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segunda-feira, 5 de novembro de 2012

EXTRA, EXTRA: FINALMENTE O "CHUMBINHO" FOI BANIDO!

Hoje (05/11/2010) a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) anunciou a proibição de produção, comercialização e uso de qualquer agrotóxico à base de aldicarb, um defensivo agrícola fabricado pela Bayer com o nome comercial de Temik que, embora destinado contra ácaros e nematódeos exclusivamente em culturas de batata, café, citros e cana de açúcar, vinha tendo desvio de uso e empregado ilegalmente como raticida há muitos anos. Vendido em qualquer esquina e feiras livres nos centros urbanos em pequenos frascos daqueles que se usa em certos antibióticos injetáveis, a um preço muito barato, o agrotóxico tornou-se popularmente conhecido com o nome de “chumbinho” e passou a ser responsável por quase 60% dos 8.000 casos de intoxicação humana que ocorrem no Brasil quase todos os anos. A Bayer anunciou que encerrou as importações do ingrediente ativo aldicarb, sua industrialização e comercialização, comprometendo-se ainda a efetuar o recolhimento de qualquer sobra do produto em posse de agricultores. O criminoso comércio do tal chumbinho, geralmente a pessoas desavisadas e de baixa renda, provocou incontáveis acidentes intoxicativos em humanos e animais, muitos dos quais foram a óbito. Há também incontáveis registros de tentativas e assassinatos cometidos com esse produto. Vamos ver qual será a reação da bandidagem, talvez contrabandeando o produto de algum país vizinho cuja legislação não seja tão rígida. Quem viver, verá!

segunda-feira, 18 de abril de 2011

ACORDA ANVISA, ACORDA! TEM GENTE CONTROLANDO ESCORPIÕES!



Leio no recente manual da Anvisa sobre controle de escorpiões, mais ou menos o seguinte: até a presente data não há combate químico eficaz contra os escorpiões. Em seguida, pego o rótulo de um biocida recentemente lançado no mercado brasileiro registrado devidamente na própria Anvisa e leio: indicações de uso – escorpiões (e outros aracnídeos). Então, concluo que existem duas Anvisas? Uma que afirma por escrito e postula que os escorpiões não devem ser combatidos por produtos químicos e sim apenas por medidas preventivas. A outra Anvisa recebe a documentação de uma indústria que pretende registrar um produto seu contra escorpiões, examina a papelada, avalia os estudos que comprovam sua eficácia contra as pragas alvos pretendidas (tudo é exigido pelas severas Portarias que a própria Anvisa impõe) e, se tudo estiver de acordo, concede o registro solicitado e o biocida entra no mercado. Fui informado que estou errado, na verdade só existe uma Anvisa! Então se há só uma, é a mesma, devo concluir que... “há algo de podre no Reino da Dinamarca”. Alheios aos problemas internos da instituição federal que rege, em nível nacional, o exercício da atividade de combate e controle de pragas urbanas, seja das empresas privadas, seja das instituições públicas, técnicos e profissionais do ramo têm todo dia um problema a resolver e não podem ficar aguardando que faça bom tempo em Brasília e o panorama seja mudado. Escorpião é sim um sério problema de saúde pública em muitas regiões deste imenso país e que tanto precisa ser alvo de combate por parte de órgãos sanitários, como gera muitos chamados por empresas particulares de controle de pragas, movimentando a economia. Ninguém tem tempo para “esperar” que a solução caia dos céus (de Brasília). Cada envolvido, seja uma empresa, seja um órgão público, experimenta por sua conta uma solução que possa resolver o problema. Tem sido assim também em São Paulo/Capital, onde o CCZ-Centro de Controle de Zoonoses já montou, e está em funcionamento com toda força (vide fotos anexas), uma atividade específica de controle de escorpiões para ser usada quando e onde necessária, segundo nos conta o biólogo Carlos Madeira, um dos líderes desse projeto. Em São Paulo, o grande problema são as infestações de escorpiões Tityus serrulatus em tubulações de rede de esgoto e águas pluviais, onde a equipe, através do uso de equipamento UBV pesado (modificado), aplica um biocida piretróide microencapsulado com grandes resultados nas ações de controle. Repasso, para o conhecimento dos leitores interessados, a ficha técnica completa descritiva do equipamento:
Aparelho gerador de aerossol motorizado, para montagem sobre veículo (caminhonete ou carreta), dotado de dispositivo especial para tratamento de redes de esgoto e galerias subterrâneas.
• Motor a gasolina 4 tempos, 2 cilindros em V, com potência máxima de 18 HP, dotado de partida elétrica, bomba e filtro de óleo, alternador e controles manuais de velocidade e afogador.
• COMPRESSOR: Rotativo, diretamente acoplado ao motor.
• BOMBA DE INSETICIDA: De deslocamento positivo, tipo FMI, com vazão máxima de 1200 ml/min, dotada de dispositivos anti-cavitação, montada em painel de proteção hermético.
• TANQUES: Em polietileno, com capacidades de 70 litros (inseticida), 20 litros (gasolina) e 5 litros (lavagem).
• SISTEMA DE APLICAÇÃO: Mangote com comprimento de 6 m, dotado de mangueira flexível, bocal nebulizador e haste de aplicação para posicionar o sistema no interior de bocas de inspeção de redes de esgoto e de galerias subterrâneas.
• TAMANHO DAS PARTÍCULAS: Estimado em 150 a 300 µm.
• ALCANCE DO JATO: 20 m (aproximado).
• ACESSÓRIOS: Bateria tipo automotiva 12 V / 42 Ah, controle remoto para acionamento da bomba de inseticida a partir da haste de aplicação pelo operador, manômetro para verificação da pressão de ar.
DOSAGEM DE PRODUTO EM USO NO EQUIPAMENTO UBV:
Dados utilizados para cálculo:
• Vazão Equipamento: 750ml/minuto;
• Capacidade Tanque: 50 lts;
• Área coberta pelo tanque: 11ha;
• Área da caixa a ser tratada: 1,021m².
Resultados:
• Vazão Equipamento/m²: 4,55ml
• Quantidade de D10/m²: 0,38ml
• Quantidade de D10/tanque (50 lts): 4,18lts
• Quantidade de D10/lt: 83,52ml;
• Área coberta com 01 lt de calda: 219,78m
Maiores e melhores detalhes, tente diretamente contatar o Carlos Alberto Madeira Marques Filho lá no CCZ da Prefeitura de São Paulo.

Enquanto isso, lá em Brasília...

quinta-feira, 11 de março de 2010

COMBATE A ESCORPIÕES: UMA DISCUSSÃO ANTIGA

Um colega mineiro me escreveu solicitando informações sobre o combate químico aos escorpiões, pois sua empresa tem sido consultada com frequência crescente sobre o problema. Ao mesmo tempo, cita que não pode ficar dizendo a seus clientes que não há nada a fazer, exceto medidas ambientais de prevenção. Contou que ficou numa “saia justa” quando ele deu essa orientação a um cliente que replicou: “- E o que eu faço com as dezenas de escorpiões que já invadiram o perímetro de minha casa e estão em toda parte?”
Para esse colega e para os leitores interessarem, comento:
1) Nas décadas de 50 e 60, os escorpiões eram combatidos (com certo sucesso) através da aplicação de organoclorados como o DDT, o BHC, o Lindane e o Clordane. Biocidas pesados e de amplo espectro, eram na época utilizados contra a maioria dos insetos e aracnídeos, tanto na lavoura quanto nas cidades.
2) Todavia, os organoclorados tiveram seu uso progressivamente limitado até que acabaram proscritos na década de 70. Isso se deveu ao seu persistente poder residual que mantinha esses biocidas por muitos anos no ambiente onde eram aplicados.
3) Por que os organoclorados eram eficazes contra escorpiões, já que esses artrópodes podiam perceber (através de suas organelas quimiorreceptoras situadas nos palpos e no peito) a presença de agentes agressivos no ambiente e assim permaneciam protegidos em seus esconderijos, sem se exporem por até um ano e sem se alimentarem? Porque a persistência no ambiente dos organoclorados era bem maior que apenas um ano e quando, finalmente, por uma questão até de sobrevivência, os escorpiões, vencidos pela fome, se expunham fora de seus abrigos, eram afetados pelos organoclorados ali aplicados e sucumbiam.
4) Depois de proibidos os organoclorados, como combatê-los? Foram tempos difíceis, porque os demais grupos de biocidas existentes na época (organofosforados, piretróides, carbamatos e outros de menor relevância), simplesmente não eram capazes de controlar uma infestação de escorpiões de qualquer espécie.
5) Por que isso acontecia? Os escorpiões eram imunes a esses compostos? De jeito nenhum! Se você pulverizasse diretamente um escorpião com a calda de qualquer inseticida, ele morria. Quer dizer, os escorpiões nunca foram imunes a tais grupos químicos.
6) O que acontece na prática é que os escorpiões nunca estão expostos, dando sopa, a espera que venham lhes borrifar com um biocida qualquer. Estão é muito bem protegidos em seus esconderijos. E esses grupos químicos têm uma meia vida pós aplicados muito menor que os organoclorados. Na verdade, seus efeitos residuais duram apenas algumas semanas. Ora, o que fazem os escorpiões? Simplesmente esperam que o efeito residual acabe e só então saem de seus abrigos para caçar. Por isso é que ficamos algumas décadas sem armas químicas eficazes contra escorpiões.
7) Nesse período, tanto os serviços públicos quanto os controladores particulares só podiam ensinar medidas preventivas - higiene ambiental, não acumulem entulhos que possam servir de abrigo, matem as baratas (principal fonte de alimentação urbana dos escorpiões), cuidado ao vestir roupas em áreas infestadas, etc.
8) Porém, na década de 90, uma nova formulação foi desenvolvida e passou a ser comercializada também no Brasil: os microencapsulados que alteraram radicalmente o combate químico aos escorpiões. Nessa formulação o ingrediente ativo do produto está encerrado dentro de diminutas microcápsulas de um polímero semelhante ao nylon. Dessa maneira, quando aplicamos um microencapsulado, o i.a. não está exposto e assim os escorpiões, incapazes de percebê-lo no meio ambiente, se expõem e deambulam em áreas que foram tratadas. As microcápsulas aderem ao corpo do escorpião e terminam por intoxicá-lo.
9) Portanto, novamente voltamos a ter uma arma eficaz de combate químico ao escorpião e centenas e centenas de casos de infestação de escorpiões foram resolvidos sem mais delongas.
10) Um alerta: pelo menos um dos microencapsulados existentes no mercado tem fraco efeito no controle de escorpiões, porque suas microcápsulas se rompem com facilidade já durante a manipulação do produto e, portanto, quando aplicado no ambiente, alerta os escorpiões os quais, então, não se expõem.
11) Sucede que nem tudo são flores no caminho do controlador de pragas. A instituição máxima da Saúde Pública em nosso país, a ANVISA, no que tange à saúde ambiental, sem ter realizado testes de campo e sem acompanhar a evolução natural do conhecimento, até hoje não recomenda o controle químico contra escorpiões limitando-se às velhas recomendações preventivas. Se fizeram testes, não publicaram os resultados para conhecimento dos técnicos. Apenas se posicionaram contra. Lamentável!
12) Há disponíveis no comércio especializado, pelo menos três produtos que a própria Anvisa concedeu registro como eficientes contra escorpiões. No entanto, a Anvisa não prestou atenção nesse detalhe e desrecomenda o combate químico aos escorpiões. Puro contrassenso.
Em minha opinião como técnico especializado e por ter estudado bastante o combate químico aos escorpiões (tendo inclusive publicado trabalho científico a respeito em co-autoria com o Eng.Agr. Clóvis Yassuda), os escorpiões de qualquer espécie podem ser combatidos e eliminados com a aplicação correta e adequada de certos biocidas microencapsulados de uso profissional exclusivo disponíveis no mercado nacional.
Qualquer coisa em contrário, vão ter que me convencer! Omessa!

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

COMBATE AOS ESCORPIÕES: UMA DISCUSSÃO MUITO ANTIGA

Um colega mineiro me enviou uma cópia da carta aberta do Presidente da Minasprag – Associação Mineira de Empresas Controladoras de Pragas – Flávio Cançado Murta, dirigida à Feprag. Nessa carta, Murta manifesta sua estranheza diante reportagem veiculada pela Rede Globo de Televisão em edição nacional durante o programa Jornal Bom Dia de 12/01/2009, quando os produtores embasaram a informação no Manual de Controle de Escorpiões publicado pela Anvisa/MS. Nessa reportagem (e no referido Manual da Anvisa) a mensagem foi de que “... até o presente momento não foi definida cientificamente a eficácia de produtos químicos no controle escorpiônico em ambiente natural.” Murta alerta contra essa posição oficial da Anvisa, pois há no comércio especializado alguns produtos que são registrados na própria Anvisa contra escorpiões. Naturalmente são produtos de uso profissional exclusivo aos quais o cidadão comum não tem acesso.
Associo-me em gênero número e grau à posição tomada pelo Presidente da Minasprag. Associo-me porque vejo, como ele, uma ameaça ao exercício profissional do controlador de pragas que poderá ter cerceado seu trabalho contra escorpiões com base nesse posicionamento (errôneo) da Anvisa. Associo-me porque, centenas de vezes, combati com muito êxito escorpiões em seu habitat natural e sem provocar sua dispersão. Associo-me porque durante minha vida profissional testei, estudei e demonstrei cientificamente um determinado produto altamente eficaz a campo contra escorpiões amarelos (Tityus serrulatus), tendo publicado esse trabalho em revista científica, o que não pode ser ignorado pelos técnicos da Anvisa.
Deixem-me então, botar minha azeitona nessa empada.
Escorpiões sempre foram um problema de saúde pública neste país. Em tom de brincadeira, os especialistas discutiam apenas onde seria a capital nacional do escorpião, se em Ipatinga/MG ou Aparecida do Norte/SP, com votos também para Sertãozinho/SP. Nas décadas de 50 e 60, foram usados amplamente pelos órgão sanitários públicos, o DDT e o BHC, dois organoclorados, no combate de campo ao escorpião com certo sucesso, devido à longa persistência desses compostos no meio ambiente onde foram aplicados. Como sabemos, o uso de biocidas organoclorados acabou sendo proibido. Contra escorpiões, passaram-se quase três décadas sem um biocida que fosse capaz de controlá-los em situação de campo. Em laboratório, o escorpião resistia bem pouco à maioria dos biocidas (organofosforados, carbamatos e piretróides), mas a campo, mostravam-se inatingíveis. Claro, dotados de organelas capazes de detectar a presença desses produtos aplicados em seu habitat, simplesmente não se expunham e tranqüilamente aguardavam em seus esconderijos que o efeito dos compostos acabasse. Sim, eles podem ficar até um ano sem se alimentar! No final da década de 90 surgiu a formulação dos microencapsulados que se mostrou bastante eficaz no combate livre contra escorpiões; testado no Brasil, tal formulação foi amplamente utilizada por empresas desinfestadoras e órgãos públicos em todo o país. Enquanto isso acontecia, os técnicos da Anvisa e de outros órgãos sanitários envolvidos, todos doutores em teoria, adotavam a famosa saída do “eu não sei de nada” ao invés de comprovar a eficácia dos biocidas propostos. Pois, parece que essa postura continua até hoje. Sem nunca terem se aventurado a comprovar ou negar a indicação de certos produtos existentes no mercado e anunciados por seus fabricantes como eficazes contra escorpiões, novamente vejo que essas “autoridades” outra uma vez tampando o sol com a peneira. Certamente é mais fácil negar a eficácia do que ter que realmente testá-la sob condições científicas. Há em nosso mercado especializado, pelo menos três produtos devidamente registrados na Anvisa que trazem claramente em seus rótulos a indicação contra escorpiões. Óra, se a Anvisa exige que o fabricante apresente os relatórios dos testes que realizou contra cada praga que pretende inserir em seu rótulo, temos então uma situação: ou a Anvisa não está realmente lendo e analisando os relatórios e testes contra as pragas alvos dos produtos, ou lá dentro há dois grupos totalmente isolados, um que concede registro e outro que faz Manuais teóricos. Não se falam, não se conhecem, não se comunicam.
Sim, os produtos a que me referi são de uso estritamente profissional e o público não tem acesso a eles, mas daí dizer em um Manual oficial que até o presente momento não há evidência científica de eficácia de produtos químicos contra escorpiões, vai uma grande distância. Isso tudo não é novo e nem vai terminar tão cedo, aposto.
Por falar nisso, onde está minha taça de cicuta????