sábado, 10 de dezembro de 2011

POSSÍVEIS NOVOS BIOINSETICIDAS

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A Internet abriu um mundo fantástico diante de nossos olhos (e cérebros). Aquele que se dispuser a navegar em busca livre de alguma informação, vai se surpreender com a imensa quantidade disponível de sites, blogs, citações, livros, artigos publicados e assemelhados que podem ser consultados ao alcance de um clique em seu computador. Outro dia, busquei uma informação em que estava interessado e o Google me informou que havia mais de 15.000 locais onde a informação desejada poderia ser acessada! Nem que eu fosse mágico conseguiria consultar todas as fontes localizadas, por isso me limitei a acessar duas ou três e já me dei por satisfeito.
Em um desses passeios livres, encontrei um artigo que me interessou. O autor falava de algumas pesquisas e certas descobertas que poderiam ser promissoras na busca de novos biocidas. Achei que os leitores do Higiene Atual poderiam se intressar por esse tema, juntei mais alguma coisa que já havia buscado e escrevi este post.
O autor (John Brown) começa afirmando que o homem nunca sintetizou um inseticida cujo mecanismo de ação não ocorresse na Natureza. A maioria dos inseticidas sintéticos tem modo de ação similar a aqueles que ocorrem em plantas, animais, minerais ou micróbios. Certas espécies de crisântemos (flores) produzem defesas contra herbívoros (piretrinas). A criolita é um mineral que apresenta propriedades inseticidas. A delta-endotoxina do micróbio Bacillus thuringiensis faz com que insetos parem de se alimentar. O cartape é um exemplo de uma secreção defensiva animal que apresenta propriedades inseticidas. Certos inseticidas sintéticos podem ser modelados a partir de alguns hormônios naturais de insetos (reguladores do crescimento de insetos – IGR). Portanto, não é de admirar que certos enzimas encontrados nos insetos, como as quitinases, estejam sendo estudadas como possíveis inseticidas.
Achei isso muito interessante! As quitinases são enzimas que degradam a quitina (proteína) que recobre o exoesqueleto dos insetos, mas tamb´[em estão presentes no mundo vegetal. Trata-se de um polímero formado por longas cadeias repetidas de açúcar constituindo complexas moléculas. Certas plantas desenvolveram quitinase para se defenderem do ataque de fungos, mas também podem atuar na resistência contra insetos. Por exemplo, sementes de cereais contêm substanciais quantidades de quitinases (0,01%); essa quantidade podem defender a semente do ataque de fungos, mas claramente é insuficiente para evitar o ataque de insetos nos grãos armazenados. As quitinases vegetais podem atacar a membrana quitinosa do esôfago do inseto, bem mais fina que sua quitina da carapaça. Essa membrana tem no máximo 12% de quitina e um ataque enzimático poderia resultar em severa abrasão que provocaria no inseto imediata cessação da capacidade de se alimentar. Pesquisadores envolvidos na busca de novos inseticidas, têm se voltado ao estudo das quitinases. Os Drs.Kramer e Muthukrishnan da Universidade de Kansas publicaram interessante trabalho nesse estudo (biologia molecular) onde estudavam diferentes quitinases de diferentes origens e o código do DNA de certas quitinases foram clonados e inseridos em plantas. Essas plantas transgênicas são então criadas com tecnologia similar à da criação das plantas já disponíveis no mercado que contêm o gene da delta-endotoxina (do Bacillus thuringiensis). As quitinases podem aumentar o efeito da delta-endotoxina, porque atacam o trato digestivo de insetos, aumentando o efeito da delta-endotoxina.
Portanto, no futuro, poderemos ter quitinase como aditivo da delta-endotoxina no produto à base de B.thuringiensis que hoje compramos, por exemplo, resultando em efeito altamente potencializado. A pesquisa não para, amigos!

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