Em posts anteriores, estávamos fazendo uma revisão sobre as formulações que o profissional controlador de pragas pode utilizar em seu trabalho. Vimos a importância de uma boa vistoria prévia nas áreas a serem tratadas, o que nos ajudaria a definir que tipo, ou que tipos, de formulação daria o melhor resultado possível. Um pequeno questionário de 10 perguntas iria orientando nossa seleção e, após abordarmos os cinco primeiros itens, eu dizia que ainda faltavam mais cinco. Aqui estão eles:
6) A formulação selecionada tem um bom custo/benefício?
Algumas variáveis devem ser levadas em conta para podermos responder a essa pergunta. Primeiramente considere a diluição do produto e então determine o custo para tratar uma dada área (por exemplo de 100m2 de área tratada ou de uma residência ou de um restaurante, etc). Considere o tempo que pode ser ganho com aquela determinada formulação; economia na mão de obra pode permitir o uso de uma formulação mais cara. Usando tal formulação você pode evitar repasses? Aliás, poucos profissionais levam o indesejável repasse em consideração quando apresenta um orçamento. Quero dizer, não estou recomendando prever repasses no seu preço final, mas sim faça o trabalho de forma que não haja repasses! O produto mais barato nem sempre é o que dará melhor custo/benefício.
7) A formulação mistura-se com facilidade com o diluente ou com outros produtos?
Ao contrário das formulações de uso livre como iscas, pós e aerossóis, os profissionais quase sempre têm que praticar uma mistura de tanque em suas operações. Algumas formulações são mais fáceis de misturar que outras. Formulações líquidas, tais como os EC (ou CE), SC e ME (ou CS) são muito mais usadas que a formulações secas como os PM (ou WP), embora esses pós hoje já possuem solubilidade muito grande e fácil. Se você não tiv er certeza que os inseticidas selecionados se misturem bem, faça uma amostra pequena em um frasco de vidro transparente e observe o resultado; misturou bem, pode usar.
8) A formulação pode escorrer durante a aplicação?
Sabemos que a mão do operador é que determinará se a calda utilizada vai escorrer em uma parede ou não. Isso é básico e não depende da formulação escolhida. Movimentos lentos ou bico do pulverizador muito aberto, provavelmente ocasionarão escorrimento da calda. Bom treinamento do operador devidamente sob supervisão direta de um técnico, pode resolver essa questão. Mas, por incrível que pareça, as condições do tempo pode provocar escorrimento da calda aplicada nas paredes. Se o tempo estiver chuvoso, a alta umidade do ar pode provocar saturação das superfícies a serem tratadas e quando a pulverizarmos, é possível que a calda escorra. Isso é particularmente verdade nas paredes externas. Sob condições adversas, use formulações em grânulos (diluídos) que formando uma calda mais grossa, dificilmente escorrerá.
9) Resíduos visíveis após a aplicação podem ser um problema?
Certas formulações poderão deixar resíduos aparentes após sua pulverização. É o caso de formulações PM (ou WP) em caldas saturadas ou que exijam grandes volumes por unidade de área. Esses resíduos são devidos ao carreador da formulação (talco, cal, etc) que é utilizado pelo fabricante quando produz o inseticida. Naturalmente, esse problema é mais importante em paredes internas, onde nossa preferência deve recais sobre formulações como os EC (ou CE), as SC e as ME (ou CS), minimizando o risco de causar resíduos aparentes. E sempre é bom relembrar: paredes sujas de pós certamente ficarão manchadas após uma pulverização, o que nada tem a ver com a formulação escolhida, mas sim devido ao próprio pó da parede!
10) Há itens legais que possam limitar o uso do biocida?
Jamais use um inseticida sem antes ler cuidadosamente seu rótulo. Isso é fundamental! Se você tiver dúvidas sobre o uso do biocida em determinado local, consulte o fabricante ou seu distribuidor.
Após revisarmos essa lista de 10 itens, fica claro que não existe uma “super formulação” capaz de ser utilizada em qualquer situação, em qualquer lugar e contra qualquer pragas, com máximo custo/benefício. O conhecido “Zé Bombinha” não sabe disso, certamente. Mas, o bom profissional vai utilizar diferentes formulações ao longo do dia de trabalho, sempre com o intuito de obter os melhores resultados possíveis.
Bem, falta comentarmos um pouco sobre as formulações em si. Puxa, como tem coisa que precisamos saber simplesmente para eliminarmos um grupelho de pragas urbanas! No post seguinte desta série, continuamos. Tenha fé, leitor amigo!
sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012
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