Mostrando postagens com marcador certificado de pragas. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador certificado de pragas. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

SOBRE O CERTIFICADO DE CONTROLE DE PRAGAS


Respondendo a Luís C.Monteiro, nosso leitor que postou na coluna de Perguntas&Respostas uma questão sobre o Certificado oficial de Controle de Pragas que as empresas devem obrigatoriamente entregar a seus clientes Pessoa Jurídica. Houve um tempo em que empresa controladora nenhuma pensava em preparar e deixar com seu cliente esse certificado. Depois, algumas começaram a fazê-lo, porém mais como uma peça de merchandise para divulgar a empresa; tratava-se de um simples certificado impresso em papel colante que não continha nenhuma informação maior exceto pela data da execução do serviço que era sempre preenchida à caneta e informava um certo “prazo” de validade dos serviços. Incrivelmente essa validade era bem elástica e frequentemente alcançava seis meses ou até um ano! Trazia em letras garrafais o nome da empresa controladora, telefones de contato e eventualmente seu endereço. Não continha sequer o nome do estabelecimento onde o trabalho havia sido feito. Esse “certificado” era sempre colado na parede em local bem visível e quando a fiscalização da Vigilância Sanitária chegava, o colante era apontado com orgulho pelo comerciante. Por mais incrível que pareça, a VS aceitava esse “certificado” e dava fé! Outros tempos, amigos, outros tempos!
Daí, como a VS engolia essa balela, começou uma fase (terrível) onde certas empresas controladoras passaram a simplesmente “vender” o tal certificado, ou seja, o serviço não era executado, mas o certificado era emitido e colado na parede. Era um bom arranjo para ambos: contratante e contratado. O Seu Manoel não teria o aborrecimento de ter que desarrumar a padaria toda para que fosse tratada e rearrumar depois. O coleguinha não gastaria um mililitro de produto e nem perderia seu tempo. Bastava preencher um “certificado” e ganhar um rico dinheirinho. Tudo bem simples e bem lusobrasileiro. Lembro-me de um colega que abriu uma empresa dedetizadora depois que saiu da indústria onde trabalhávamos e que fez a mala vendendo dessa forma os tais certificados. Contou-me ele um dia, quando seu negócio estava no auge e perguntei qual a razão de tamanho e tão rápido sucesso comercial, que pela manhã não ia trabalhar, ficava lavando e polindo seu automóvel, uma de suas paixões; à tarde saia já com um roteiro de visitas pré-estabelecido e apenas ia deixando os certificados nos clientes recolhendo o tutu correspondente. Espertamente, ele dava apenas dois meses de “garantia”. Nunca mais soube dele!
O tempo passou, a VS foi ficando esperta e certas regras da atividade laboral do controle de pragas começaram a ser baixadas. Como dizia aquele japonês da piada: “- Quem corocô, corocô... quem non corocô, non coroca mais!”. Hoje o babado é bem outro. Nesse momento em que teclo, a regra oficial e de caráter nacional relativa a certificados de controle de pragas, está estatuída na RDC 52 da Anvisa, do artigo 20 ao 22. Lá está muito bem explicitado tudo o que um certificado deve conter. É só seguir.
Se o leitor ainda não a conhece, sugiro acessar os seguintes sites que contêm a inteira minuta do certificado: www.brasilsus.com.br/legislacoes/rdc/101001-52 ou www.pragas.com.br Dica: a VS quando vai fiscalizar um estabelecimento alimentício, quer ver não só o certificado de controle de pragas (e eles lêem tudo), como também a respectiva Nota Fiscal relativa aos serviços descritos no certificado. Tão pensando o que? Que a VS ainda pode ser enrolada? Vai nessa, vai...

sábado, 8 de maio de 2010

FIQUEI INJURIADO!

Estava fora de minha residência em São Paulo para onde voltei recentemente a fim de tratar de assuntos particulares. Chego no prédio onde resido e, afixado no porta avisos dentro do elevador, uma cópia de um certificado de controle de pragas emitido por uma certa empresa paulistana salta aos meus olhos. Havia sido executada uma operação de desratização nas áreas condominiais e o tal certificado, dentro das regras, fornecia alguns dados pertinentes. Li e fiquei injuriado, irritado mesmo!
O que eu li, mais uma vez me dava conta de como certas empresas controladoras estão despreparadas para executar adequadamente sua atividade laboral. Assinava o certificado um responsável técnico (nem vou lhes contar a que profissão pertence nosso coleguinha), mas não pude deixar de imaginar que esse profissional deveria ser chamado de “irresponsável técnico”.
Começando pela garantia dada pela empresa: seis meses! Vou repetir: seis meses! Claro, é uma garantia meramente comercial, sem nenhuma base técnica e os riscos envolvidos nessa garantia são de responsabilidade da empresa. Fui informado que a empresa executou apenas uma operação e não a repetiu como tecnicamente seria correto e indicado, embora tivesse se comprometido, de boca, a fazê-lo; disseram que voltariam em alguns dias “para ver como estavam as coisas”! Ainda que tenha executado o serviço empregando raticidas de dose única, certamente deveria voltar dentro de uma semana, talvez até uma terceira operação em mais sete dias, porque é certo que é impossível sabermos antecipadamente, quantos roedores estão infestando a área; e se alguns não conseguiram localizar e ingerir as iscas? Vão sobreviver ao tratamento único, certo? Bem, parece que a tal empresa ainda não sabe.
Olhei as informações dadas sobre os raticidas empregados. O que vi foi um amontoado de dados claramente destinados a leigos, pura “embromation”! Dizia que usaram três raticidas diferentes: isca (Klerat), bloco (Rodilon) e pó de contato (Racumin). Só que ao detalhar os produtos informaram que eram raticidas de três grupos químicos diferentes a saber: brodifacoum – classificado como cumarina; outro brodifacoum – agora classificado como benzotiopiranona e cumatetralil – classificado como hidroxicumarina. É ou não é “embromation”? Caramba, os três pertencem ao mesmo grupo químico: 4-hidroxicumarinas e ponto final! Acho que a empresa queria impressionar exibindo uma diversidade de “grupos químicos” para mostrar tecnologia, conhecimento científico ou qualquer outra presunção parecida. Sim, o certificado apontava como antídotos a vitamina K para dois deles e a vitamina K1 para o outro. Dá para comentar?
Foi pena que eu não estivesse antecipadamente presente, pois essa propostinha não passaria. Jamais! Tanta empresa boa, confiável, de bom nível técnico em São Paulo e meu condomínio foi escolher justamente uma que deixou muito a desejar. Azar meu, condômino, que paguei por esse “serviço”!