quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

UM DIA NA VIDA DE UM CAMUNDONGO (Mus musculus) – Parte II


Estávamos acompanhando a saga de um dia na vida de um camundongo em post anterior. Pois ele acaba de expulsar um rival invasor; cheio de testosterona e adrenalina, é bastante provável que prontamente procure uma de suas esposas para acasalar-se repetidas vezes, caso ela esteja no cio ou próximo a ele.
Dispersão natural:- a família de nosso herói tinha anteriormente seis filhos machos que ao atingir suas respectivas maturidades sexuais, foram, como é usual, banidos pelo pai do território onde nasceram tão logo começaram a se interessar pelas fêmeas da colônia. Essa dispersão natural dos machos para outras áreas adjacentes de moradia e alimentação, combinada com o veloz crescimento populacional, é a razão pela qual os camundongos rapidamente conseguem se espalhar por toda uma área construída, formando novas colônias, assim que consigam atrair a atenção de uma ou mais fêmeas nômades.
DICA PARA O CONTROLE:- quando você encontrar camundongos ou sinais deles em diversos andares de uma edificação, não pense que se trata de uma só colônia com camundongos que gostam de deambular para cima e para baixo em busca de alimentos. Na verdade, você estará diante de uma infestação composta por várias colônias, cada qual em seu delimitado território. Você terá que iscar (ou colocar armadilhas de captura, a seu critério) em cada território individualmente.
Depois de ter reconhecido seu território, se alimentado um pouco, localizado e expulsado um intruso e coberto uma fêmea, nosso solerte herói tem fome novamente. Ele retoma uma série de circuitos buscando alimento que ele sabe onde encontrar, mordiscando aqui e ali pequenas porções durante toda a noite, comendo cerca de 20 vezes ou mais. Em um ponto do território, ele chega ao seu local favorito de alimentação onde para mais tempo que nos demais pontos, sob uma prateleira onde um saco de alpiste anteriormente roído por ele, derrama sempre alguns grãos no chão.
DICA PARA O CONTROLE:- um forte cheiro típico de camundongos (quem conhece, reconhece) e muitas fezes em pontos onde haja alimentação, demonstram os locais preferidos desses pequenos roedores. Tais pontos, certamente, são os melhores para que ali coloquemos nossa isca raticida ou algum artefato de captura. Camundongos são animais muito curiosos (neofilia), enquanto seus primos ratazana e rato preto são muito desconfiados (neofobia). A presença de um artefato de captura recentemente colocado em seu território, certamente vai despertar sua atenção e curiosidade; esse objeto será prontamente investigado e pode capturá-lo. Pela mesma razão, iscas raticidas (de boa qualidade) podem ser ingeridas na mesma noite em que colocadas nos pontos certos de presença e passagem dos camundongos. Mas, lembrando do fato de que eles apenas mordiscam um alimento encontrado e já partem para buscar outra porção de alimento, divida a isca em pequenos monturos afastados por um palmo de distância mais ou menos; dessa forma, ele vai mordiscar em vários montículos da isca e acabará por ingerir a dose que o eliminará.
Mais uma vez voltando ao camundongo de nossa história, finalmente, já na noite avançada, ele está cansado e de barriga cheia. Decide voltar ao ninho para um merecido descanso. Aninha-se, mas não dorme imediatamente. Começa a executar uma minuciosa limpeza de seu pelame através de vigorosas lambidas, retirando todas as sujidades que ficaram aderidas a suas patas, cauda ou pelos. Passa um bom tempo nisso. O sono vence e ele dormita um pouco. Acorda mais tarde, retoma a limpeza do pelame e volta a dormir. Continuará assim pelas próximas 12 horas enquanto o dia lá fora está claro e há muito movimento de pessoas.
E assim, passa-se mais um dia na vida de um bravo camundongo; mais um dos 365 dias que totalizam sua vida inteira...

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