terça-feira, 1 de outubro de 2013

A VOLTA DAS PULGAS - Parte III

Dizia eu que só faltava mais um nível a ser cumprido para completar o ciclo biológico da pulga e que a pulga adulta, completamente formada, encontrava-se mais que protegida no interior de seu casulo. Milhões de anos de evolução desse animal permitiram que a pulga aguarde o melhor momento para sair de seu casulo e aventurar-se no mundo em que a cerca. Não pensem que ela vai sair saindo simplesmente! Nada disso. Quieta e sem se mover ela analisa o meio exterior em busca de sinais da presença de um hospedeiro (para ela, o sangue vital). Qualquer sinal, qualquer indício da entrada de um hospedeiro no ambiente, e ela ferroa o casulo com um pequeno dentículo que possui na parte dianteira de sua cabeça, rasgando-o e assim saindo de seu envólucro de proteção. A eclosão da pulga adulta a partir do casulo depende então de uma série de estímulos e condições, aí residindo um dos principais fatores de sobrevivência das pulgas. Dentro do casulo o pré adulto está protegido e é uma forma de resistência da pulga contra os eventuais fatores adversos que possam existir naquele ambiente, incluindo a ação de inseticidas eventualmente aplicados no ambiente. Ali protegida, a pulga pode sobreviver até 140 dias sem tomar nenhuma forma de alimento ou de água; há citações na literatura científica que falam de quase um ano de permanência. Atenta, o casulo da pulga pré adulta é subitamente pressionado talvez pelas patas de um cão ou gato circulando pelo ambiente, talvez os pés de um ser humano. A pulga pré adulta imediatamente eclode de seu casulo e começa a dar saltos (até 30 cm de altura) desordenadamente, na esperança de alcançar as pernas de seu hospedeiro onde ficaria presa por seus tarsos aos pelos do animal, logrando assim seu primeiro e vital objetivo. Mas, e se o casulo não for pisado? Não tem importância, a pulga adulta eclodirá da mesma forma! É que, dentro de seu casulo, a pulga, incrivelmente, tem a capacidade de detectar o dióxido de carbono exalado pela respiração dos mamíferos e assim rompe o casulo. E se nada disso acontecer? Não importa, a mais leve alta da temperatura ambiente provocada pela presença de um mamífero já é suficiente para ocasionar a eclosão do casulo. E assim se explica por que o repentino aparecimento de verdadeiras hordas de pulgas famintas assim que uma residência fechada há bastante tempo é reaberta e ali adentram geralmente seres humanos muitas vezes acompanhados por seus animais de estimação. Grande azar. Para as pulgas, grande sorte! Dependendo das condições ambientais (temperatura e umidade), o ciclo biológico da pulga pode completar-se em apenas 12 ou 14 dias, ou pode ser estendido até 174 dias. Nas condições usuais de uma moradia, no entanto, a pulga dos gatos normalmente completa seu ciclo entre duas e quatro semanas. Aí entra o profissional controlador de pragas (ou então, não entra). O que ele deve fazer para resolver essa infestação? No próximo post vocês vão saber o que pode (e deve) ser feito. Aguarde

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