sexta-feira, 22 de julho de 2016

ÉTICA E MORAL

Vivemos tempos difíceis. Sem entrarmos nos aspectos econômicos, nosso planeta atravessa tempos rubicundos com crescentes dificuldades até no simples ato de sobrevivermos, de produzirmos alimentos suficientes para todos. Isso para não falarmos da saúde, da moradia, dos meios ambientes terrivelmente danificados, das confusões sociais, das convulsões, das guerras e por aí vai. Parece que ninguém se entende. As correntes de pensamento surgem do nada, crescem, ganham seguidores que acabam por entrechocar-se com maiores ou menores danos e consequências. Morremos aos milhares e por qualquer coisa, todos os dias. Os códigos que regem cada país, cada povo, cada nação, cada etnia, cada agrupamento humano são diferentes entre si e dos mais diversos. Passamos do caos... ao caos, na breve história das civilizações cujos registros não datam muito além de 20 ou 30.000 anos, se tanto. Mas, se chegamos até aqui, não foi por mero acaso. Séculos e séculos se passaram enquanto a humanidade buscava civilizar-se, buscava evoluir, buscava o auto conhecimento dos princípios filosóficos que hoje norteiam os rumos da mais bem sucedida das espécies animais, o Homo sapiens. Ou, pelo menos deveriam nortear. Regras de conduta individuais e coletivas foram concebidas para ajudar a humanidade a dar pequenos passos avante e que permitissem um entendimento mínimo entre os povos. A enorme necessidade sentida pelos mais antigos povos de entender o mundo que os cercavam e, mais além, de compreender a si mesmos, suas próprias comunidades e até mesmo os indivíduos, levou o homem a criar um código de conduta que tentava colocar a casa em ordem. Claro que cada povo criava seu próprio código de acordo com sua época, seus costumes e seu entendimento. Surgiram então tantos códigos de regras de conduta quanto eram povos dos continentes, alguns mais rígidos e outros mais brandos. Surgiu então o conceito de Moral. Esta reflete os costumes, as regras, os tabus e convenções estabelecidas para cada sociedade. A ética, no contexto filosófico, está associada ao estudo fundamentado dos valores morais que orientam o comportamento humano em sociedade. Embora de significado parelho, os termos possuem origem etimológica distinta. A palavra “ética” vem do grego “ethos” que significa “modo de ser” ou “caráter”. Já a palavra “moral” tem origem no termo latino “morales” que significa “relativo aos costumes”. Ética é um conjunto de conhecimentos extraídos da investigação do comportamento humano ao tentar explicar as regras morais de forma racional, fundamentada, científica e teórica. É uma reflexão sobre a moral. Moral é o conjunto de regras aplicadas no cotidiano e usadas continuamente por cada cidadão. Essas regras orientam cada indivíduo, norteando as suas ações e os seus julgamentos sobre o que é moral ou imoral, certo ou errado, bom ou mau. No sentido prático, a finalidade da ética e da moral é muito semelhante. São ambas responsáveis por construir as bases que vão guiar a conduta do homem, determinando o seu caráter, altruísmo e virtudes, e por ensinar a melhor forma de agir e de se comportar em sociedade. Não existe (ou não deveria existir) éticas e moral individuais, já que nosso comportamento social é regido pela ética e moral do povo a que pertenço. Não posso e não devo ter ações ditadas por mim mesmo. Isso é outra coisa, é livre arbítrio. Se meu código de ética diz que não devo matar outra pessoa, então não devo puxar o gatilho só porque quero. Serei punido na forma da lei. É assim para os tão temidos terroristas que cometem barbáries? Não, mas cometem seus atos atrozes porque são regidos e orientados por suas próprias regras. A moral para eles tem outros valores, com base em tudo que acreditam. Dessa maneira, logo se percebe que cada grupo humano tem sua ética e sua moral. Esta publicação não pretende ir além em sua análise. Seu intuito é meramente de manifestar algumas opiniões pessoais do autor sobre ética e moral de um pequeníssimo (e importante) segmento da sociedade contemporânea, o dos controladores profissionais de pragas urbanas. Recentemente, convidado que fui, passei voluntariamente a participar de um grupo virtual, desses que a rede (Internet) está repleta. Cada grupo é composto por pessoas que têm alguma coisa em comum e na rede se comunicam, emitem suas opiniões pessoais, se manifestam contra ou a favor, trocam informações e partilham conhecimentos. No caso deste Editor, o grupo é um foro de debates sobre pragas urbanas sinantrópicas, como o são todos os seus membros. Assuntos dos mais variados surgem à discussão todos os dias. Como toda comunidade, há indivíduos muito diferentes entre si; uns mais preparados que outros, uns iniciantes e outros mais experientes e assim por diante. Qual o código de ética que rege esse grupo? Quais são seus conceitos de moral que os levou a formar um grupo social? Não são regras escritas, lamento informar. Os conceitos morais de nossa própria sociedade é que ditam o comportamento do grupo e dos indivíduos que o compõe. A ética nos diz o que podemos ou não fazer, que condutas tomar. A busca da coexistência pacífica e da harmonia das relações deve ser um dos objetivos do grupo. Podemos querelar, sem nos agredirmos. Podemos ter opiniões diferentes e divergir sem ofender. Devemos ser parcos nos adjetivos e pródigos nos argumentos. Se tem conceitos morais na argumentação, a ética estará sendo preservada e isso... queremos todos!

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