Um colega mineiro me enviou uma cópia da carta aberta do Presidente da Minasprag – Associação Mineira de Empresas Controladoras de Pragas – Flávio Cançado Murta, dirigida à Feprag. Nessa carta, Murta manifesta sua estranheza diante reportagem veiculada pela Rede Globo de Televisão em edição nacional durante o programa Jornal Bom Dia de 12/01/2009, quando os produtores embasaram a informação no Manual de Controle de Escorpiões publicado pela Anvisa/MS. Nessa reportagem (e no referido Manual da Anvisa) a mensagem foi de que “... até o presente momento não foi definida cientificamente a eficácia de produtos químicos no controle escorpiônico em ambiente natural.” Murta alerta contra essa posição oficial da Anvisa, pois há no comércio especializado alguns produtos que são registrados na própria Anvisa contra escorpiões. Naturalmente são produtos de uso profissional exclusivo aos quais o cidadão comum não tem acesso.
Associo-me em gênero número e grau à posição tomada pelo Presidente da Minasprag. Associo-me porque vejo, como ele, uma ameaça ao exercício profissional do controlador de pragas que poderá ter cerceado seu trabalho contra escorpiões com base nesse posicionamento (errôneo) da Anvisa. Associo-me porque, centenas de vezes, combati com muito êxito escorpiões em seu habitat natural e sem provocar sua dispersão. Associo-me porque durante minha vida profissional testei, estudei e demonstrei cientificamente um determinado produto altamente eficaz a campo contra escorpiões amarelos (Tityus serrulatus), tendo publicado esse trabalho em revista científica, o que não pode ser ignorado pelos técnicos da Anvisa.
Deixem-me então, botar minha azeitona nessa empada.
Escorpiões sempre foram um problema de saúde pública neste país. Em tom de brincadeira, os especialistas discutiam apenas onde seria a capital nacional do escorpião, se em Ipatinga/MG ou Aparecida do Norte/SP, com votos também para Sertãozinho/SP. Nas décadas de 50 e 60, foram usados amplamente pelos órgão sanitários públicos, o DDT e o BHC, dois organoclorados, no combate de campo ao escorpião com certo sucesso, devido à longa persistência desses compostos no meio ambiente onde foram aplicados. Como sabemos, o uso de biocidas organoclorados acabou sendo proibido. Contra escorpiões, passaram-se quase três décadas sem um biocida que fosse capaz de controlá-los em situação de campo. Em laboratório, o escorpião resistia bem pouco à maioria dos biocidas (organofosforados, carbamatos e piretróides), mas a campo, mostravam-se inatingíveis. Claro, dotados de organelas capazes de detectar a presença desses produtos aplicados em seu habitat, simplesmente não se expunham e tranqüilamente aguardavam em seus esconderijos que o efeito dos compostos acabasse. Sim, eles podem ficar até um ano sem se alimentar! No final da década de 90 surgiu a formulação dos microencapsulados que se mostrou bastante eficaz no combate livre contra escorpiões; testado no Brasil, tal formulação foi amplamente utilizada por empresas desinfestadoras e órgãos públicos em todo o país. Enquanto isso acontecia, os técnicos da Anvisa e de outros órgãos sanitários envolvidos, todos doutores em teoria, adotavam a famosa saída do “eu não sei de nada” ao invés de comprovar a eficácia dos biocidas propostos. Pois, parece que essa postura continua até hoje. Sem nunca terem se aventurado a comprovar ou negar a indicação de certos produtos existentes no mercado e anunciados por seus fabricantes como eficazes contra escorpiões, novamente vejo que essas “autoridades” outra uma vez tampando o sol com a peneira. Certamente é mais fácil negar a eficácia do que ter que realmente testá-la sob condições científicas. Há em nosso mercado especializado, pelo menos três produtos devidamente registrados na Anvisa que trazem claramente em seus rótulos a indicação contra escorpiões. Óra, se a Anvisa exige que o fabricante apresente os relatórios dos testes que realizou contra cada praga que pretende inserir em seu rótulo, temos então uma situação: ou a Anvisa não está realmente lendo e analisando os relatórios e testes contra as pragas alvos dos produtos, ou lá dentro há dois grupos totalmente isolados, um que concede registro e outro que faz Manuais teóricos. Não se falam, não se conhecem, não se comunicam.
Sim, os produtos a que me referi são de uso estritamente profissional e o público não tem acesso a eles, mas daí dizer em um Manual oficial que até o presente momento não há evidência científica de eficácia de produtos químicos contra escorpiões, vai uma grande distância. Isso tudo não é novo e nem vai terminar tão cedo, aposto.
Por falar nisso, onde está minha taça de cicuta????
Associo-me em gênero número e grau à posição tomada pelo Presidente da Minasprag. Associo-me porque vejo, como ele, uma ameaça ao exercício profissional do controlador de pragas que poderá ter cerceado seu trabalho contra escorpiões com base nesse posicionamento (errôneo) da Anvisa. Associo-me porque, centenas de vezes, combati com muito êxito escorpiões em seu habitat natural e sem provocar sua dispersão. Associo-me porque durante minha vida profissional testei, estudei e demonstrei cientificamente um determinado produto altamente eficaz a campo contra escorpiões amarelos (Tityus serrulatus), tendo publicado esse trabalho em revista científica, o que não pode ser ignorado pelos técnicos da Anvisa.
Deixem-me então, botar minha azeitona nessa empada.
Escorpiões sempre foram um problema de saúde pública neste país. Em tom de brincadeira, os especialistas discutiam apenas onde seria a capital nacional do escorpião, se em Ipatinga/MG ou Aparecida do Norte/SP, com votos também para Sertãozinho/SP. Nas décadas de 50 e 60, foram usados amplamente pelos órgão sanitários públicos, o DDT e o BHC, dois organoclorados, no combate de campo ao escorpião com certo sucesso, devido à longa persistência desses compostos no meio ambiente onde foram aplicados. Como sabemos, o uso de biocidas organoclorados acabou sendo proibido. Contra escorpiões, passaram-se quase três décadas sem um biocida que fosse capaz de controlá-los em situação de campo. Em laboratório, o escorpião resistia bem pouco à maioria dos biocidas (organofosforados, carbamatos e piretróides), mas a campo, mostravam-se inatingíveis. Claro, dotados de organelas capazes de detectar a presença desses produtos aplicados em seu habitat, simplesmente não se expunham e tranqüilamente aguardavam em seus esconderijos que o efeito dos compostos acabasse. Sim, eles podem ficar até um ano sem se alimentar! No final da década de 90 surgiu a formulação dos microencapsulados que se mostrou bastante eficaz no combate livre contra escorpiões; testado no Brasil, tal formulação foi amplamente utilizada por empresas desinfestadoras e órgãos públicos em todo o país. Enquanto isso acontecia, os técnicos da Anvisa e de outros órgãos sanitários envolvidos, todos doutores em teoria, adotavam a famosa saída do “eu não sei de nada” ao invés de comprovar a eficácia dos biocidas propostos. Pois, parece que essa postura continua até hoje. Sem nunca terem se aventurado a comprovar ou negar a indicação de certos produtos existentes no mercado e anunciados por seus fabricantes como eficazes contra escorpiões, novamente vejo que essas “autoridades” outra uma vez tampando o sol com a peneira. Certamente é mais fácil negar a eficácia do que ter que realmente testá-la sob condições científicas. Há em nosso mercado especializado, pelo menos três produtos devidamente registrados na Anvisa que trazem claramente em seus rótulos a indicação contra escorpiões. Óra, se a Anvisa exige que o fabricante apresente os relatórios dos testes que realizou contra cada praga que pretende inserir em seu rótulo, temos então uma situação: ou a Anvisa não está realmente lendo e analisando os relatórios e testes contra as pragas alvos dos produtos, ou lá dentro há dois grupos totalmente isolados, um que concede registro e outro que faz Manuais teóricos. Não se falam, não se conhecem, não se comunicam.
Sim, os produtos a que me referi são de uso estritamente profissional e o público não tem acesso a eles, mas daí dizer em um Manual oficial que até o presente momento não há evidência científica de eficácia de produtos químicos contra escorpiões, vai uma grande distância. Isso tudo não é novo e nem vai terminar tão cedo, aposto.
Por falar nisso, onde está minha taça de cicuta????
Falou um monte e ao mesmo tempo não disse nada !
ResponderExcluirPrezado Kiko: o que vc queria? Apenas apresentei e argumentei sobre o problema. Afinal, não sou eu quem faz as regras, mas sim o pessoal da Anvisa, sobre quem não tenho a menor influência (sequer contato). Mas, quem sabe, vc teria alguma sugestão para resolver essa questão! Se tiver, seria interessante apresentá-la aqui neste blog mesmo, para conhecimento de todos os leitores, profissionais controladores de pragas como vc.
ResponderExcluirANVISA...Pra que serve? Pra cobrar? Tem alguém que estuda lá? Eles tem que largar a maravilhosa teoria, e sair a campo se tem dúvidas da eficácia desses produtos. Mas antes de tudo, mais um pouquinho de teoria para conhecerem técnicas de aplicações, para que assim, não apliquem os produtos de forma errada e venham dizer que "até o presente momento não foi definida cientificamente a eficácia de produtos químicos no controle escorpiônico em ambiente natural.” Se atuarem de forma correta, terão um CONTROLE, não um EXTERMÍNIO. "estamos vendo um aqui, outro lá...Esse produto não é bom..." Esses Cabides de Emprego...As pessoas estudam, desenvolvem um produto, testam sua eficácia, constatam e... Já usei esses produtos, e ficou claro para um Condomínio com uma vasta área que fiz o tratamento, a Eficácia desses produtos no CONTROLE DE ESCORPIÕES. Valeu
ResponderExcluirConcordo com os colegas sobre os comentários dos produtos que estão na praça
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