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segunda-feira, 5 de novembro de 2012

EXTRA, EXTRA: FINALMENTE O "CHUMBINHO" FOI BANIDO!

Hoje (05/11/2010) a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) anunciou a proibição de produção, comercialização e uso de qualquer agrotóxico à base de aldicarb, um defensivo agrícola fabricado pela Bayer com o nome comercial de Temik que, embora destinado contra ácaros e nematódeos exclusivamente em culturas de batata, café, citros e cana de açúcar, vinha tendo desvio de uso e empregado ilegalmente como raticida há muitos anos. Vendido em qualquer esquina e feiras livres nos centros urbanos em pequenos frascos daqueles que se usa em certos antibióticos injetáveis, a um preço muito barato, o agrotóxico tornou-se popularmente conhecido com o nome de “chumbinho” e passou a ser responsável por quase 60% dos 8.000 casos de intoxicação humana que ocorrem no Brasil quase todos os anos. A Bayer anunciou que encerrou as importações do ingrediente ativo aldicarb, sua industrialização e comercialização, comprometendo-se ainda a efetuar o recolhimento de qualquer sobra do produto em posse de agricultores. O criminoso comércio do tal chumbinho, geralmente a pessoas desavisadas e de baixa renda, provocou incontáveis acidentes intoxicativos em humanos e animais, muitos dos quais foram a óbito. Há também incontáveis registros de tentativas e assassinatos cometidos com esse produto. Vamos ver qual será a reação da bandidagem, talvez contrabandeando o produto de algum país vizinho cuja legislação não seja tão rígida. Quem viver, verá!

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

NOVAS ROTULAÇÕES PARA OS RATICIDAS NOS ESTADOS UNIDOS

Americano é um povo sério, isso não se pode negar. Quando então o assunto é inseticidas e raticidas de uso urbano, nem se fala! São regras e mais regras que balizam o uso desses produtos, timtim por timtim! A quatro anos atrás, a EPA (a agência governamental americana que regulamenta os assuntos ambientais) baixou uma norma que regulamentava a redução dos riscos ambientais envolvidos no uso de raticidas (RRMD – Rodenticide Risk Mitigation Decision), que estabelecia algumas importantes alterações na rotulagem desses produtos. Desde então, naturalmente, as indústrias produtoras vinham providenciando novos rótulos para cumprir a lei. O prazo a elas dado pelo governo e no ano passado (a 04/6/11), expirou. Mas, em março deste ano, a norma de rotulagem das embalagens de raticidas mudou novamente, pois a agência governamental ouviu as ponderações das indústrias produtoras e também de associações de classe representativas das empresas controladoras de pragas e algumas disposições foram alteradas. A mais importante delas é a que expande a distância máxima que um raticida pode ser disposto no terreno a partir de uma edificação infestada. Anteriormente essa distância máxima era de 50 pés (aproximadamente 165m) e agora dobrou, passando a 100 pés (cerca de 330m). Os controladores profissionais de pragas ponderaram que às vezes, os roedores infestantes de uma edificação vinham de distâncias superiores a 50 pés e que, pela lei, não podiam ser combatidos em seus locais de origem. Outra coisa que fizeram foi a troca do termo “edificação”, para “estrutura construída” que é mais abrangente. A mesma norma permite ainda o uso de raticidas em distâncias superiores a 100 pés, se aplicação for no interior de tocas e túneis. No Brasil, ainda não chegamos a esses detalhamentos.

segunda-feira, 5 de março de 2012

COMO AGEM OS RATICIDAS?


Nosso leitor Jeymisson, na coluna de Perguntas&Respostas aí da esquerda, recentemente postou essa pergunta e como naquele espaço não seria possível explicar tudo como tem que ser, resolvi postar a resposta na forma de um tema. Aqui vai.
Rodenticidas são os biocidas específicos que causam a morte dos roedores. Em nosso país, nos referimos a eles como raticidas, o que já é um erro, posto que camundongos (Mus musculus) embora sejam roedores, não são ratos. A História registra como um dos primeiros rodenticidas a serem empregados pelo homem com a finalidade específica de eliminar roedores, a cila vermelha, uma espécie de cebola que era plantada na região do Mediterrâneo entremeando outras culturas atacadas por roedores; a cila contém um alcalóide, a cilirosida, que é letal para mamíferos de pequeno porte, ainda que de gosto extremamente amargo. Muitos outros ingredientes ativos foram empregados no combate aos roedores, mas que caíram em desuso segundo avançava a tecnologia descobrindo i.a. mais modernos. Poderíamos lembrar da estricnina, do antu, do sulfato de tálio, da norbomida, do arsênico que foram muito úteis a seu tempo; portanto, não vamos discuti-los neste post. Interessa-nos os rodenticidas modernos, os anticoagulantes.
Os rodenticidas anticoagulantes provocam a morte dos roedores que os ingerirem por provocarem hemorragias internas devido à ruptura de vasos capilares, especialmente ao nível do pulmão e do mesentério (um tecido abdominal que segura os órgãos internos em seus lugares). Interferindo no sistema de coagulação sanguínea, o capilar se rompe e não ocorre a formação do coágulo que tamponaria o sangramento; dessa maneira, o roedor vai sangrar até morrer. A morte ocorre geralmente entre o terceiro e o 10˚ dia após a ingestão do produto, mas o pico de mortes situa-se mais entre o terceiro e o sétimo dia. Os rodenticidas anticoagulantes são classificados hoje em: os de dose múltipla (é preciso que o roedor ingira mais de uma dose para verificar-se o efeito) e os de dose única (basta uma dose para causar a morte). Em termos de resultado, o tempo que leva para causar a morte é mais ou menos o mesmo para qualquer um dos grupos e para qualquer i.a. dentro do mesmo grupo, já que o mecanismo de ação é aproximadamente o mesmo para todos. No Brasil podemos encontrar produtos (raticidas) tanto de primeira geração (warfarina, também chamado de cumafeno), cumacloro e clorofacinona), como de segunda geração (brodifacoum, bromadiolone, difetialona e flocoumafen); difenacoum é um i.a. intermediário entre esses dois grupos (é eficaz contra roedores resistentes, mas precisa de mais de uma dose para fazer efeito).
Já que todos esses anticoagulantes agem mais ou menos da mesma forma, a diferença de resultados entre os grupos está na técnica correta de usá-los. Com os de primeira geração (dose múltipla), temos que repor as iscas ingeridas antes de decorrer 48 horas da primeira tomada, pois caso contrário o i.a. será metabolizado e assim não provocará o efeito letal desejado. Com os de segunda geração (dose única) temos que repor a isca não antes de sete dias, para dar o tempo que o i.a. necessita para produzir seu efeito.
Não quero entrar nos detalhes bioquímicos e fisiológicos do mecanismo de ação dos rodenticidas anticoagulantes, pois aí seria demais para um simples blog, mas sugiro ao Jeymisson, e outros leitores interessados, a busca de livros técnicos que abordam esse tema com riqueza de detalhes ou pesquisar pela Internet.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

POSSO USAR FEIJÃO CRU COMO RATICIDA?

Novamente recebo outra consulta sobre o possível uso de feijão cru como raticida. Tenho respondido essa questão repetidamente e até preparei uma nota a respeito que foi veiculada pelo site pragas.com.br há alguns meses atrás. Tudo começou com um trabalho científico publicado em 1994 de autoria do Prof. Pedro Antunes e outros pesquisadores em conjunto da Universidade Federal de Pelotas/RS, FAEM / Depto. de Ciência e Tecnologia Agroindustrial. Eles estavam analisando na época o valor nutricional de quatro cultivares de feijões similares entre si comumente encontrados no comércio brasileiro (Rico 23, Pirata 1, Rosinha G2 e Carioca) e também os fatores antinutricionais como a antitripsina e a lectina (duas proteínas tóxicas existentes em todos os feijões). Nesse ensaio, ratos brancos de laboratório (albinos da espécie Rattus norvegicus) foram submetidos a uma dieta obrigatória e exclusiva desses cultivares de feijão cru e os pesquisadores apresentaram suas conclusões. Sucede que todos os ratos do estudo morreram depois de comer bastante feijão cru, aliás, como seria de se esperar dada à presença daquelas substâncias tóxicas no feijão ainda cru. Eis que 14 anos depois dessa publicação, alguém pensou que se o feijão cru matou os ratos de laboratório, poderia matar também ratos selvagens a um custo, digamos, bem mais barato! E, confundindo de maneira desinformada as coisas, imaginou que em sendo feijão (coisa que o brasileiro come quase todos os dias), havia “descoberto a pólvora”: um alimento barato que seria tóxico só para os ratos. Nada poderia ser mais ecológico e seguro! De maneira totalmente desinformada a tal “novidade” começou a circular pela Internet dando o resultado como certo e promovendo o “novo raticida” como ecológico, atóxico e seguro para seres humanos. Alguns sites e blogs até técnicos reproduziram o refrão, de forma precipitada e sem maiores verificações.
Vamos, mais uma vez, aclarar essa questão. Primeiro, o feijão cru está longe de ser seguro e atóxico para seres humanos! Ao contrário, é bastante tóxico e pode levar um ser humano à morte se ingerido em certa quantidade. A razão é a presença de duas proteínas tóxicas (lectina e antitripsina) no feijão cru que são desnaturadas durante o cozimento, razão pela qual o feijão cozido não causa efeitos tóxicos em quem o ingere. Se aqueles ratos do ensaio tivessem comido feijão cozido ao invés de cru, estariam vivinhos da silva até hoje! Provavelmente, mais gordinhos. O Prof .Pedro Antunes inquirido sobre essa versão apócrifa que circula na forma de post na Internet, mostrou-se horrorizado com o desvio dado à sua pesquisa, pois a intenção dos pesquisadores era apenas demonstrar o efeito nocivo do feijão cru que desaparecia quando o feijão era cozido.
Em segundo lugar, claro que podemos oferecer a uma população de roedores o feijão cru para que eles comam e morram. Contudo, o difícil, para não dizer impossível, será convencer esses roedores a ingerir feijão cru como alimento! Milhões de anos de evolução tornaram os roedores (e uma enorme gama de outros mamíferos monogástricos - aqueles dotados de um só estômago - como o homem, os cães, os gatos e os ratos), avessos à ingestão de feijão cru. Quem comia, morria! Quer melhor aprendizado do que esse?
Portanto, vamos esclarecendo essa balela monumental: feijão cru mata rato se fosse teoricamente ingerido de forma voluntária, mas jamais pode ser adjetivado como atóxico, ecológico ou seguro para a espécie humana. Sócrates não sabia disso, se não, talvez não optasse pela cicuta!

terça-feira, 10 de novembro de 2009

RATICIDAS, COMO DECIDIR?


Tarefa ingrata para o profissional controlador de pragas, decidir qual ou quais raticidas adquirir para a execução de seu trabalho, tantas são as marcas disponíveis no mercado brasileiro. Quero comentar um pouco sobre isso.
Estive recentemente em um estabelecimento revendedor de raticidas (melhor seria usar o termo rodenticidas, mas... "Vox populi, vox Dei"), localizado em uma cidade do interior do Estado de São Paulo. Nas prateleiras observo um certo número de diferentes marcas de produtos para controlar roedores. Na mesma semana, estive em Terezina/PI e repeti a visita, só por curiosidade e vi algumas marcas conhecidas ao lado de outras que nunca havia ouvido falar. Deduzo então que há marcas de raticidas nacionais e outras regionais. Se isso for verdade, deve existir mais de 60 ou 70 marcas de raticidas no mercado brasileiro. Os princípios ativos não são tão variados, ao contrário, são bem poucos atualmente. Pois bem, hoje mesmo estive em uma conhecida Revenda de produtos domissanitários da capital paulista e o que vejo? Nada menos que 15 raticidas diferentes oferecidos ao profissional desinfestador, cada qual oferecendo suas "vantagens"sobre os concorrentes! Olhe só o que anotei (por ordem alafabética): Brodifacoum Fersol, Desrat, Domirat, Fulmirat, Klerat, Lanirat, Maki, Raticida Fersol, Rat off, Ratol, Ri-do-rato, Rodilon, Storm e Yppon. Se contássemos as diferentes formulações de cada marca, só nessa revenda havia 26 raticidas sendo oferecidos. Predominam as formulações à base de brodifacoum e bromadiolone; não vi nenhum de dose múltipla, exceto pelos pós de contato à base de cumatetralil. E daí?
Daí fico imaginando a grande dificuldade e a confusão que se estabelece na cabeça do profissional para escolher os produtos que vai empregar. Fiquei um pouco ao lado do balcão dessa revenda para observar o comportamento desses profissionais, como eles se referiam e pediam suas escolhas. Boa parte deles pedia pelo menor preço e sempre vinha a pergunta: "- Mas ele é bom?" Outros solicitavam algumas informações técnicas sobre mais de um produto, no que eram prontamente atendidos pelos solícitos balconistas da revenda e assim decidiam. Outros mais já chegavam "de cabeça feita" e solicitavam diretamente os produtos que queriam. Esses, sequer perguntavam o preço. Uma pergunta martelava minha cabeça: Como esses profissionais eram capazes de decidir entre as 26 alternativas oferecidas? Claro, não resisti e comecei a fazer uma modesta pesquisa de mercado lá mesmo, fazendo essa pergunta aos usuários. Obtive respostas extremamente interessantes e até surpreendentes, por que não! As empresas produtoras desses e outros domissanitários deveriam fazer isso de tempos em tempos! Iria ajudar seu marketing e talvez acelerassem suas vendas! Pensem nisso.