- As três espécies de roedores urbanos (sinantrópicas) nunca são encontradas no mesmo ambiente, porque os ratos pretos (R.rattus) eliminam os camundongos (M.musculus) e as ratazanas (R.norvegicus) eliminam os ratos pretos, certo? Errado! Embora não tão freqüente, podemos sim encontrar as três espécies comensais compartilhando o mesmo ambiente, bastando que cada espécie ocupe um nicho diferente e haja alimento à vontade para sustentar todas as diferentes colônias. De fato, a ratazana por ser de maior porte e mais agressiva, prevalece sobre ratos pretos e camundongos e os elimina em confrontos diretos. Sucede que esses confrontos raramente acontecem, primeiro porque as duas espécies menores, ao perceberem que seu território foi invadido por ratazanas, procuram imediatamente fugir e saem em busca de outro local onde possam estar mais seguras. E segundo, porque cada espécie tem seu nicho próprio: as ratazanas procuram o subsolo para fazer suas tocas e ninhos, os ratos pretos buscam permanecer longe do solo e os camundongos procuram aninhar-se em desvãos diminutos. Vi dois tipos de situações onde as três espécies conviviam. Uma foi em um Supermercado onde alimento não era problema para nenhuma das espécies infestantes; ratos pretos no forro de onde desciam somente para se alimentar, ratazanas em tocas escavadas nas junções de paredes e piso da área de serviço, entrando e saindo na área comercial e camundongos alojados em motores de balcões e gôndolas frigorificadas. A outra situação foi em granjas (avícolas e suinícolas) onde a ração dos animais provia todo o alimento que os roedores infestantes necessitavam: ratazanas esburacando o solo, ratos pretos alojados nas estruturas de sustentação dos telhados dos galpões de criação e camundongos aninhados nas pilhas de sacos de ração e de outros materiais. Portanto, ao inspecionar alguma instalação em busca de sinais que lhe permitam identificar a espécie infestante, admita a possibilidade de existir outras espécies presentes e procure as evidências. Lembre-se: as técnicas de combate são diferentes para cada espécie comensal.
- “As baratas têm os olhos tão desenvolvidos que conseguem enxergar em plena escuridão”. Não mesmo! Sendo um inseto noturno, as baratas não se orientam pela visão quando em plena escuridão. Para começar, as baratas tornaram-se ativas durante a noite e escondem-se durante a luz do dia, para terem mais chances de escapar de seus predadores que são incontáveis. Afinal, devido ao alto teor protéico das baratas, são elas alvos permanentes de uma série de predadores naturais: qualquer ave aprecia uma barata no almoço com destaque para as galinhas, incansáveis ciscadeiras, gatos brincalhões adoram treinar suas patadas em fugazes baratas que se expõem indevidamente, até ratos podem se aproveitar de um momento de descuido e mastigar uma barata mais lerda. Durante a noite, as baratas, tão permanentemente em risco durante o dia, podem relaxar e sair em busca de alimentos e água. Mas, isso se não houver algum voraz escorpião por perto, um aracnídeo também noturno. Como a escuridão impede a boa visão (exceto para os caçadores noturnos que desenvolveram a chamada “visão noturna” como os felinos, jacarés, corujas e cobras), a opção evolutiva das baratas foi desenvolverem outros sentidos e, quando na escuridão, orientam-se através do tato e do olfato (ambos situados em suas antenas). Seus olhos são relativamente pequenos e situados na cabeça que fica sempre fletida para baixo, abrigada por um escudo protetor. Portanto, baratas não enxergam bem no escuro.
Aliás, aí vai uma pitada de Cultura Inútil: os romanos dos primeiros tempos de sua civilização, chamaram as baratas de “lucífugas” (as que fogem da luz) e só mais tarde é que mudaram o nome para “blatta”.
- “As baratas têm os olhos tão desenvolvidos que conseguem enxergar em plena escuridão”. Não mesmo! Sendo um inseto noturno, as baratas não se orientam pela visão quando em plena escuridão. Para começar, as baratas tornaram-se ativas durante a noite e escondem-se durante a luz do dia, para terem mais chances de escapar de seus predadores que são incontáveis. Afinal, devido ao alto teor protéico das baratas, são elas alvos permanentes de uma série de predadores naturais: qualquer ave aprecia uma barata no almoço com destaque para as galinhas, incansáveis ciscadeiras, gatos brincalhões adoram treinar suas patadas em fugazes baratas que se expõem indevidamente, até ratos podem se aproveitar de um momento de descuido e mastigar uma barata mais lerda. Durante a noite, as baratas, tão permanentemente em risco durante o dia, podem relaxar e sair em busca de alimentos e água. Mas, isso se não houver algum voraz escorpião por perto, um aracnídeo também noturno. Como a escuridão impede a boa visão (exceto para os caçadores noturnos que desenvolveram a chamada “visão noturna” como os felinos, jacarés, corujas e cobras), a opção evolutiva das baratas foi desenvolverem outros sentidos e, quando na escuridão, orientam-se através do tato e do olfato (ambos situados em suas antenas). Seus olhos são relativamente pequenos e situados na cabeça que fica sempre fletida para baixo, abrigada por um escudo protetor. Portanto, baratas não enxergam bem no escuro.
Aliás, aí vai uma pitada de Cultura Inútil: os romanos dos primeiros tempos de sua civilização, chamaram as baratas de “lucífugas” (as que fogem da luz) e só mais tarde é que mudaram o nome para “blatta”.
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