terça-feira, 15 de outubro de 2013

A VOLTA DAS PULGAS - Parte IV

Então, o proprietário (na prática, geralmente é a proprietária) ou o inquilino(a), o diretor(a) da empresa infestada ou mesmo alguém mais incomodado, chama uma empresa controladora de pragas para resolver o problema. Vocês pensam que é só sair aplicando um inseticida qualquer e o problema estará resolvido? Ledo engano! Vai quebrar a cara! É Preciso um maior envolvimento nesse problema e examiná-lo como um todo: as pulgas, mas também o entorno (o ambiente, o tipo de uso que dele é feito, a presença de hospedeiros, geralmente um cão ou um gato, as formas de limpeza ali praticadas e alguns etcs). Só depois de compreender o quadro todo é que o profissional pode planejar o combate às pulgas infestantes. As medidas de combate e eliminação podem, grosso modo, serem divididas em dois grandes grupos (a rigor, ambos devem ser necessariamente praticados): o controle mecânico e o controle químico. Tudo começa na citada inspeção do ambiente problema, quando o controlador vai observar os pontos onde os animais de estimação costumam ficar, o que lhes serve de cama, o grau de insolação direta e indireta desse ambiente e outras coisas que possam chamar a tenção como pontos que possam dar abrigo aos ovos, às larvas, os casulos e às pulgas adultas. A cama dos animais, bem como sofás, cadeiras estofadas, cortinas, carpetes e tapetes devem ser observados e cuidados. Os panos da cama dos animais devem ser fervidos (encrenca: quando os animais de estimação são admitidos nos quartos de seus donos e principalmente têm acesso à própria cama desses donos, o procedimento deve ser igual pois as roupas de cama podem, e provavelmente estarão, infestadas por larvas casulos ou mesmo pulgas já adultas). É também preciso proceder à uma rigorosa aspiração de pó nos ambientes infestados, mas com um aspirador profissional de preferência; antes, deve-se colocar um pouco de inseticida em pó no interior dos saco de coletar o pó desse equipamento, para que os ovos, larvas, pupas e pulgas adultas ao serem sugadas, já vão sendo afetadas à medida que o trabalho prossegue. Aspirar com atenção o carpete, o lado de cima, mas também o de baixo dos tapetes, sofás e cadeiras estofados com tecidos, cantos e frestas das tábuas do assoalho ou dos tacos, rodapés, a banda de 30 cm das cortinas que tocam o chão e outras áreas suspeitas. Como medida de precaução a mais, ao retirar o saco coletor de papel do aspirador, deve-se queimá-lo; portanto, não use saco coletor de pano. Enquanto o tratamento do local vai sendo executado, é muito necessário, é preciso, que o hospedeiro das pulgas ali existente, seja levado à uma clínica veterinária para receber um bom banho anti pulgas, pois temos que interromper o ciclo biológico desses insetos e é o hospedeiro que garante a alimentação das pulgas infestantes. A infestação de pulgas de uma residência ou escritório comercial (mais difícil, porque deve sempre existir a presença de um hospedeiro como um cão ou um gato) pode ser eficazmente controlada com o uso de um inseticida (pulicida) que tenha um bom poder residual, não obstante já existam outras abordagens, das quais comentaremos algumas neste post. Se a escolha do profissional controlador recair sobre resolver o problema dentro dessa linha, vamos lembrar que certos organofosforados e carbamatos de maior efeito residual podem ser empregados, bem como os piretróides de segunda geração (fotoestáveis). Contudo, seja qual for o biocida desses grupos, os resultados no controle de pulgas sempre foram duvidosos e irregulares. A razão é muito simples: protegidas dentro de seus casulos, as pulgas adultas pré emergentes simplesmente se recusam a sair para o ambiente que tornou-se agora agressivo pela aplicação de algum biocida daqueles grupos. Como a pulga pré adulta pode literalmente estender sua permanência no interior do casulo sem se alimentar por longos períodos de tempo (quase um ano), ela espera passar completamente o efeito do produto e, só então, rompe o casulo e sai para o meio exterior, reinfestando a área. Dessa forma, os inseticidas comuns só afetam as adultas e larvas que estejam no ambiente tratado, poupando os ovos e, principalmente, as pupas. Com o advento das formulações microencapsuladas, bons níveis de controle foram atingidos, posto que os pré adultos não conseguem perceber a presença de um agente agressor (encerrado nas microcápsulas) e assim eclodem de seus casulos sendo então afetados. Paralelamente, na década de 70, surgiram os primeiros biocidas inibidores do desenvolvimento de insetos (conhecidos internacionalmente com a sigla IDI – Insect Development Inibitors), que se mostraram extremamente úteis e eficazes no controle de pulgas. Este novo grupo é composto por moléculas capazes de inibir o desenvolvimento normal de insetos, de forma que impedem o fechamento de seus ciclos biológicos, quebrando a cadeia vital. São classificados em hormonais e não hormonais e vale à pena conhecermos um pouco mais sobre eles, ao mesmo tempo em que nos atualizamos. Mas, para isso, vou precisar de um novo post que publicaremos logo, logo!

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