terça-feira, 10 de novembro de 2009

RATICIDAS, COMO DECIDIR?


Tarefa ingrata para o profissional controlador de pragas, decidir qual ou quais raticidas adquirir para a execução de seu trabalho, tantas são as marcas disponíveis no mercado brasileiro. Quero comentar um pouco sobre isso.
Estive recentemente em um estabelecimento revendedor de raticidas (melhor seria usar o termo rodenticidas, mas... "Vox populi, vox Dei"), localizado em uma cidade do interior do Estado de São Paulo. Nas prateleiras observo um certo número de diferentes marcas de produtos para controlar roedores. Na mesma semana, estive em Terezina/PI e repeti a visita, só por curiosidade e vi algumas marcas conhecidas ao lado de outras que nunca havia ouvido falar. Deduzo então que há marcas de raticidas nacionais e outras regionais. Se isso for verdade, deve existir mais de 60 ou 70 marcas de raticidas no mercado brasileiro. Os princípios ativos não são tão variados, ao contrário, são bem poucos atualmente. Pois bem, hoje mesmo estive em uma conhecida Revenda de produtos domissanitários da capital paulista e o que vejo? Nada menos que 15 raticidas diferentes oferecidos ao profissional desinfestador, cada qual oferecendo suas "vantagens"sobre os concorrentes! Olhe só o que anotei (por ordem alafabética): Brodifacoum Fersol, Desrat, Domirat, Fulmirat, Klerat, Lanirat, Maki, Raticida Fersol, Rat off, Ratol, Ri-do-rato, Rodilon, Storm e Yppon. Se contássemos as diferentes formulações de cada marca, só nessa revenda havia 26 raticidas sendo oferecidos. Predominam as formulações à base de brodifacoum e bromadiolone; não vi nenhum de dose múltipla, exceto pelos pós de contato à base de cumatetralil. E daí?
Daí fico imaginando a grande dificuldade e a confusão que se estabelece na cabeça do profissional para escolher os produtos que vai empregar. Fiquei um pouco ao lado do balcão dessa revenda para observar o comportamento desses profissionais, como eles se referiam e pediam suas escolhas. Boa parte deles pedia pelo menor preço e sempre vinha a pergunta: "- Mas ele é bom?" Outros solicitavam algumas informações técnicas sobre mais de um produto, no que eram prontamente atendidos pelos solícitos balconistas da revenda e assim decidiam. Outros mais já chegavam "de cabeça feita" e solicitavam diretamente os produtos que queriam. Esses, sequer perguntavam o preço. Uma pergunta martelava minha cabeça: Como esses profissionais eram capazes de decidir entre as 26 alternativas oferecidas? Claro, não resisti e comecei a fazer uma modesta pesquisa de mercado lá mesmo, fazendo essa pergunta aos usuários. Obtive respostas extremamente interessantes e até surpreendentes, por que não! As empresas produtoras desses e outros domissanitários deveriam fazer isso de tempos em tempos! Iria ajudar seu marketing e talvez acelerassem suas vendas! Pensem nisso.

6 comentários:

  1. Olá Dr. Constâncio, bom dia. Meu cachorro mordeu um rato ontem aqui em casa. O rato morreu das pancadas que meu cachorro dava nele e talvez da mordida. Quais os cuidados que devo ter com o meu cão agora? O rato era meio preto, orelhas pequenas e com mais ou menos uns 20 cms sem o rabo. Obrigado - Fernando

    ResponderExcluir
  2. Constâncio, achei ótimo levantar essa questão.
    Eu estou querendo saber qual é o melhor. Porém a maioria utiliza o mesmo principio ativo e concentração.
    Sabendo disso pulei para outro item importante, a atratividade, cereais, ferormônioe etc, mas essas informações são omitidas em suas embalagens e propagandas, você saberia compará-los? ou onde estariam essas informações?

    ResponderExcluir
  3. Prezado James
    A lei não obriga os produtores a informar nos rótulos a completa íntegra dos componentes do produto. Deveria, mas não obriga. Dessa forma, os fabricantes se limitam a informar estritamente o que a lei exige (ingrediente ativo - i.a. - e substâncias sinergistas - o que potencializaria o efeito do i.a.). Os cereais que entram na isca não são propriamente sinergistas na compreensão da lei e assim, os fabricante não se sentem obrigados a declará-los em seus rótulos. Na verdade, eles consideram essa informação como altamente confidencial!
    Desconheço qquer raticida no Brasil que tenha feromônio como aditivo. Esse estudo de feromônios para roedores ainda está muito incipiente e não há nada muito claro e cientificamente comprovado em todo o mundo. Alguns fabricantes adicionam açúcar, outros adicionam côco e outros edulcorantes ou aromatizantes para tentar melhorar o poder de atração do produto, mas nenhum produtor menciona isso em seus rótulos (novamente o tal "segredo" do produto!) Resumo da ópera: você não tem muita alternativa! Essa é a verdade! Não há como saber ao certo o que cada produto contém. Não acredite em papo de vendedor ou de balconista. As vantagens de um determinado raticida sobre os concorrentes têm que estar explicitadas nos folhetos e demais propagandas do produto e assim mesmo, verifique se há informação sobre a fonte dessas afirmações. Como eu disse no post, escolher a marca do raticida é uma tarefa ingrata mesmo! Se vc quiser, podemos continuar debatendo o assunto, OK?

    ResponderExcluir
  4. Olá Dr. Constâncio!
    Penso que essa oferta de marcas nos possibilita um rodízio de rodenticidas que pode ser benéfica ao controle, pois a alternância de iscas (cores e sabores) pode diminuir a rejeição dos ratos ao longo do tratamento. Será que estou certo? Obrigado,

    ResponderExcluir
  5. Prezado Claudio, vamos comentar:
    1) roedores sáo cegos para cores, pois são destituídos de células cônicas na retina, o que os impossibilita de enxergar cores; para eles, o mundo é constituído de tons claros e escuros do negro até o branco total (mais ou menos como nós, humanos, vemos a tela de uma televisão preta e branca). Portanto falar de rotação de cores nos raticidas, não faz sentido.
    2) Igualmente não vejo muita razão em fazer rotação de raticidas para varia o gosto da isca. Ou a isca é atraente, ou não é. Se não for, haverá rejeição; mude de produto até encontrar um que seja atrativo para aquela colônia especifica. O que está longe do conceito de "rotação". É só uma troca. Se você tiver colocado as iscas nos pontos adequados (que varia conforme a espécie) e se a isca for bem aceita, nem haverá tempo para você pensar em rotação devido rejeição, pois a isca será ingerida e seu efeito vai se dar antes de 7 dias. Claro, tudo isso partindo do princípio que o produto que vocês escolheu seja de boa qualidade. Porque se não for, nem com reza brava!

    ResponderExcluir
  6. Devo dizer que estou surpreso com tal conhecimento, este é um dos principais problemas que enfrento em Sergipe e estados próximos, a famosa "duvida do consumidor"... Tudo isso é o que passo a frente em palestras dadas em universidades seja para a comunidade seja para a formação proficional e/ou academica.
    Fico muito feliz por encontrar pessoas como vc Constancio.
    Espero que algum dia nos encontremos para talvez discutirmos algumas idéias e opniões. Abraços
    Raul

    ResponderExcluir