali se mantenham criadouros permanentes de mosquitos, notadamente o Culex quinquefasciatus, causando sérios transtornos aos moradores da região. Há anos o combate químico vem sendo executado pelo CCZ com resultados variáveis. Neste ano os técnicos do CCZ planejaram experimentar uma nova técnica de combate: aspersão aérea de Bacillus sphoericus em formulação granulada sobre os conhecidos focos naquele Rio (vide post anterior sobre esse assunto). Questões técnicas ligadas à permissão do vôo do helicóptero que aplicaria o produto retardaram a operação, mas ela acabou, finalmente, acontecendo. O biólogo Carlos Madeira que lidera a equipe responsável por esse ensaio, nos conta que inicialmente estava previsto o tratamento de uma área de 11,4 ha, mas por razões de segurança do vôo (a referida área fica relativamente próxima ao aeroporto de Congonhas, é rota de pouso de aviões e há pontes cruzando o rio com trânsito intenso de autos), a área teste foi diminuída para 8,6 há. Para garantir a segurança dos veículos passantes nas pontes, um trecho delimitado em 100 m antes de depois de cada ponte não foi tratado. Pontos de monitoramento foram previamente escolhidos, para leituras antes e depois do tratamento. C onta-nos Carlos Madeira que no dia 17/6 testes de calibração do equipamento aplicador apontaram a dosagem de 40 kg/ha, com lançamento de 18,1 kg por minuto, enquanto o helicóptero voava a 30 m do solo a uma velocidade de 80 km/h. Com esses parâmetros, foram aplicados na área teste aproximadamente 400 kg do B.S. granulado.
Pode ser que o leitor menos avisado ache que esse tratamento seja algo simples e que já é de conhecimento e uso corriqueiro em outros países, pois às vezes essa prática é até divulgada em noticiários televisivos. Pois não é não! Todo um planejamento técnico minucioso precede à aplicação propriamente dita e as variáveis envolvidas são por demais complexas para que o teste tenha valor científico. Afinal, o que se pretende nesse tratamento em massa, é uma avaliação final sobre os resultados obtidos, servindo de base para a decisão de adotar ou não o método da aspersão aérea em um centro urbano densamente povoado como a metrópole São Paulo. Quem trabalha em um órgão público de controle de zoonoses e de certas pragas transmissoras, entende o valor que o ensaio tem. Esperamos que a equipe responsável nos informe sobre os resultados obtidos assim que possível, para que possamos divulgar aos leitores deste blog.
A foto acima mostra a área do ensaio demarcada e em vermelho, os pontos não aplicados. Parabéns pelo excelente trabalho moçada!

sábado, 18 de junho de 2011

PRINCIPAIS DÚVIDAS NA APLICAÇÃO DE FORMULAÇÕES INSETICIDAS


Raramente encontraremos inseticidas na sua formulação técnica, ou seja, o ingrediente ativo (i.a.) puro, na concentração de 100%. O que temos à disposição no mercado são formulações em diferentes concentrações do i.a. mais alguns outros componentes químicos que desenham a formulação final, variando de fabricante para fabricante. Esses outros componentes da fórmula podem ser diluentes, solventes, emulsificantes, estabilizantes, etc. As formulações mais comuns podem ser: concentrados emulsionáveis (CE), pós secos (DP), pós molháveis (WP), microencapsulados (CS), aerossóis e algumas outras. (Os inseticidas secos podem ser iscas, grânulos, géis e pós).
A escolha da formulação a ser utilizada pode ser tão importante quanto à própria escolha do i.a. Por isso, antes de sairmos comprando diferentes formulações, o profissional deve ter um conhecimento prévio da área alvo onde vai empregar os biocidas, razão pela qual a inspeção prévia torna-se mais que necessária. Considere, antes de tudo, as questões abaixo:
1. As formulações podem ser aplicadas em áreas sensíveis de forma segura?
Áreas sensíveis incluem certas áreas de alimentos nos estabelecimentos alimentícios, áreas hospitalares, salas de aula, certas áreas dos zoológicos, etc. São áreas onde as precauções especiais devem ser consideradas antes de aplicar qualquer produto. Preste atenção aos rótulos dos produtos para verificar se eles têm liberação para o tipo de área em que se pretende aplicá-los. Produtos de longo efeito residual, nessas áreas devem ser restritos a aplicação localizada em gretas, fendas, rachaduras e desvãos. Selecione formulações de baixo odor e baixa tensão de vapor. Em áreas sensíveis, géis e iscas são ótimas opções.
2. A formulação escolhida pode afetar plantas (fitotóxicas)?
A fitotoxicidade pode ocorrer com mais freqüência quando se empregam formulações líquidas CE que contenham solventes. Dê preferência a pós molháveis, suspensões e microencapsulados. Evite tratar plantas durante as horas mais quentes do dia e as expostas diretamente à luz solar. Se houver dúvidas quanto à formulação escolhida, faça um préteste no dia anterior tratando apenas uma pequena porção da planta; aguarde 24 horas e avalie os efeitos. Se essa porção tratada exibir diferenças com relação ao resto da planta, não empregue essa formulação, escolha outra.
3. A formulação escolhida é eficiente e eficaz contra os insetos alvos?
Leia o rótulo! A indicação contra esta ou aquela espécie alvo tem que estar indicada no rótulo do produto. Se a espécie alvo for um inseto rasteiro, aplique nos pontos de passagem desses insetos e principalmente em pontos de possível esconderijo. Talvez a opção por formulações sólidas possa ser mais apropriada (isca ou gel).
4. As formulações têm igual efeito em qualquer tipo de superfície a ser tratada?
Definitivamente não! Superfícies porosas, por exemplo, absorvem boa parte da calda aplicada, reduzindo substancialmente o efeito final do produto (concreto, paredes caiadas, superfícies de madeira crua, gesso, etc). Nessas superfícies é preferível optar por formulações como os pós solúveis, os pós molháveis, as suspensões concentradas e os microencapsulados. Exemplos de superfícies semi porosas: látex, madeira envernizada, vinil e fórmica. Exemplos de superfícies não porosas: metálicas, vidro, cerâmica.
5. Como certos fatores ambientais (temperatura, umidade e luz) podem afetar as formulações?
Alguns fatores ambientais começam a agir sobre as formulações inseticidas assim que aplicadas, podendo reduzir significativamente a meia vida do produto escolhido. As altas temperaturas ambientais comprovadamente reduzem a eficácia dos inseticidas, principalmente dos organofosforados. A umidade também pode reduzir a meia vida e o efeito de certas formulações, dependendo do tipo de superfície onde foram aplicadas. Geralmente inseticidas de alta tensão de vapor volatilizam (ou seja, evaporam das superfícies tratadas) mais rapidamente do que os i.a. com baixa tensão de vapor. A perda do efeito residual pela volatilização é maior nas superfícies não porosas. A informação sobre a tensão de vapor de cada i.a. pode ser obtida na folha de informação que todo produto tem, a MSDS (Material Safety Data Sheet), que pode ser fornecida pelo respectivo fabricante. Observe, todavia, que a tensão de vapor de um i.a. pode ser alterada segundo a formulação do produto; por exemplo, a microencapsulação protege o i.a. tornando-o praticamente não volátil. Outros fatores ambientais podem também atuar sobre o produto aplicado como, por exemplo, os raios ultravioletas da luz solar (fotodecomposição). Correntes de ar pode igualmente afetar o biocida aplicado volatilizando-o mais rapidamente. Todos esses fatores podem ser minimizados se adotarmos a técnica de pulverização direta em frestas, gretas, rachaduras e desvãos.
6. As formulações se misturam facilmente com outros inseticidas na calda a ser pulverizada?
Diferentemente dos produtos para pronto uso (ex: iscas, pós, grânulos, aerossóis e géis), os profissionais fazem bastante uso de misturas de tanque. Algumas formulações são mais fáceis de manejar que outras. Formulações líquidas como os CE, os SC e os CS são geralmente preferidas às formulações secas, como os pós molháveis WP, embora os pós embalados em saquinhos solúveis já tenham resolvido essa questão. Em caso de dúvida, sempre teste a mistura escolhida no laboratório da empresa antes de usá-la a campo.
7. A calda pode deixar resíduos aparentes?
Pode sim, especialmente se estivermos empregando formulações em pó. Em ambientes fechados é preferível optar por formulações líquidas como os CE, SC ou CS. Outra coisa: verifique antes de aplicar se a parede já não está coberta por poeira; se estiver, certamente haverá manchas escorridas quando você pulverizar sua calda. Olho vivo!

segunda-feira, 13 de junho de 2011

ARMADILHINHAS SALVADORAS CONTRA MOSQUITOS – NÃO FAÇA!

Recebi por Internet mais um desses prolíferos e-mails contendo passo a passo as instruções para fazer em casa mesmo uma estupefaciente armadilha para acabar com o mosquito da dengue. Resolvi consultar quem entende antes de sair veiculando no blog, o qual, modéstia à parte (e com muito orgulho), parece ser formador de opinião. Vejam só a “receita”:200 ml de água quente,50 g de açúcar mascavo,
1 g de levedura (fermento biológico para pães, encontrado em qualquer supermercado ) e
1 garrafa plástica de 2 litros
Como fazer:
1. Corte uma garrafa de plástico (tipo PET) ao meio. Guardar a parte do gargalo:
2. Misture o açúcar mascavo com água quente. Deixe esfriar. Depois de frio despeje na metade de baixo da garrafa.
3. Acrescentar a Levedura . Não há necessidade de misturar. Ela criará dióxido de carbono.
4. Colocar a parte do funil, virada para baixo, dentro da outra metade da garrafa.
5. Enrolar a garrafa com algo preto, menos a parte de cima, e colocar em algum canto de sua casa.
6. Em duas semanas você vai ver a quantidade de pernilongos e mosquitos que morreram dentro da garrafa.
 


Uma graça, não é? Então fui perguntar diretamente ao Prof. Carlos Fernando Andrade Depto. BioAnimal - IB / LEPAC – Paraty – UNICAMP que havia publicado uma interessante matéria na Revista da ABCVP (edição de n˚. 25 de maio de 2010) sob o título de “Estratégias estrambólicas, inócuas ou inseguras para o controle do vetor da dengue” em coautoria com Isaias Cabrini. Nessa matéria os autores analisam esse incrível mundo de “gadgets” (parafernálias, em bom português) que surgem todo dia veiculados principalmente pela internet e que quase todos acabam acreditando como se verdade fosse. Vou transcrever exatamente o que disse a respeito o Prof. Carlos:
ATENÇÃO PESSOAL, ISSO NÃO É SENSACIONAL!
É FÁCIL DE FAZER, MAS NÃO TEM GRANDE UTILIDADE EM QUALQUER SITUAÇÃO: RESIDÊNCIAS, ESCRITÓRIOS, COMÉRCIO, INDÚSTRIAS ETC.
NÃO REPASSEM O MÁXIMO QUE PUDEREM.
NÃO VAMOS TER MAIS SOSSEGO E NEM SEQUER COOPERAR PARA A ERRADICAÇÃO DOS MOSQUITOS DA DENGUE E OUTROS.
SE QUISER FAZER, TUDO BEM, E ESTIMULEM SEUS VIZINHOS A FAZEREM ESSA ARMADILHA A OPÇÃO É SUA... MAS DEPOIS ME CONTA, DE CADA 10 QUE VOCÊ ESTIMULOU, QUANTOS FIZERAM?.
É BOBAGEM R E P A S S AR, E NÃO VAI MULTIPLICAR O COMBATE.
E NÃO SERVE PARA QUALQUER PERNILONGO, NEM MESMO O DA DENGUE, MOSQUITOS e INSETOS VOADORES:
Mais claro que isso é impossível, não acham?

quarta-feira, 8 de junho de 2011

O IMPACTO AMBIENTAL DE UMA SIMPLES LÂMPADA DE RUA


Um dia desses, estava eu calmamente sentado na varanda de minha casa no final do dia, começo da noite, lendo gostosamente um bom livro sobre Mitologia greco-romana (tema que sempre me interessou). Gosto muito desse momento que divide o dia da noite, porque as cores se intensificam e a Natureza nunca me negou um espetáculo diferente todos os dias. Era início de outono com os dias ainda bem quentes e noites tépidas. Minha auxiliar (a quem dou um valor inestimável) interrompeu minha leitura com um gostoso cafezinho feito na hora, de presença denunciada pelo aroma provocador. Depositei o livro sobre a mesinha ao lado e, devagar, comecei a saborear o delicioso cafezinho enquanto minha mente vagava livremente entre o labirinto de Dédalo, as tintas fortes do por do sol (vocês já repararam que o por do sol no outono e inverno fica particularmente colorido?) e a luz do poste que fica bem em frente à minha casa, onde centenas de pequenas mariposas já iniciavam seu bailado mortal. Percebo, quase sem querer, que dezenas e dezenas dessas mariposinhas jê haviam caído ao chão, moribundas, enquanto outras tantas, como se não apercebendo do risco, voavam e círculos em torno do bulbo de sódio da lâmpada no poste. Minha cabeça passou a se concentrar nesse pequeno átomo que compunha o momento e me levantei para ver mais de perto o fenômeno. Não que eu nunca tivesse visto essas cenas, ao contrário, mas naquele dia e naquele instante comecei a conjecturar sobre as razões e os por quês desse fenômeno e suas consequências. Colhi com as mãos um ou dois exemplares dessa mariposinhas, dois que me pareceram robustos e fortes. Ambos estavam exaustos, mal conseguindo fibrilar suas asas. Imaginei quantos descendentes deixariam de ser gerados por aquele simples par de mariposas, simplesmente porque cederam a seus impulsos naturais e esvoaçaram por algum tempo em torno da falsa luz de um poste. No chão, ao redor do poste, havia pelo menos cem mariposas e outros insetos voadores de todos os tamanhos e espécies, mortos ou moribundos. Um pensamento leva a outro que leva a outro e decidi fazer uma pequena pesquisa sobre esse tema.
Descobri que dois terços da proteína animal consumida no mundo provêm dos insetos, de forma direta ou indireta. Estes formam a base da cadeia alimentar, da pirâmide predador-presa. Não pude deixar de imaginar que se por alguma razão essa base é erodida, toda a pirâmide tende a esboroar-se. Depois de alguns anos de janela, cheguei à conclusão que ser preservacionista não se trata de sair por aí abraçando árvores. Trata-se muito mais de atitude, de percepção do entorno, da valorização consciente da biocenose que compõe um dado ambiente que devem ser preservados, deixando um legado para nossos filhos e netos. Sem nenhuma pretensão de ser um especialista, comecei a imaginar qual seria o impacto de uma simples lâmpada elétrica teria sobre a fauna noturna de insetos e outros seres. Percebo de imediato que se por um lado essa lâmpada quebrando a escuridão da minha rua vai atrair centenas de insetos voadores e condená-los à morte prematura, por outro lado vai favorecer grandemente a um conjunto de predadores que vão se aproveitar do estado de desorientação e cansaço daquelas presas incautas; rãs e sapos sabem perfeitamente que se aproximando de um poste com lâmpada elétrica, é garantia de uma suculenta refeição sem maiores esforços. Nesse breve intervalo entre dia e noite, pequenos pássaros de rápido vôo caçam mariposas e outros insetos voadores atraídos pela luz, assim como fazem morcegos insetívoros. Certas formigas também se banqueteiam com cadáveres dos insetos voadores abatidos.
Na verdade, essas mariposas e outros insetos noturnos, trazem impresso em seu DNA a atração pela luz da lua quando vão parear-se e nada as confundem mais que uma lâmpada elétrica acesa. Atraídas pelas luzes, volteiam em torno em estado quase hipnótico e acabam se chocando com o vidro da lâmpada queimando seu corpo e ficando desabilitadas para o vôo, ou então acabam esgotando suas forças e caem ao solo tornado-se presas fáceis para animais de outras espécies. Na minha tosca pesquisa fui informado que os alemães já publicaram diversos trabalhos sobre esse tema, todos recheados de quadros estatísticos e análises gráficas.
Outro fim de tarde, voltei à minha leitura na varanda, mas sempre de olho na lâmpada do poste.