Mostrando postagens com marcador Mus musculus. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Mus musculus. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

COMPORTAMENTO E HÁBITOS SOCIAIS DO CAMUNDONGO (Mus musculus)

E, agora,os camundongos. Vocês sabiam que quando se trata da defesa do território ou das fêmeas de um grupo, os camundongos machos podem se tornar extremamente agressivos e envolvendo-se em lutas que podem ir até a morte de um dos contendores? Na maioria das espécies animais, as lutas terminam quando um dos contendores se dá por vencido e bate em retirada; pois entre os camundongos, a luta só termina quando um macho se sobrepõe ao outro e o mata ou o perdedor se submete completamente ao vencedor. Que coisa, tão pequenininho e tão bravo! Quando há fêmeas presentes, o grupo familiar se desenvolverá com um macho dominante, auxiliado ou não por uma ou mais fêmeas adultas quando há necessidade de defender o território. As fêmeas não se locomovem em busca de outros territórios; isso cabe aos machos quando atingem a idade adulta de quatro meses. É comum encontrarmos duas ou mais fêmeas compartindo o mesmo ninho, cada qual com sua prole em aleitamento. Cada grupo familiar estabelece um território de aproximadamente 3,5m de raio e é tridimensional (para os lados e para cima). Com um território tão limitado, é comum encontrarmos vários grupos familiares dentro de um mesmo depósito de alimentos, por exemplo. Contudo, quando as colônias se estabelecem a céu aberto (sempre próximas às fontes de alimentos, como por exemplo em granjas avícolas ou suinícolas), não ocorre essa definição precisa de territórios e as trilhas são utilizadas por todos como se fossem de um único grupo. Como os ratos, os camumdongos machos adultos marcam os limites de seus territórios com sua urina particularmente concentrada misturada com secreções de sua glande prepucial. A urina do macho também deflagra o cio nas fêmeas do grupo e é capaz de atrair outras fêmeas de outros grupos. Outro comportamento individual do camundongo é seu hábito de apenas mordiscar uma porção de alimento encontrada em seu território e em seguida sair em busca de outra porção, mesmo que se comesse da primeira porção encontrada, iria se satisfazer plenamente. Esse comportamento parece estar ligado ao sistema nervoso dessa espécie: sendo presa fácil para gatos e também para eventuais ratazanas e ratos pretos que cruzem seu caminho, os camundongos não podem se dar ao luxo de ficar exposto por muito tempo, nem para se alimentar. Portanto, comem um pouquinho aqui, outro pouquinho ali e vão levando a vida. Não poderia deixar de comentar que os camundongos (Mus musculus) são animais dotados de intensa curiosidade (neofilia) por objetos novos que surjam em seu território, daí advindo o relativo sucesso no combate através de ratoeiras, armadilhas e outros artefatos. Para sorte nossa!

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

ESTRUTURA SOCIAL E COMPORTAMENTOS SOCIAIS DA RATAZANA (R.norvegicus) – Parte II

Eu dizia em post anterior que graças aos estudos de uma série de pesquisadores há algumas décadas atrás (esqueci-me de incluir Barnett entre eles), hoje sabemos muito sobre a biologia, os mecanismos sociais e a estrutura social dos roedores sinantrópicos, especialmente do Rattus norvegicus, a ratazana. Por exemplo: o significado social dos sons emitidos pelas ratazanas ainda não foi bastante estudado. Sabe-se que os sonidos emitidos pela prole em aleitamento quando sente frio, quando deixada fora do ninho ou com fome, desperta na mãe determinados comportamentos de atenção. Mas os guinchos de adultos quando atacados e mesmo de fêmeas defendendo sua prole, não provoca nenhuma reação nos demais. Aliás, são sintomas de agressividade e prontidão para a luta o craquejar dos dentes, os pelos eriçados principalmente nas costas, as pernas estendidas, a espinha arqueada e o flanco exposto ao adversário. É briga na certa! Outro comportamento materno: ela expulsa do ninho os derradeiros remanescentes da prole entre 60 e 85 dias de idade, esteja ela prenhe ou não; as mães em aleitamento tendem a ser particularmente agressivas com os filhotes com mais de 46 dias de idade. Pressupõe-se que o reconhecimento de outros membros da mesma colônia se dê em bases olfativas. Fêmeas no cio procuram atrair machos esfregando as laterais do corpo e a região anal em obstáculos e também no solo; somente depois de começar a ter essa atitude é que a fêmea permitirá o acasalamento. Aliás, fêmeas no cio podem ser perseguidas incansavelmente por diversos machos, até impedindo que ela se alimente ou beba água. O macho dominante de uma família defende o grupo de fêmeas da aproximação de outros machos, mesmo quando as fêmeas não estão no cio. Enfim, há uma enorme variedade de conhecimentos sobre os mais diferentes aspectos da biologia e dos comportamentos sociais do R.norvegicus, assim como há do Rattus rattus e do Mus musculus. Qualquer hora dessas, eu comento um pouco sobre isso, OK?

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

UM DIA NA VIDA DE UM CAMUNDONGO (Mus musculus) – Parte II


Estávamos acompanhando a saga de um dia na vida de um camundongo em post anterior. Pois ele acaba de expulsar um rival invasor; cheio de testosterona e adrenalina, é bastante provável que prontamente procure uma de suas esposas para acasalar-se repetidas vezes, caso ela esteja no cio ou próximo a ele.
Dispersão natural:- a família de nosso herói tinha anteriormente seis filhos machos que ao atingir suas respectivas maturidades sexuais, foram, como é usual, banidos pelo pai do território onde nasceram tão logo começaram a se interessar pelas fêmeas da colônia. Essa dispersão natural dos machos para outras áreas adjacentes de moradia e alimentação, combinada com o veloz crescimento populacional, é a razão pela qual os camundongos rapidamente conseguem se espalhar por toda uma área construída, formando novas colônias, assim que consigam atrair a atenção de uma ou mais fêmeas nômades.
DICA PARA O CONTROLE:- quando você encontrar camundongos ou sinais deles em diversos andares de uma edificação, não pense que se trata de uma só colônia com camundongos que gostam de deambular para cima e para baixo em busca de alimentos. Na verdade, você estará diante de uma infestação composta por várias colônias, cada qual em seu delimitado território. Você terá que iscar (ou colocar armadilhas de captura, a seu critério) em cada território individualmente.
Depois de ter reconhecido seu território, se alimentado um pouco, localizado e expulsado um intruso e coberto uma fêmea, nosso solerte herói tem fome novamente. Ele retoma uma série de circuitos buscando alimento que ele sabe onde encontrar, mordiscando aqui e ali pequenas porções durante toda a noite, comendo cerca de 20 vezes ou mais. Em um ponto do território, ele chega ao seu local favorito de alimentação onde para mais tempo que nos demais pontos, sob uma prateleira onde um saco de alpiste anteriormente roído por ele, derrama sempre alguns grãos no chão.
DICA PARA O CONTROLE:- um forte cheiro típico de camundongos (quem conhece, reconhece) e muitas fezes em pontos onde haja alimentação, demonstram os locais preferidos desses pequenos roedores. Tais pontos, certamente, são os melhores para que ali coloquemos nossa isca raticida ou algum artefato de captura. Camundongos são animais muito curiosos (neofilia), enquanto seus primos ratazana e rato preto são muito desconfiados (neofobia). A presença de um artefato de captura recentemente colocado em seu território, certamente vai despertar sua atenção e curiosidade; esse objeto será prontamente investigado e pode capturá-lo. Pela mesma razão, iscas raticidas (de boa qualidade) podem ser ingeridas na mesma noite em que colocadas nos pontos certos de presença e passagem dos camundongos. Mas, lembrando do fato de que eles apenas mordiscam um alimento encontrado e já partem para buscar outra porção de alimento, divida a isca em pequenos monturos afastados por um palmo de distância mais ou menos; dessa forma, ele vai mordiscar em vários montículos da isca e acabará por ingerir a dose que o eliminará.
Mais uma vez voltando ao camundongo de nossa história, finalmente, já na noite avançada, ele está cansado e de barriga cheia. Decide voltar ao ninho para um merecido descanso. Aninha-se, mas não dorme imediatamente. Começa a executar uma minuciosa limpeza de seu pelame através de vigorosas lambidas, retirando todas as sujidades que ficaram aderidas a suas patas, cauda ou pelos. Passa um bom tempo nisso. O sono vence e ele dormita um pouco. Acorda mais tarde, retoma a limpeza do pelame e volta a dormir. Continuará assim pelas próximas 12 horas enquanto o dia lá fora está claro e há muito movimento de pessoas.
E assim, passa-se mais um dia na vida de um bravo camundongo; mais um dos 365 dias que totalizam sua vida inteira...

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

UM DIA NA VIDA DE UM CAMUNDONGO (Mus musculus) – Parte I


A luz do dia começa a desaparecer e surgem as primeiras lâmpadas acesas. Com elas também surge um focinho cercado de longos bigodes cheirando nervosamente o ar, saindo cauteloso de um pequeno buraco na junção da parede com o chão. É um camundongo macho adulto, líder de uma família composta de algumas fêmeas e diversos filhotes em diferentes idades, vários ainda não desmamados, que esteve esperando horas por esse momento no vão oco da parede onde mora. Expondo somente a cabeça, ele fica estático por um segundo ou dois, cheirando nervosamente o ar ambiente em busca de odores que podem denunciar a presença de seus atávicos inimigos naturais, o cão e especialmente o gato. Será que existe algum perigo? Como todos os camundongos ele enxerga mal na escuridão, pois não dispõe, como os gatos, de visão noturna; seus olhos negros hipertireoideanos (globosos) vêem pouco, não muito longe na semiescuridão daqueles minutos onde a noite começa. Em compensação, esse formato globoso dos olhos lhe dá a condição de perceber qualquer coisa se movimentando na mais completa escuridão. Por isso, o camundongo tem que confiar mais em seus outros sentidos. Suas narinas trêmulas e seus ouvidos ampliados por orelhas em forma de concha acústica, lhe dizem: “tudo bem!”. E assim, o camundongo começa a percorrer o primeiro de vários circuitos idênticos que fará em seu conhecido território aquela noite. Ele visitará inúmeros pontos daquela área, a qual conhece tão bem, confiando muito mais em sua notável memória quinestésica (uma gravação subconsciente de uma série de movimentos musculares e deslocamentos em diferentes sentidos) do que em seus olhos, ouvidos e focinho. Vira à direita e corre 20 passos, pára e vira à esquerda em diagonal e corre 10 passos, sobe pela lateral cerca de 0,5 metro e chega ao saco de farinha de trigo que ele havia localizado uma semana antes. Come um pouquinho nervosamente e já se movimenta para buscar outra fonte de alimento, mesmo tendo uma saca inteira à sua disposição. Ele sabe que não deve ficar parado por muito tempo, pois é aí que mora o perigo, um gato pode estar esperando por ele exatamente nesse ponto e então... babau, já era um camundongo. Estimulado pelo ato alimentar, seu intestino funciona e ele rapidamente defeca algumas cíbalas. Vira o corpo novamente, anda cerca de 50 cm e encontra outro alimento; mordisca um pouco de aveia caída na prateleira através do orifício que roera na embalagem dias antes. Sai para a direita e anda 12 passos. Um momento! Onde está a caixa de sementes de girassol onde ele complementou sua refeição ontem mesmo? Afinal, ele precisa ingerir cerca de 5 g de alimento por noite.
Mudança de posição:- uma caixa que foi movida de lugar representa um verdadeira crise para o camundongo. Seu universo mudou! A vida ficou mais complicada para ele e nosso herói interrompe sua atividade normal. Na próxima hora ele vai reexplorar seu território, investigando qualquer objeto velho ou novo. Assim ele reestabelece suas rotas e reprograma a memória para seus movimentos musculares, de forma que novamente consiga deslocar-se livremente pela área de seu território, o qual na verdade não é grande: 3 m para cada lado e para o alto.
DICA PARA O CONTROLE:- a mudança de lugar dos objetos na área infestada por camundongos, ajuda a aumentar a eficácia de ratoeiras, armadilhas e das iscas raticidas, pois os camundongos irão investigar as mudanças ocorridas em seu território. Um sistema permanente de mudança ativa dos objetos e estoques pode auxiliar grandemente o combate a camundongos nos depósitos, armazéns e despensas.
Tudo inspecionado e memorizado novamente, nosso camundongo retorna à sua rotina de percurso do território e de alimentação. Mas, agora, ele não está mais sozinho. Na verdade, o camundongo raramente está só, simplesmente porque em matéria de reprodução o camundongo deixa o coelho envergonhado de seu desempenho. Atrás dele, surgem “as esposas”, sim porque ele mantém um harém e um bando de filhotes já desmamados que estão em fase de aprendizado; estão acompanhando suas mães as quais lhes ensinam certos fatos da vida! Os filhotes machos têm curta autorização para ficar nesse território, pois ao primeiro sinal de aproximação de sua maturidade sexual, o macho líder do harém (seu pai, por sinal) os expulsa na base da cacetada. Eles que se mudem para outra freguesia e que vão formar suas próprias famílias. Os filhotes fêmeas têm permissão do pai para seguir morando no mesmo território, onde vão se tornar novas esposas do pai ou podem abandoná-lo se assim o quiserem. Muito liberal esse sistema! O camundongo fêmea atinge sua maturidade sexual em torno de 30 ou 40 dias depois que nasceu, tem de 6 a 8 cios por ano e produz de 6 a 7 filhotes por ninhada, cerca de 19 dias depois de ter sido coberta pelo macho. Dois dias depois do parto ela já está entrando no cio novamente e poderá ficar prenhe mais uma vez. Pense só nisso: todos os seus filhos, netos, bisnetos e tataranetos podem ter filhos no mesmo ano! Se todos esses descendentes vivessem, o que não ocorre, pois a taxa de mortalidade pode ser alta na comunidade por diferentes fatores, um único casal de camundongos poderia, teoricamente, gerar até 5.000 descendentes em um só ano.
Um defensor agressivo:- vamos voltar ao nosso valente personagem. Enquanto percorria seu território, suas narinas detectam o odor de outro camundongo macho adulto. Ele o procura, já cheio de testosterona, e o localiza a meio metro de distância, percebendo de imediato que se trata de um forasteiro invasor. Usando todo o peso de seus 20 g, nosso valente camundongo atira-se fortemente contra o invasor e trava com ele uma violenta luta de agarrões, dentadas, recuos e investidas de ambas as partes. Os camundongos da vida real nada têm a ver com os tímidos e carinhosos camundongos dos desenhos animados que estamos acostumados a ver na TV. Na vida real eles são agressivos protetores de seu território e do seu status social na colônia. A família de um camundongo é constituída de um macho dominante, duas ou três fêmeas reprodutoras e um bando de filhos. Em caso de invasão do território da colônia, não raro as fêmeas também se envolvem diretamente na pancadaria e juntos, os adultos, botam o invasor para correr, ou morrer. Na verdade, o território de uma colônia de camundongos é surpreendentemente pequeno. Vai de seu ninho localizado no vão da parede, do qual sai por um discreto orifício que eles roeram, continua por não mais de 3 ou 4 metros de piso livre, sobe pelas prateleiras e passa por uma série de caixas e caixotes, algumas ripas e caibros até chegar de volta ao ninho. Como a maioria dos camundongos, nosso herói viaja no máximo 4 ou 5 metros de seu ninho; raramente encontramos um território de camundongos maior que 8 metros de diâmetro.
DICA PARA O CONTROLE:- No ponto em que você avistar um camundongo (ou lhe informarem onde foi observado) ou você observar evidências de sua presença (fezes, roeduras, etc), imagine uma meia esfera tridimensional de 3 metros de raio em todas as direções. Esse será o provável território da colônia infestante, área dentro da qual você deverá executar o combate. Portanto inspecione cuidadosamente essa área para saber onde colocar seus raticidas (ou artefatos de captura).
E o que mais sobre o dia de nosso herói camundongo? Bem... aguardem um próximo post de continuação dessa saga, OK?

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

UM POUQUINHO SOBRE OS CAMUNDONGOS (Mus musculus)


Acho que já comentei aqui mesmo neste blog que estou finalizando mais um GTO – Guia Técnico Operacional – desta feita sobre roedores e seu controle. Projeto antigo, venho coletando informações e dando forma ao livro já há alguns anos, uma vez que quero que esse Guia seja bem abrangente e de fácil leitura. Antes que me perguntem quando vai ficar pronto, já vou dizendo que ainda falta escrever alguma coisa, mas eu diria que cerca de 80% já está escrito. Como já fiz anteriormente (Sobre Dinossauros e Roedores, artigo publicado em recente edição da revista da ABCVP), pincei um pedaço do GTO que estou escrevendo e transcrevi, adaptando para o blog do Higiene Atual, a fim de que nossos leitores sintam o gostinho, uma provinha somente.
Nosso conhecido camundongo (Mus musculus) tem sua vida inteira em um período curto de 9 a 12 meses, razão pela qual atinge a maturidade sexual bem cedo, cerca de 6 a 10 semanas após seu nascimento. A prenhês também é bem curta, cerca de 19 a 21 dias e as proles geralmente se situam entre 5 e 6 filhotes. A fêmea entra em cio entre 5 e 10 vezes em sua vida e o canibalismo dos filhotes é raro, geralmente ocorrendo quando a fêmea está em trabalho de parto e algum distúrbio o interrompe . Então, os camundongos têm que aproveitar a vida, porque essa sim é uma vida curta! E aproveitam: são onívoros (comem de tudo), andam por toda parte subindo e descendo com facilidade, os machos dominantes formam seu próprio harém e banem os filhos machos de seu território quando eles atingem a maturidade sexual, alojam-se em pequenos espaços fazendo ninhos cuidadosamente forrados de materiais macios e pelos da própria mãe, só se expõem à noite a fim de evitar os riscos dos passeios diurnos, têm olhos globosos especializados em perceber movimentos mesmo na escuridão (olha o gato aí, gente!). Tendo comida, até que levam uma boa vida. Se não fosse seu ponto fraco: a curiosidade. Ah, a maldita curiosidade que já causou tantas mortes entre os camundongos! Sentem uma atração fatal por qualquer objeto novo que tenha surgido em seu território (3 m de raio e 3m para cima). É algo novo? Lá vão eles investigar, cheirar, olhar bem, tocar e... TLEC! A ratoeira liquida essa farra. Seus primos maiores como a ratazana e o rato preto são desconfiados e não se arriscam com objetos novos e com isso vão sobrevivendo. Apesar de enorme quantidade de modelos diferentes de ratoeiras e armadilhas que existe no comércio, a boa e velha ratoeira tipo “quebra-costas”, parece ainda ser das mais eficazes no combate a camundongos. Dessas, as mais modernas até dispensam o uso de iscas (que a gente vê nos desenhos animados especialmente), pois possuem uma plataforma que aciona o mecanismo de disparo sob o peso do camundongo que ali sobe para investigar o objeto. Para combatê-los, quando a infestação ainda é leve, uma campanha usando ratoeiras (várias ao mesmo tempo) pode ser capaz de controlar o problema, mas se a infestação tornou-se pesada antes da intervenção, é bom pensar no uso de rodenticidas. E daí, surge um problema: muitos cadáveres vão acabar escondidos das vistas e em poucos dias um terrível mau odor vai tomar conta do ambiente. Pior a emenda que o soneto! Algumas empresas controladoras fazem uso das armadilhas colantes que, facilmente localizáveis, contornam parcialmente esse problema. De qualquer forma, não é tão fácil assim combater camundongos como pode parecer a uma primeira vista. Primeiro, porque se você viu um na área, nunca pense que ele está sozinho (ou sozinha); geralmente há uma numerosa família escondida só esperando a noite cair para cair na farra. Eles roem, e como roem! Atacam especialmente os cereais em grão que não estejam em recipientes muito bem fechados, não desprezam doces e bolos, deleitam-se com tortas, pães e quitutes. Sentem de longe o cheiro apetitoso de um raticida, especialmente de boa qualidade, para sorte nossa. Para aumentarmos a eficácia das iscas raticidas que estamos empregando, devemos dividir o conteúdo de um sachet em três ou quatro montículos separados por, digamos, um palmo de distância. Lembre-se que os camundongos são mordiscadores, isto é, apenas mordiscam um alimento e já saem em busca de outro abandonando o pitéu anterior. Com esse artifício de repartir a isca raticida, o camundongo vai ingerir um pouquinho no primeiro montículo, um pouquinho no segundo e assim por diante; quando ele tiver satisfeito... um abraço, um camundongo a menos na casa. Aceitam muito bem os raticidas em blocos, principalmente aqueles que têm menos parafina. Os pontos de passagem e visita dos camundongos em um ambiente são facilmente localizáveis pela presença de suas fezes em quantidade.
Outro dia falo um pouco mais, está bem?