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sábado, 8 de agosto de 2015

A EVOLUÇÃO NO CONTROLE DAS BARATAS

As baratas são, universalmente, as pragas urbanas mais encontradiças. Áreas urbanas, especialmente aquelas com populações concentradas, são perfeitos criadouros graças à enorme disponibilidade de alimento para elas. As baratas são associadas a locais de sujeira, falta de limpeza e higiene e nunca a locais limpos como hotéis e restaurantes, onde ninguém espera encontrar esses insetos abjetos. Neles, a visualização de baratas provoca, em menor ou maior escala, a perda de clientes e, consequentemente, de lucros. Nas residências infestadas o efeito não é tão devastador, mas existe de acordo com a aversão e sensação de nojo sentidos pelos moradores. A fumigação espacial e a pulverização de superfícies do passado, em determinados locais mostrou-se não somente perigosa, mas agressiva ao meio ambiente também. Hoje, o controle de baratas mudou-se dos super entusiasmados tratamentos de pulverização para entrar numa abordagem integrada que é muito menos arriscada para ambos, seres humanos e o próprio ambiente. Há um foco crescente na prevenção que começa na informação e educação do público sobre a melhor maneira de se atingir o controle das baratas, nas residências e nos estabelecimentos comerciais. Somente aí a eliminação é recomendada. O controle efetivo das baratas baseia-se em dominar o conhecimento. Com o objetivo de livrar-se uma residência ou um estabelecimento de baratas, o profissional precisa saber um pouco sobre elas primeiramente. Como se diz, a prevenção é melhor que a cura e isso deve perfeitamente ser aplicado às baratas. Higiene ambiental, limpeza correta e manutenção adequada do sistema hidráulico representam o eixo central de um efetivo controle das infestações de baratas. Muitas pessoas não sabem que a água, como um vazamento de canalizações ou um entupimento parcial de um dreno, é tão atrativo para as baratas quanto o próprio alimento. A supressão desses vazamentos, removerá as fontes de água que são vitais para esses insetos e outras pragas domésticas. As pessoas comuns têm conhecimento limitado sobre as baratas e seu controle, o que perfeitamente natural. Portanto, os serviços de uma empresa especializada no controle de pragas que esteja tecnicamente habilitada a realizar esse controle é indispensável. Contudo, as baratas são seres extremamente adaptados a sobreviver sob condições das mais adversas e mesmo em ambientes razoavelmente limpos, conseguem se instalar e proliferar, ainda que em infestações não muito pesadas. Diante desse cenário, cabe ao profissional controlador de pragas adotar o melhor programa que integre todas as situações e resulte em controle das baratas num dado ambiente. O profissional deve reunir os conhecimentos necessários para escolher e indicar as abordagens que melhor escolham os caminhos para um controle integrado. Não se trata mais de sair por aí pulverizando ou fumigando o mundo com produtos químicos arriscados. Não que os baraticidas encontrados no mercado profissional já não sejam efetivos. São, mas devem ser utilizados de forma correta e adequada seguindo técnicas de aplicação que garantam a integridade do meio ambiente e seus usuários. Interessantes técnicas levam ao uso de iscas géis e hoje logram atingir ótimos resultados. Tais escolhas técnicas levam em conta informações precisas sobre a biologia desses insetos, o que conduz o profissional controlador a efetuar uma rigorosa inspeção do ambiente considerado. Isso é feito com o objetivo de identificar os criadouros e os pontos de alimentação e hidratação (geralmente localizados um distante do outro). Claro que não só isso. O mais importante para se obter bons resultados no controle das baratas, é que o profissional desenvolva uma verdadeira visão de conjunto da situação. Tão importante quanto a barata naquele ambiente, é saber por que ela ali está. Quais são as condições do ambiente que estejam favorecendo a infestação. Água, alimento, abrigo e acesso constituem o ciclo vital que permitirá a presença de baratas. Cabe ao profissional identificar os elos dessa cadeia e ver o ambiente como um todo. Só então o resultado final de controle será plenamente atingido.

segunda-feira, 19 de maio de 2014

MENSURANDO RESULTADOS NO COMBATE A BARATAS

Continuando essa série de posts que temos publicado sobre o tema mensuração de resultados, vamos conversar um pouco sobre o combate a baratas. É bem mais simples do que mensurar roedores, pois já existem no comércio especializado, e até em supermercados, as placas colantes anti baratas. Esses dispositivos não passam de placas contendo uma fina camada de cola que leva certo tempo para endurecer, prolongando assim a vida útil dessas armadilhas. É só armar a armadilha fechando a parte superior de proteção, deixando livres os espaços laterais para que as baratas possam adentrar ao dispositivo. Geralmente essas placas colantes vêm acompanhadas de uma isca para atrair as baratas passantes; na maioria das vezes a isca é uma mistura de açúcar refinado e pó de canela, embora já haja no mercado placas com outros tipos de isca. Como funciona essa armadilha? Colocada em locais corretos (próximo a pontos infestados), supostamente as baratas que caminharem nas proximidades serão atraídas pelo odor da isca e entrarão na armadilha onde serão aprisionadas pela cola. Diferentemente do comportamento dos roedores, as baratas não se apercebem do perigo e continuarão entrando e sendo capturadas. Certa vez, em um local com pesada infestação mista de baratas, tanto da barata de esgoto (Periplaneta americana) quanto da barata alemãzinha (Blatella germanica), sob uma pia ao lado de um fogão em um desses botecos sujinhos onde fazíamos o ensaio de uma nova combinação de biocidas, no pré censo, empregando cerca de 25 armadilhas distribuídas na área, uma armadilha colante capturou nada menos que 62 baratas de ambas as espécies. Naquele ensaio, o protocolo determinava que as armadilhas fossem recolhidas em 24 horas, mas acredito que se elas fossem deixadas por mais tempo, o número de capturas poderia ainda aumentar, tal o grau da infestação que ali havia. Sim, então essas armadilhas servem para os dois tipos mais comuns de baratas? Servem, se corretamente colocadas próximas aos pontos focais. E qual o procedimento para mensurarmos os resultados no combate às baratas utilizando essas armadilhas colantes? Como sempre, duas fases, dois censos. No primeiro dia dispomos certo número de armadilhas na área infestada; o número de armadilhas vai depender da extensão dessa área e suas características, o profissional decide. É importante fazermos um desenho (croquis) aproximado da área, assinalando os pontos onde cada armadilha foi colocada. No dia seguinte recolhemos essas armadilhas, abrimos e contamos as baratas capturadas, identificando as espécies. Em seguida praticamos a aplicação do método de controle que escolhemos (seja por géis ou pastas baraticidas, seja por pulverização), deixando que atue por uma semana. No oitavo dia voltamos e novas armadilhas exatamente nos mesmos pontos de onde retiramos as armadilhas no primeiro dia. Novamente no dia seguinte repetiremos a contagem, agora para compararmos números. Exemplo: no primeiro censo contamos, digamos, 25 baratas em uma determinada armadilha; no segundo censo, a armadilha colocada no mesmo ponto focal mostrou duas capturas. Portanto (regra de três simples) 2 x 100 dividido por 25 = 8 ou seja, obtivemos 92% de sucesso. Cappice?

terça-feira, 20 de setembro de 2011

ÓRA ESSA! BARATAS PREFEREM DOBRAR À DIREITA!


Tem cada coisa sendo descoberta todos os dias! Um grupo de pesquisadores (todos muito sérios) da Universidade do Texas decidiu estudar a lateralização do cérebro de... baratas de esgoto (Periplaneta americana). Queriam saber se as baratas têm predominância de lado em seus cérebros, como os humanos. A lateralização é bastante estudada em vertebrados, mas poucos estudos existem em insetos. Os pesquisadores decidiram estudar o comportamento das baratas americanas em seu processo de decidir para que lado ir quando lhes é dada a opção de escolha. As baratas eram colocadas em um tubo de vidro em forma de Y e tinham que decidir para que lado ir, esquerda ou direita. Nas extremidades do tubo era colocado baunilha e etanol ao acaso, para atrair as baratas e as posições dessas substâncias eram constantemente trocadas de posição. Em seguida, uma das antenas das baratas (de forma alternada) era parcialmente amputada para verificar se isso influiria na decisão de caminhar para a esquerda ou para a direita (como sabemos, as antenas das baratas são responsáveis pelos sentidos do olfato e do tato). Uma simples análise estatística do ensaio mostrou que o etanol e a baunilha não interferiram significativamente na escolha de para qual lado a barata caminharia. O dano a uma das antenas de fato influiu na decisão da barata, mas quando ambas as antenas eram parcial e igualmente amputadas, houve uma clara tendência de optar por dobrar à direita. A conclusão que os pesquisadores chegaram é que a barata P. americana têm uma dominância à direita quando se trata de olfato e tato.
E o que é que isso nos ajuda, aos controladores de pragas. Sei lá, mas fico imaginando que se dispusermos iscas ou armadilhas colantes sempre no lado direito das quinas, quem sabe não aumenta nossa margem de sucesso em combater baratas de esgoto?

(post baseado e adaptado da revista Journal of Insect Behavior – Vol 24, Número 3, 175-185)

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

AS BARATAS PODEM SOBREVIVER A UMA GUERRA NUCLEAR?


Achei interessante para reproduzir no blog. Saiu no site www.terra.com.br um dia desses.
Elas apareceram no planeta há cerca de 300 milhões de anos - há muito mais tempo que o ser humano. Não importa quantos venenos, chineladas e vassouradas elas levem, sempre voltam a aparecer. Não bastasse tudo isso, muitas pessoas acreditam que o único ser que conseguiria sobreviver a uma guerra nuclear seria a barata. Mas isso é realmente verdade? As informações são do site Life's Little Mysteries.
A ideia parece plausível, já que a barata é um inseto numeroso e resistente - algumas espécies aguentam até um mês sem comer. Além disso, ela tem outras características que indicam que a barata poderia ainda existir depois que o último ser humano desaparecesse, como, por exemplo, a capacidade de se reproduzir rapidamente e em grandes números. Além de tudo isso, as baratas têm uma tolerância à radiação maior do que outros animais, ainda mais se comparadas ao ser humano. Elas também têm uma grande capacidade de adaptação, sempre desenvolvendo tolerância e resistência a certos inseticidas. Essas características ajudariam o inseto a sobreviver ao longo período de contaminação que segue uma explosão nuclear. Contudo, como qualquer outro ser vivo, se as baratas estiverem próximas à explosão, vão acabar tostadas.
O programa Mythbusters (Caçadores de Mitos), do Discovery Channel (TV a cabo), já fez essa pergunta anteriormente. No experimento da TV, o time de especialistas utilizou três grupos de insetos - baratas, besouros e moscas das frutas. O experimento indicou que, apesar de sobreviverem a doses de radiação 10 vezes maiores que as suportadas pelo ser humano, as baratas não aguentaram tanta radiação como a mosca da fruta. A equipe afirmou, ao final do programa, que a afirmação de que as baratas são os seres mais aptos a sobreviver a uma guerra nuclear era... apenas um mito!
Segundo o site, apesar do experimento, existem cerca de 4 mil diferentes espécies de baratas, além de uma população de alguns bilhões de insetos. É possível que algumas baratas possam sobreviver a um holocausto nuclear, dependendo da intensidade da radiação. Além disso, as que sobreviverem, rapidamente estarão cheias de companheiras (basta um casal). Mas isso, não testemunharemos!

(colaboração: David Benedetti)

sexta-feira, 21 de maio de 2010

REVISÃO TÉCNICA: BARATAS III


Esta já é a terceira parte da revisão sumária que nos propusemos postar no Higiene Atual; portanto, quem não fez, sugiro ler antes as partes I e II.
Qual seria o nível tolerável de baratas em uma cozinha comercial, por exemplo? Nível zero, seria a resposta correta! A presença de baratas em uma cozinha de um restaurante, ou de uma indústria, é absolutamente inadmissível e não me venha com churumelas dizendo que é “impossível” erradicar as baratas de uma cozinha, que temos que aprender a conviver com elas e outros babados semelhantes. Conversa mole pra boi dormir! Tolerância zero é o objetivo de qualquer empresa controladora de pragas que se preze. Não estou dizendo que vai ser fácil, apenas digo que é possível sim, atingirmos níveis de controle absolutos de baratas em cozinhas comerciais e industriais. Temos armas e temos o conhecimento para tanto. As queixas dos profissionais que não alcançam esses níveis são as mais variadas, algumas até explicam, mas não justificam. É porque o proprietário não toma conhecimento do problema, é porque os azulejos estão quebrados, é porque eles lavam a cozinha todos os dias removendo os inseticidas aplicados, é porque os empregados da cozinha não preparam o ambiente previamente para que se possa tratar a cozinha corretamente, blá, blá, bla... Ora essa, uma empresa que se propõe assumir a responsabilidade de assinar o controle de pragas pelo estabelecimento, não pode curvar-se às adversidades e dificuldades, aliás bem típicas de nosso negócio, não é? Adaptação, criatividade e informação são as chaves para mudar um quadro adverso que esteja obstaculizando nosso trabalho.
Por que a barata alemanzinha é tão difícil de ser controlada na cozinha de um restaurante ou em uma lanchonete, por exemplo? Bem, lanchonetes, bares, padarias, rotisserias, restaurantes, cozinhas industriais e outros estabelecimentos assemelhados apresentam muitos aspectos em comum que facilitam sobremaneira a livre instalação e proliferação de baratas. Lembram-se do quadripé vital da biologia das baratas? Água – alimento – abrigo e acesso. Está tudo lá! Antes de qualquer outra discussão: quanto pior for a higiene do local, maior será a probabilidade de sobrevivência das baratas. A presença combinada de sujeira, restos alimentares, capas de gordura em maquinários e utensílios, altas temperaturas, umidade e completa falta de um programa de controle, são fatores que facilitam sobremaneira a intensa proliferação das baratas nesses locais. De seu quadripé biológico, qual o fator mais importante para as baratas em uma cozinha? Nas cozinhas comerciais e industriais, água e alimento são os fatores mais comuns e difíceis de serem equacionados, pelo próprio tipo de trabalho que ali é desempenhado, por mais limpo que seja esse ambiente. Um simples pedaço de pão esquecido atrás de uma geladeira já é suficiente para alimentar um séqüito de baratas durante um bom tempo e água, existe à vontade. Portanto, parece-nos que o pé de apoio mais frágil seria o abrigo, os esconderijos dessa população de baratas infestantes de uma cozinha. É por aí que devemos começar. Temos que demonstrar ao nosso contratante os problemas fundamentais representados pela existência de abrigos para baratas em uma cozinha e que se isso não for completamente corrigido, não conseguiremos entregar o que foi contratado. Eu sei que o proprietário ou o gerente tem mil outros problemas para resolver e talvez dê pouca atenção a nossos reclamos, mas temos que insistir nesse aspecto. Uma boa câmera fotográfica digital pode operar maravilhas na cabeça de nossos contratantes! Não esmoreça. Outra coisa, há que convencê-los que a limpeza úmida profunda, com água, sabão, escovões e mangueiras, deve ser executada antes que apliquemos os inseticidas, óbvio! Depois do nosso trabalho, só um pano úmido para remover respingos indesejáveis e nada mais, por um certo tempo.
Que métodos podemos utilizar para eliminar as infestações já existentes? Pulverização de calda inseticida ou iscas baraticidas? Essa é uma decisão de cada empresa, já que os dois métodos podem levar a bons níveis de controle. Mas, se queremos algo melhor, se queremos chegar ao nível zero de infestação, além das medidas corretivas do ambiente a que nos referimos, é preciso atacar o problema de forma mais rígida e abrangente. Quero sugerir o tratamento combinado empregando pulverização e iscas. Eu creio que os tratamentos iniciais de uma cozinha infestada devam ser executados pela pulverização de calda inseticida (à escolha do profissional), com freqüência mensal ou quinzenal inicialmente, pela técnica de tratamento localizado, onde o operador vai injetar a calda em todos os pontos onde possivelmente baratas se escondam. Nessa técnica, deve-se usar bico em leque ou em agulha. Leva mais tempo, porém o resultado final é bem melhor que outras técnicas. Uma vez debelado o grosso da infestação, no momento em que os focos principais já tenham sido extintos è os secundários reduzidos, podemos entrar com a aplicação de baraticidas gel (prefiro mais que pastas), aplicados em pontos os mais frequentados pelas baratas. A cada três meses, voltar a tratar por pulverização para eliminar focos insurgentes. Alguns aspectos muito importantes devem ser observados na adoção desse método:
· É vital a recuperação das estruturas danificadas ou que estejam dando abrigo a baratas. Isso é fundamental e deve ser negociado com seu contratante.
· Se o ambiente não for higienizado de forma correta, fotografe e exiba a seu contratante como prova. Seja impiedoso nessa cobrança!
· Orientar seu contratante para que não permita a entrada livre de embalagens de mercadorias e alimentos diretamente para a cozinha. Tudo deve entrar somente em caixas plásticas para as quais os alimentos e mercadorias tenham sido transpostos em uma área externa qualquer.
· Nunca use tratamento espacial (termonebulização ou atomização) em uma cozinha, sob risco de contaminar tudo que lá se encontre.
· Acerte uma freqüência operacional de acordo com o grau de infestação encontrado a cada instante. Isso é necessariamente mutante e dinâmico.
· Selecione os inseticidas e baraticidas a serem empregados, pela qualidade. Não abra mão disso! Os resultados compensarão (e muito) um eventual maior custo aparente da matéria prima.
Certamente há outros métodos e técnicas que eventualmente poderão conduzir a bons resultados, não discuto. O que relatei, é minha opinião pessoal, nada mais. Boa caçada e bons negócios!

segunda-feira, 17 de maio de 2010

REVISÃO TÉCNICA: BARATAS - PARTE II

Retomando nossa sumária revisão do tema Baratas (para os leitores que estão acessando o blog pela primeira vez, a Parte I deste tema está logo aí abaixo; sugiro sua leitura antes de ler este post), das mais de 4.000 espécies distintas de baratas já descritas cientificamente (e provavelmente outro tanto jamais observadas), como dissemos anteriormente, apenas umas poucas se aproximaram do convívio com o homem nos núcleos e centros urbanos. No Brasil, não mais de três ou quatro espécies percorreram esse caminho, a começar pela notória barata alemanzinha (Blatella germanica), também chamada de francesinha ou mesmo paulistinha, devido à alternância de bandas escuras e claras longitudinais no seu pronoto (o escudo protetor da nuca, sob o qual a cabeça está fletida), lembrando as listras da bandeira francesa ou paulista, como queiram; também é chamada de germânica, obviamente devido ao seu nome científico. Na verdade são apenas duas faixas escuras sobre um fundo mais claro. As baratas alemanzinhas adultas não medem mais que 1,5cm de comprimento; cor marrom em diferentes tons, mas os machos são mais claros que as fêmeas e as ninfas são bem escuras; produzem proles o ano inteiro, o que é favorecido por ambientes úmidos e com temperatura ambiente acima de 21°C (ex; cozinhas); a fêmea carrega consigo a ooteca (estojo de ovos) durante todo o tempo de maturação das pequenas ninfas em seu primeiro estádio e só a deixa quando a ooteca está pronta para eclodir liberando em torno de 30 a 40 ninfas, podendo chegar a 48 ou 50. Cada fêmea pode produzir cerca de 4 a 5 ootecas ao longo de sua vida que dura em torno de 200 dias. Preste atenção nessa fantástica capacidade de reprodução e o leitor vai descobrir por que controlá-las não é tarefa fácil. Todas as baratas são insetos de desenvolvimento por metamorfose incompleta (ovo-ninfas-adulto) e, segundo Noland (1949), a barata alemanzinha pode ir de ovo à adulta em cerca de 36 dias (temperatura ambiente de 30°C); contudo, a média em condições normais (27°C com 40% de umidade relativa do ar), oscila em torno de 50 a 60 dias. A B.germanica não aprecia viver a céu aberto, mas sob certas circunstâncias pode ser encontrada no peridomicílio. Em 1982, o conhecido especialista Frishman, o americano que algumas vezes já esteve no Brasil encantando-nos com suas animadas palestras sobre baratas, relatou haver encontrado uma pesada infestação de baratas germânicas no interior de um grande e velho aparelho de rádio no vestíbulo de um dos andares de um hospital, onde não havia qualquer fonte de água em um raio de 18m; depois de muito investigar, descobriu, conversando com o pessoal do hospital, que as baratas aproveitavam a noite para matar a sede na urina produzida por pacientes que não podiam conter a micção! Grande Frishman esse, muito criativo... alem de ótimo palestrante!
As baratas alemanzinhas são, como as demais baratas, de hábitos noturnos e evitam grandes movimentos durante o dia; costumam esconder-se em grandes grupos em lugares sempre próximos à fonte de alimento e umidade, o que faz da cozinha seu habitat predileto. Seus alimentos preferenciais são fermentados e resíduos de bebidas que fermentem (leite e cerveja). Baratas adultas podem viver até um mês sem alimentos, desde que não falte água, mas morrem em duas semanas sem ela. Qualquer rachadura nas paredes, vãos entre azulejos mal rejuntados, azulejos quebrados, buracos, fendas, gretas em cozinhas residenciais, comerciais ou industriais, são pontos de eleição para seus abrigos.
A segunda espécie sinantrópica de importância em nosso país, é a barata americana (Periplaneta americana) também chamada de barata dos esgotos (já perceberam, não!), cujos fósseis mais antigos datam de 6 ou 7 milhões de anos atrás, encontrados em cavernas ao lado de utensílios domésticos ancestrais. Essas danadas têm o péssimo hábito de voar e o fazem muito bem e alto (podem entrar por janelas abertas em prédios de 10 ou 12 andares), daí ganhando também o nome de baratas voadoras. Quem já escutou uma barata americana em pleno vôo, não se esquece jamais, pois parece um minihelicóptero; além do que, ela quase sempre termina seu vôo nos cabelos ou nos braços de alguma pessoa! É ruim, hem! É a maior das espécies domésticas podendo atingir até 5cm de comprimento; os machos são um pouco menores. De cor marrom-pinhão, têm uma característica banda amarela circundando o escudo protetor da cabeça e têm quatro asas, duas pesadas de proteção e sob estas, duas bem mais finas para vôo. Ao contrário das alemanzinhas, logo que forma a ooteca (estojo de ovos), a barata americana a deixa em algum ponto protegido e colada à superfície através de uma substância pegajosa produzida pela mãe. Depois de aproximadamente 38 a 49 dias (dependendo das condições ambientais de temperatura e umidade) a ooteca eclode liberando de 6 a 16 ninfas (média de 9); a barata americana pode produzir cerca de 90 ootecas durante sua vida que pode chegar a 2,5 anos. Preferem habitar lugares quentes, úmidos e escuros (ex: rede de esgotos, porões, caixas de gordura, fossas, ralos e drenos, embaixo das pias e ao redor de canos de água, armários de cozinha, etc. Foi considerada o inseto mais rápido da Natureza. São fascinadas por líquidos fermentados (dica: pão com cerveja é uma isca irresistível!). Os escorpiões fizeram dessa barata, seu alimento preferencial nas cidades.
A terceira espécie sinantrópica mais prevalente em nosso país é a barata oriental (Blatta orientalis) que não consegue voar porque suas asas são muito curtas; nas fêmeas são tão curtas que o terço distal do abdômen fica exposto, o que nos permite identificar essa espécie facilmente. Das espécies domésticas, é mais vagarosa e menos cautelosa, expondo-se com freqüência. Vive em grandes grupos misturados entre adultas e ninfas e são muito encontradas em monturos de lixo e esgotos. Têm cor marrom bem escuro e medem cerca de 3cm de comprimento. A fêmea carrega sua ooteca por cerca de 30 horas para depois depositá-la em lugar quente e protegido, sempre próximo a uma fonte de água. No interior da ooteca, 16 ovos se desenvolvem por um período aproximado de 42 a 81 dias, dependendo das condições ambientais. A fêmea pode produzir cerca de 18 ootecas ao longo da vida que termina em torno dos seis meses. Essa espécie é a que causa mais repulsa porque seu contato corporal com a pele das pessoas é total (as fêmeas encostam seu corpo inteiro na superfície onde param) e seus movimentos são lentos. Quem já passou por essa experiência, não se esquece!
Há ainda mais uma espécie a citar, a Pycnoscellus surinamensis, a barata do Suriname, uma espécie não autóctone que está entrando em alguns pontos de nosso país. Alimenta-se principalmente de raízes (atenção aos vasos ornamentais no interior das residências!).
OK, agora podemos pensar em abordar a questão do controle das baratas domésticas. Só pensar, porque comentar fica para um próximo post! Não perca neste mesmo batblog!











quinta-feira, 13 de maio de 2010

REVISÃO TÉCNICA: BARATAS - PARTE I

A julgar pelo volume de solicitações que recebemos após a postagem da Revisão Técnica Pulgas, parece que a forma (e/ou o conteúdo) agradou a nossos leitores. Então, para que não se diga que não falei de flores, aqui vai outra revisão, agora sobre as baratas. É resumo, mas mesmo assim vamos ter que dividir em partes e ir postando aos poucos, porque o assunto é vasto, grande mesmo!
Sabem qual a idade das baratas em nosso planetinha? Apenas 350 milhões de anos. Os hominídeos mais antigos datam em torno de 13 milhões de anos, mais ou menos (sabemos disso pela datação dos fósseis já estudados); quer dizer, as baratas já estavam na Terra muito tempo antes do surgimento da espécie humana, tal como a conhecemos. Eu diria que estão bem mais evoluídas que nós! São mais de 4.000 espécies de baratas que já foram cientificamente descritas em todo o globo, embora apenas uma meia dúzia acabou se sinantropizando (vivendo em torno do homem) e nos causando muitos problemas. Até hoje os estudiosos discutem onde seria a origem das baratas, mas a voz corrente é que provavelmente se originaram em regiões tropicais onde predominam o calor e altos teores de umidade ambiental. Eles também concordam ao dizer que a época onde as baratas mais se disseminaram em toda a Terra, foi na época das grandes navegações e descobrimentos, quando as espécies asiáticas e européias passaram a ser transportadas pelas caravelas, naus, bergantins, chalupas e assemelhados. Onde houvesse uma carga em um porão, as baratas também se acomodavam folgadamente. Porões fétidos, sem circulação de ar, úmidos por natureza, com alimentos mal armazenados para a marujada que ali mesmo fazia suas refeições, pratos e utensílios mal lavados, restos e migalhas por toda parte, um verdadeiro paraíso para as baratas. Sem inimigos naturais a bordo, proliferavam livremente aos montões. Desembarcavam nos portos no interior das caixas mal rejuntadas da carga, desciam ativamente pelos cabos de amarração das embarcações e encontravam um novo mundo pronto para ser infestado. Em terra firme, um porto imundo na maioria das vezes, casas e galpões insalubres, taperas comprometidas e esburacadas, esgotos a céu aberto (geralmente uma vala contínua no centro dos arruamentos), lixo doméstico por toda parte e pouca ou nenhuma noção e comprometimento com a limpeza por parte dos cidadãos da época. Foi provavelmente a época de ouro na história das baratas! Como se sabe hoje, as baratas são caçadoras vorazes de percevejos, principalmente os sugadores de sangue que teimam em se esconder em nossos colchões (hoje, esses percevejos –bedbugs- estão assumindo papel cada vez mais preocupante especialmente em países de clima mais frio). Em seu interessante livro Viagem (1885), E.Foster nos conta que ele e todos os demais passageiros a bordo de um navio passaram noites terríveis sendo sugados por verdadeiras hordas desses percevejos (Cimex lectularis), até que aportaram na Ilha de Santa Helena (aquela mesma que serviu de prisão exílio para Napoleão). Ali, junto com uma determinada carga, subiu a bordo um grande número de baratas americanas (Periplaneta americana) que, pouco tempo depois, havia crescido enormemente em número. A partir disso, o número de percevejos foi declinando até desaparecerem. Em 1969, Mallis confirmou em estudos laboratoriais que as baratas americanas eram violentas predadoras de percevejos, atacando-os e devorando-os, o que explicou o fato relatado por Foster quase um século antes. Bem, a barata não é tão boazinha como pode parecer. Na verdade ela está envolvida diretamente na disseminação de inúmeras bactérias, fungos e vírus, alguns patogênicos (causam doenças) ao homem e aos animais, embora até hoje não se tenha descoberto nenhuma doença onde a barata atue como vetor biológico. Centenas de estudos já ligaram as baratas a certas doenças como conjuntivites, gastroenterites, infecções urinárias, toxinfecções alimentares, gangrenas gasosas, infecções de ferimentos, pneumonias, alergias, certas verminoses, micoses, hepatites, amebíases, giardíases e a poliomielite, porque dentro ou fora de seus corpos já foram encontrados os agentes causais dessas doenças. Chega ou querem mais?
São onívoras (comem qualquer tipo de alimento), mas preferem alimentos amiláceos como os cereais em todas as suas formas, alimentos adocicados ou açucarados e derivados do leite. Na sua dieta, figuram queijos, cerveja, couro (como o dos sapatos, roupas, cintos e móveis), cabelos, papel de parede, papéis em geral, selos postais, cola de caixas de papelão e qualquer matéria orgânica em decomposição (isso inclui cadáveres, naturalmente); gostam de frutas, especialmente as carnudas como as bananas, mangas, mamões, abacaxis e morangos. Todavia, não se contentam em nos roubar alimentos. Elas tem o péssimo hábito de anunciar sua chegada e passagem através de um odor execrável e nauseabundo, alem de deixar uma grande quantidade de fezes atrás de si. Esse odor repugnante para a maioria das pessoas, é resultante da combinação de seus excrementos com um fluido secretado por suas glândulas abdominais de cheiro, mais um outro fluido escuro regurgitado quando estão se alimentando. Quanta porcaria junta, não?
No mundo atual, as baratas acabaram encontrando novas maneiras de nos aborrecerem. Esses fluidos corporais a que nos referimos, atacam e oxidam rapidamente circuitos impressos, cabeças de leitura ótica e fios de diferentes aparelhos eletro-eletrônicos. Equipamentos de som e computadores são suas vítimas cotidianas.
Bem, o tamanho da encrenca já está mais ou menos delineado. Os leitores já tem bastante munição para explicar a seus clientes o perigo potencial das baratas. Podemos ver agora as espécies sinantrópicas predominantes em nosso país. Agora não, porque este post já está grande demais. Em alguns dias continuamos, certo? Não percam a Parte II.

terça-feira, 20 de abril de 2010

COMO SE CHAMA A BARATA?

Neste país da resposta pronta, imediatamente alguém diria: - “Não as chamamos... elas vêm por conta própria”. Piadas à parte, apenas como curiosidade, relacionamos os nomes locais que as baratas recebem em diferentes países. Vejam só:
- em português: barata
- em espanhol: cucaracha
- em inglês: cockroach (ou simplesmente roach)
- em francês: caffard
- em japonês: gokiguri (ou aburamushi)
- em chinês: catchá
- em italiano: scarafaccio
- em holandês: kakkerlak
- em alemão: schabe (ou kakerlake)
- em russo: tarakani
Aceitamos contribuições, caso você saiba o nome da barata em outra língua, além dessas aí citadas, OK?

domingo, 7 de março de 2010

CRENÇAS E CRENDICES Parte III

- As três espécies de roedores urbanos (sinantrópicas) nunca são encontradas no mesmo ambiente, porque os ratos pretos (R.rattus) eliminam os camundongos (M.musculus) e as ratazanas (R.norvegicus) eliminam os ratos pretos, certo? Errado! Embora não tão freqüente, podemos sim encontrar as três espécies comensais compartilhando o mesmo ambiente, bastando que cada espécie ocupe um nicho diferente e haja alimento à vontade para sustentar todas as diferentes colônias. De fato, a ratazana por ser de maior porte e mais agressiva, prevalece sobre ratos pretos e camundongos e os elimina em confrontos diretos. Sucede que esses confrontos raramente acontecem, primeiro porque as duas espécies menores, ao perceberem que seu território foi invadido por ratazanas, procuram imediatamente fugir e saem em busca de outro local onde possam estar mais seguras. E segundo, porque cada espécie tem seu nicho próprio: as ratazanas procuram o subsolo para fazer suas tocas e ninhos, os ratos pretos buscam permanecer longe do solo e os camundongos procuram aninhar-se em desvãos diminutos. Vi dois tipos de situações onde as três espécies conviviam. Uma foi em um Supermercado onde alimento não era problema para nenhuma das espécies infestantes; ratos pretos no forro de onde desciam somente para se alimentar, ratazanas em tocas escavadas nas junções de paredes e piso da área de serviço, entrando e saindo na área comercial e camundongos alojados em motores de balcões e gôndolas frigorificadas. A outra situação foi em granjas (avícolas e suinícolas) onde a ração dos animais provia todo o alimento que os roedores infestantes necessitavam: ratazanas esburacando o solo, ratos pretos alojados nas estruturas de sustentação dos telhados dos galpões de criação e camundongos aninhados nas pilhas de sacos de ração e de outros materiais. Portanto, ao inspecionar alguma instalação em busca de sinais que lhe permitam identificar a espécie infestante, admita a possibilidade de existir outras espécies presentes e procure as evidências. Lembre-se: as técnicas de combate são diferentes para cada espécie comensal.

- “As baratas têm os olhos tão desenvolvidos que conseguem enxergar em plena escuridão”. Não mesmo! Sendo um inseto noturno, as baratas não se orientam pela visão quando em plena escuridão. Para começar, as baratas tornaram-se ativas durante a noite e escondem-se durante a luz do dia, para terem mais chances de escapar de seus predadores que são incontáveis. Afinal, devido ao alto teor protéico das baratas, são elas alvos permanentes de uma série de predadores naturais: qualquer ave aprecia uma barata no almoço com destaque para as galinhas, incansáveis ciscadeiras, gatos brincalhões adoram treinar suas patadas em fugazes baratas que se expõem indevidamente, até ratos podem se aproveitar de um momento de descuido e mastigar uma barata mais lerda. Durante a noite, as baratas, tão permanentemente em risco durante o dia, podem relaxar e sair em busca de alimentos e água. Mas, isso se não houver algum voraz escorpião por perto, um aracnídeo também noturno. Como a escuridão impede a boa visão (exceto para os caçadores noturnos que desenvolveram a chamada “visão noturna” como os felinos, jacarés, corujas e cobras), a opção evolutiva das baratas foi desenvolverem outros sentidos e, quando na escuridão, orientam-se através do tato e do olfato (ambos situados em suas antenas). Seus olhos são relativamente pequenos e situados na cabeça que fica sempre fletida para baixo, abrigada por um escudo protetor. Portanto, baratas não enxergam bem no escuro.
Aliás, aí vai uma pitada de Cultura Inútil: os romanos dos primeiros tempos de sua civilização, chamaram as baratas de “lucífugas” (as que fogem da luz) e só mais tarde é que mudaram o nome para “blatta”.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Blatafobia = medo de baratas

Já vi muito marmanjo pular da poltrona onde estava refestelado ao simples surgimento de uma insólita barata no cenário. Já vi muito machão disfarçar quando a mulher grita: "- Uma baraaaata!". Já vi muito barbado enfrentar uma barata casual armado de uma vassoura de cabo o mais longo possível e cansei de rir quando, após uma valente vassourada, daquelas de quebrar espinha de gato, o valente ficar com dois pedaços da vassoura nas mãos. Afinal, por que tanta gente tem tanto medo de baratas? E será que todas as espécies domésticas de baratas provocam a mesma reação de repulsa e de asco?
Tentando responder, ao que parece, a reação da espécie humana ante a visão de uma solerte barata é diretamente proporcional ao tamanho da dita cuja, quer dizer, quanto maior for a barata, maior será o medo do cidadão. As pequenas baratas alemãzinhas tão comuns nas cozinhas (Blatella germanica) não dão muito susto na moçada, mas uma barata de esgoto(Periplaneta americana), já taludinha, é capaz de provocar reações nada dignificantes em muitos espécimes humanos do sexo masculino. Cruz credo!
Está bem, eu também não gosto de baratas e olhe que não estou depondo como profissional do ramo. Acho até que ninguém gosta. Essa sensação de aversão que sentimos pelas abjetas baratas tem muito a ver com nossos tempos lá nas cavernas ou nos tempos em que morávamos em casebres feitos de barro e cobertos de palha, quando ainda não tinhamos mínimos conceitos de asseio corporal e higiene ambiental. As baratas estiveram entre os primeiros animais que logo perceberam as enormes vantagens de viver onde o homem vivia. Pouca limpeza, restos de alimentos por toda parte, migalhas, lixo não recolhido, faziam de nossas habitações verdadeiros paraisos para baratas de diferentes espécies. Contudo, vamos e venhamos, o contato físico de nossa pele nua com as pernas ásperas de uma barata, está bem longe de ser uma sensação agradável! Acordar no meio da noite com uma baratona raspando o canto de nossa boca onde uma gota de leite havia ressecado, deve nos ter gerado uma enorme aversão, bem anterior ao momento em que reconhecemos nas baratas o papel de disseminadoras de bactérias potencialmente perigosas.
Deve ser por isso!