sábado, 27 de março de 2010

O MISTÉRIO DO FRANGORRATO – PARTE II

OK, vamos continuar a contar o mistério do Frangorrato. Dêem uma olhada logo aí abaixo para relembrar como a coisa começou e até que ponto havíamos chegado. Eu dizia que um acordo fechou a discussão e os queixosos saíram felizes (bem felizes!). O frigorífico também ficou feliz, por que não, já que conseguiram impedir que o caso fosse levado à mídia, o que contentou bastante o supermercado. Bem, o frigorífico não estava super feliz porque agora se preocupava em saber como aquele rato havia entrado no frango. Primeiramente, fotografaram exaustivamente o réu e enviaram-no para uma Universidade para melhores exames. O laudo (simples) apenas confirmou que o rato dividia seu espaço na carcaça com os pés, a moela, a cabeça e o fígado do galinhão, como era de se esperar. O intruso foi identificado como sendo uma ratazana (R.norvegicus) macho adulto (mais de 200g de peso). E nada mais. Sim a embalagem original não havia sido violada! O pessoal do frigorífico até que se esforçou bastante para tentar entender o que havia ocorrido, mas as hipóteses levantadas não satisfaziam. Então, nem me lembro como, fui chamado para tentar descobrir a trama. Lógico, no primeiro contato, uma reunião com o pessoal do frigorífico serviu para algumas respostas importantes. Antes de mais nada, eles mantinham sob contrato, uma empresa local controladora de pragas há cerca de 5 anos e nunca haviam registrado problemas com roedores no perímetro de suas instalações. Fui conhecer a linha de produção que mais ou menos era a seguinte: os frangos eram abatidos mecanicamente por corte do pescoço, as carcaças recebiam um banho com água ferventes já dependuradas em um sistema que se movia o tempo todo (como uma linha de montagem de uma fábrica de automóveis), passavam por uma despenadeira, eram evisceradas logo adiante, a cabeça, pés, moela e fígado eram separados e caiam em uma esteira rolante. A carcaça continuava e era depositada em uma mesa para preparo final, onde operárias colocavam as vísceras no interior de cada uma; a carcaça era então depositada sobre uma bandeja de isopor e envelopada por uma máquina. Dentro do processo, cada carcaça era manipulada e verificada no mínimo por três pessoas. Quer dizer, para que alguma operária dessa linha pudesse enfiar um rato morto dentro de uma carcaça, teria que haver um conluio entre elas, o que era altamente improvável, para não dizer impossível. Não encontrei sequer uma cíbala (fezes) de roedores no frigorífico. Examinei a canaleta de drenagem de águas utilizadas na linha de manipulação: limpa, higienizada e gradeada. Nada encontrei de suspeito na câmara frigorífica onde as carcaças eram estocadas até seu despacho para o comércio. Revisei meus conhecimentos e não encontrei uma única teoria que pudesse minimamente juntar o quebra-cabeças. Fui embora assoviando para disfarçar e até hoje me questiono, sem sucesso! Por via das dúvidas, anotei bem a marca do frango!
O mistério do frangorrato... continua um mistério!

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