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sábado, 14 de novembro de 2009

RATOS NO TANQUE DE AREIA


Mensagem:
Moro em um condomínio onde existe um tanque de areia para crianças, várias vezes vi no período noturno, a presença de roedores que migram pelo muro de terrenos vizinhos neste tanque. Também existe o problema de quando chove a água fica represada no tanque. Gostaria de saber quais os riscos quanto a transmissão de doenças, mesmo porque tenho uma filha de 2 anos e evito que ela brinque neste local, mas me preocupo com as outras crianças que lá brincam diariamente. M.L.Z - São Paulo/SP

Resposta: Brincar na areia, que delícia! Não conheço uma só criança que não goste. Mas pássaros, cães, gatos e ratos... também gostam! Para outros fins, mas gostam. A urina e as fezes desses animais no tanque de areia de um condomínio podem representar um risco muito grande à saúde das crianças, geralmente de pouca idade, que ali brincam, sob os olhos atentos de suas mamães ou enfadados de suas babás. Nenhuma dessas pressurosas mamães, encantadas vovós, ou super babás, e muito menos as rechonchudas crianças, sabem que diversas doenças podem ser veiculadas pelas fezes e urina dos animais que furtivamente na calada da noite freqüentam as mesmas areias desses tanques de condomínios. Posso citar algumas, só para assustar bastante a nossa interessada amiga: certas verminoses e o tal de “bicho geográfico” (dermatite pruriginosa serpenteante linear), transmitido por fezes de cães; dos gatos, outras verminoses e a temida toxoplasmose (causadora de cegueira em crianças e que pode ter curso mortal). Ratos contribuem com a conhecida leptospirose que leva a óbito cerca de 10% das pessoas que a contraem. Os inocentes pombos aparecem transmitindo a histoplasmose, uma severa doença pulmonar. Micoses e sarnas... e por aí poderíamos seguir, mas creio que já devo ter conseguido toda a atenção de nossa consultante.
Em minha opinião pessoal, tanques de areia para as crianças brincarem, deveriam ser proibidos, tal o risco que representam. Mas quem sou eu, afinal, um sanitarista pregando no deserto, nada mais (que aliás é cheio de areia!).
Então vamos decretar o fechamento de todos os tanques de areia de todos os condomínios? E as praias? Vamos proibi-las também?
Sei lá, mas sei que se vamos liberar tanques e praias, alguns cuidados deveriam ser tomados para evitarmos a disseminação de várias zoonoses (doenças transmitidas ao ser humano através de animais). Nas praias: proibir firmemente a entrada de animais, especialmente cães, já que gatos não são muito amigos desses ambientes. Aliás, essa lei proibitiva já existe, mas não conheço uma só praia que não haja meia dúzia de irresponsáveis levando seus amados cãezinhos para tomar um banho de mar ou, mais modernamente, seus pit-bulls para chamar atenção das garotas (ou então de outros “rapazes”, quem sabe!). Nas praias então, cumpra-se a lei!
OK. E nos condomínios que mantém os famigerados tanques de areia? Que posso fazer? Deixa ver o que pode ajudar: determinar horários de uso dos tanques e cobri-los com um lençol plástico fora desse horário permitido, especialmente à noite. Mas teria que ser uma cobertura que vedasse realmente o tanque, porque ratos podem se esgueirar por qualquer fresta. Posso também proceder à troca dessa areia de tempos em tempos, desprezando a que foi removida. Posso desinfetar a areia usando uma boa solução de cloro ativo, mas teríamos que deixar o tanque interditado pelo menos por uma semana após a desinfecção, a fim de evitarmos problemas de pele nas crianças. Tudo meio paliativo e não completamente seguro.
Minhas filhas são adultas e já não brincam mais em tanques de areia (aliás, nunca deixei que fizessem, sempre optando pelas praias, menos perigosas), mas minha netinha vai ter que dobrar o avozão aqui e se os pais me permitirem... só sobre o meu cadáver (e que isso não seja um presságio!).