segunda-feira, 6 de abril de 2015

ESTATÍSTICO SUGERE QUE NOVA YORK TENHA MENOS RATOS DO QUE SE IMAGINA

A Times Square, em Nova York (EUA), é o ponto turístico mais visitado do mundo e recebe, por ano, aproximadamente 35 milhões de turistas Por alguns anos, as estatísticas sugeriram que a cidade de Nova York estava ficando mais segura, limpa e mais cara. Agora, os dados sugerem que a cidade pode não abrigar tantos ratos quanto os novaiorquinos imaginavam - ou gostavam de se vangloriar para os visitantes. Jonathan Auerbach, um estatístico de 26 anos e doutorando da Universidade de Columbia, ganhou recentemente uma competição patrocinada pela Royal Statistical Society of London, instituição de 180 anos de existência. Auerbach conquistou o prêmio com um artigo em que defendeu que há menos ratos na cidade do que quase todo mundo acreditava. Cerca de 6 milhões a menos. Pelos cálculos de Auerbach, a população de ratos é de meros 2 milhões de ratos, com uma margem de erro de 150 mil para mais ou para menos. Ao chegar a este total, ele derrubou a ideia há muito perpetuada de que havia um rato para cada habitante da cidade. A população de Nova York chegou a 8.405.837 em julho de 2013, de acordo com o Departamento de Planejamento. Mas no artigo publicado na revista de estatística Significance sob o título "A cidade de Nova York de fato tem tantos ratos quanto pessoas?" - ele chamou a ideia de um rato por pessoa de um "mito urbano". É o bastante para que nos perguntemos o que virá em seguida. A abordagem do Departamento de Saúde Pública e Mental para contar os roedores envolve o uso do que ele chama de "indexamento de ratos" para inspecionar várias propriedades nas áreas onde eles se concentram. A agência aconselha os donos dos imóveis a contratarem controladores de pragas quando seus inspetores encontram evidências da existência de ratos nos imóveis, e pode emitir advertências se as inspeções seguintes indicarem que não houve adequação às normas. Ela também realiza cursos de capacitação para superintendentes de prédios, administradores de condomínios, proprietários de imóveis e até inquilinos interessados. O departamento de saúde diz que seus esforços tiveram efeito. "Nós vimos uma redução total no número dos vestígios de ratos em toda cidade de Nova York", disse Levi Fishman, porta-voz do departamento, em um e-mail. De quanto foi essa redução? Fishman disse que "não há métodos científicos para contar de forma precisa o número de ratos em Nova York ou em qualquer cidade grande." Da mesma forma, Kevin Ortiz, porta-voz da Autoridade de Transporte Metropolitano, que está imerso na batalha contra os roedores, disse que nunca quantificou a população de ratos que vive no metrô. Auerbach, que foi analista fiscal do Conselho Municipal e do Serviço de Informação sobre o Mercado de Trabalho da prefeitura de Nova York na Universidade da Cidade de Nova York antes de se matricular na Columbia, reconheceu em seu artigo que fazer um censo da população de ratos coloca desafios significativos para um estatístico. "Os animais são péssimos em responder pesquisas", observou, lacônico. Ele enfrentou outros problemas metodológicos. Ele não pôde capturar um grande número de ratos, marcá-los para identificação, soltá-los, capturar outro tanto e contar o número de ratos marcados naquele grupo. Infelizmente, ele escreveu, o departamento de saúde não deve aprovar um experimento de grande escala de soltura de ratos (por motivos óbvios. Em vez disso, Auerbach se fiou em informações sobre queixas de ratos reunidas em 311 registros, disponíveis ao público no portal de dados da prefeitura. Ele relacionou a localização de cada observação positiva no terreno correspondente e concluiu que havia 40.500 terrenos habitados por ratos em Nova York, ou cerca de 4,75% dos 842 mil terrenos da cidade. "Sabemos que uma colônia típica tem cerca de 40 a 50 ratos", ele escreveu, embora não tivesse citado a fonte dessa informação. Assumindo - "com generosidade" - que o parâmetro maior seja razoável, ele estabeleceu a população de ratos em 2,02 milhões. A ideia de que a população de ratos é menor do que 8 milhões não é novidade, de acordo com Robert Sullivan, que escreveu um livro sobre ratos. O título era "Ratos: Observações sobre a história e o habitat dos moradores mais indesejados da cidade. "Qualquer um que saiba alguma coisa sobre ratos, sabe que não existem 8 milhões de ratos", disse Sullivan em uma entrevista na quarta-feira. "Mas qualquer um que saiba alguma coisa sobre ratos também sabe que todos amam a ideia de 8 milhões de ratos. O cenário de um rato por pessoa é bem improvável." Mesmo assim, ele diz que a teoria foi contestada depois da 2ª Guerra Mundial pelo estudioso de comportamento animal David E. Davis, que prendeu ratos em apartamentos no East Harlem e estimou que a cidade abrigava na época um rato para cada 36 pessoas. O artigo de Auerbach foi um dos três finalistas julgados por um painel de estatísticos profissionais. Ele foi convidado a falar na conferência anual da sociedade em Sheffield, Inglaterra, ocorrida em setembro último. O público "tinha muitas perguntas sobre as minhas hipóteses - se elas se sustentam diante do conjunto de dados", disse ele."No final, deixei um desafio: 'vamos ver se alguém faz melhor”. Eu não tentei divulgar o trabalho como um biólogo, entendendo a espécie. Divulguei como contribuinte que paga pelos serviços públicos. O governo está divulgando dados e o que nos interessa é como podemos usar esses dados para envolver as agências públicas e falar sobre os serviços que elas fornecem?"Tradutor: Eloise De Vylder (com adaptações do Higiene Atual).

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