quarta-feira, 3 de março de 2010

PARA CONTROLAR BARATAS, INSETICIDA GEL/PASTA OU CALDA ?

Há uns 15 anos atrás mais ou menos, chegaram no Brasil os baraticidas em forma de pasta ou gel. Antecipados pelas notícias de sucesso no mercado norteamericano, essas então novas formulações foram bem aceitas por nossos profissionais desinfestadores. Afinal, era a grande novidade do mercado e como tal foi bem recebida por alguns (os progressistas) e nem tanto por outros (os conservadores). Lembro-me do esforço que o velho amigo Cenise (da Sol, distribuidora) teve que fazer para difundir e popularizar o Siege, então da Cyanamid e hoje da Basf, a primeira marca comercial lançada em nosso mercado. Foram dezenas e dezenas de reuniões, palestras técnicas e lançamentos comerciais em diferentes cidades brasileiras. Era preciso literalmente ensinar o novo conceito de substituir as costumeiras pulverizações por aplicação de pontinhos de pasta ou gel. O Siege (palavra inglesa de origem francesa que significa “cerco”) vinha até com um coldre e uma pistola dosadora remetendo à imagem de um sherife do velho oeste americano, obviamente apoiado em um plano de marketing que não havia sido adaptado à nossa cultura. Pouco tempo depois surgiram outros produtos similares e essas formulações acabaram por demonstrar sua eficiência e eficácia, umas mais e outras menos. A discussão inicial se aquela nova proposta para controlar baratas era melhor ou pior do que a pulverização de caldas inseticidas, perdura até hoje em certos núcleos de profissionais desinfestadores. O que se sabe, ao certo, é que ambas as técnicas podem ser eficientes, na dependência das condições ambientais onde o combate será travado, do grau de infestação, do manejo dado ao ambiente, do grau de treinamento dos operadores, da qualidade dos biocidas selecionados, da urgência na obtenção de resultados e outros fatores mais. Há vantagens para cada método e desvantagens também. Certamente, a pulverização de uma calda inseticida diretamente nas frestas, nichos, gretas e reentrâncias produzirá um resultado mais rápido e abrangente, porém o emprego de baraticidas gel ou pastas provocará bem menos distúrbio no ambiente tratado, contaminando-o significativamente menos e não tem necessidade de período de interdição. Cabe ao profissional avaliar os prós e contras de cada metodologia em função do ambiente a ser tratado para tomar sua decisão. Pense bem, não raro, a adoção das duas abordagens em tempos diferentes pode ser a chave do sucesso. Hoje já se fala até na aplicação de dois produtos em gel, aproveitando os melhores benefícios de cada (vide revista Vetores&Pragas Ano XII n°.23, pgs 22 -24). Quem decide é o leitor, afinal.

Contudo, cabe uma última discussão sobre essa formulação sólida; gel ou pasta? São diferentes e apresentam resultados diferentes? Vamos lembrar que pasta é uma formulação de base aquosa, enquanto o gel é uma formulação à base de derivados de petróleo. Os géis não desidratam e nem escorrem em ambientes quentes como cozinhas comerciais ou industriais. As pastas são mais úmidas, sofrem fermentação e por isso atraem mais as baratas. Mais uma vez chamo a atenção dos leitores: como em todos os ramos, há bons e maus produtos. No nosso ramo contudo, os resultados obtidos são fortemente influenciados pela qualidade do biocida empregado. Portanto, avalie bem a questão custo-benefício antes de decidir-se por este ou aquele produto. Para isso mesmo que você é um profissional desinfestador, afinal!

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