terça-feira, 23 de agosto de 2011
VOCÊ JÁ OUVIU FALAR DA BARATA SURINAMENSE (Pycnocelus surinamensis)?
Há alguns anos atrás, ainda no tempo em que o Higiene Atual era um periódico impresso (do qual fui o Editor) editado e distribuído por um laboratório produtor de biocidas onde trabalhei por muitos anos, a bióloga Lucy Ramos Figueiredo (atual Diretora Técnica da ABCVP), alertava sobre a entrada no Brasil de uma então nova espécie de barata, a Pycnocelus surinamensis, a barata surinamense. De lá para cá, ainda que nenhum estudo específico tenha sido efetuado em nosso país, escuta-se muitos relatos de profissionais controladores de pragas de diferentes regiões do país descrevendo, com dúvidas, a ocorrência de uma certa barata infestando caracteristicamente alguns clientes. Então vamos fazer um rápido resumo dessa barata, até para que os leitores possam identificá-la e combatê-la corretamente.
A barata surinamense é uma comedora de plantas e raízes que escava o solo para se esconder ou se mistura ao lixo na superfície. É capaz de atacar diferentes tipos de plantas no jardim e nos vasos ornamentais, entrando dessa forma no interior de residências e outros estabelecimentos. Embora não seja uma barata que possa ser considerada estritamente uma praga, a barata surinamense representa um incômodo nas dependências onde haja plantas ornamentais. Por não ser muito comum, frequentemente é confundida com a barata de esgoto (P.americana) ou mesmo com a barata oriental (B.orientalis). Essa espécie é de tamanho moderado (18 a 25 mm de comprimento), com asas que se estendem além do corpo; seu pronoto (a parte anterior do corpo) é escuro e as asas têm um tom ligeiramente esverdeado. Suas ootecas são guardadas pelas fêmeas dentro do corpo até o momento da eclosão (ela produz até três ootecas com aproximadamente 26 ovos em cada uma); as ninfas alcançam a maturidade em mais ou menos 140 dias e depois de adultas, vivem cerca de 307 dias.
Não se sabe muito ainda sobre a biologia da barata surinamense, mas há coisas interessantes a observar. Uma delas: até hoje nunca foi descoberto um macho nessa espécie, o que sugere fortemente que ela seja partenogenética, isto é, a fêmea reproduz-se sozinha, como ocorre nos escorpiões amarelos (Tytius serrulatus). Têm hábitos noturnos e dão extensos passeios antes de voltar a seus abrigos para passar o dia. Sabem quem a descreveu cientificamente? Carlos Lineu, aquele! Danado!
Felizmente são sensíveis a qualquer tipo de inseticida empregado usualmente contra baratas. Vasos com plantas ornamentais devem ser adequadamente tratados e lixo solto deve ser removido nos ambientes infestados pela barata surinamense.
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Hoje achei essa baratinha do Suriname em meu banheiro. Ela estava quietinha no canto da parede. Achei que fosse uma Periplaneta doente, pois andava muito devagarzinho. Alguém saberia dizer se ela é lerda mesmo?
ResponderExcluirAté que é bonitinha!
Sandra M.A.
Prezada amiga Sandra.
ExcluirBarata bonitinha é por sua conta! Tirando isso, ela é mesmo mais lenta em seus movimentos, principalmente se vc a comparar com a barata de esgoto (P.americana), considerada o inseto rasteiro mais rápido dentre todos.
Eu aposto com vc que sua baratinha surinamense era uma fêmea!!!
Eu gostaria de saber como combater essas baratas porque tem aparecido no meu vaso.
ResponderExcluirObrigado
Amigo Nei
ResponderExcluirUma calda feita com algum piretróide Pó Molhável (WP) aspergida no vso, liquida esse assunto!
Abx
Olá Constancio.
ExcluirDesculpa a demora pela resposta, mas estou em dúvida quanto ao tipo de remédio, você possui algum nome específico e onde posso encontrar ?
Obrigado
Olá, tenho em casa um jardim com gramado, numa área de uns 1000 metros quadrados q está infestada com essas baratas surinamenses. Toda noite aprece cerca de 4 a seis dentro de casa e acredito q elas são atraídas pela luz já que à noite ficam em grande número perto das áreas iluminadas. Como resolver essa infestação?
ResponderExcluirtodos os vasos da minha casa de plantas ornamentais a frutíferas que tenho em vaso e ate as do chão estão com estas baratas e muitas plantas ja morreram.
ResponderExcluirAmigo Tito. É muito provável que seja a Picnocellus. Elas costumam ficar no próprio vaso onde estão sendo vistas, semi enterradas no substrato. Eu tentaria liquidar o assunto polvilhando algum inseticida em pó de maneira que sejam intoxicadas quando sairem.
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