quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

O “CAUSO” DO REI DOS RATOS – Parte II


Então, eu contava o “causo” fantástico do rei dos ratos, sua corte e outras estrepolias relatadas pelo celebérrimo Dr. J.J. nos idos dos anos 70, aquele biologista canadense que achava que este era um país de néscios e que ele iria “fazer a América” por aqui.
Eu disse no post I desta série que voltaria a contar a nossos leitores algumas informações contidas em uma espécie de pequena apostila que continha cópia fiel de um de suas palestras (ainda a possuo), cujo inteiro teor me foi repetido oralmente pelo autor em entrevista ocorrida na Prefeitura de São Caetano do Sul/SP.
Lá pelas tantas, o Dr. J.J. enveredou pela emoção e me contou:- “... vou me deter aqui para falar de um traço que existe entre os ratos, muito chocante; trata-se da solidariedade que existe entre eles. Cita-se, por exemplo, o caso de um bando de ratos que havia emigrado de algum local onde a vida tinha-se tornado difícil para eles. Um velho rato cego tinha entre seus dentes um pequeno pauzinho que estava seguro na outra ponta por um outro rato que lhe servia de guia. Duvidam? Um marinheiro do navio Lancaster diz que viu um rato conduzindo pela orelha outro rato maior que ele e que parecia mais velho. Um terceiro rato jovem, juntando-se a eles, percorria o quarto recolhendo migalhas de biscoito que durante a ceia da véspera haviam caído da mesa e as levava ao rato velho. Este estava cego e não mais conseguia encontrar seu alimento. Uma pessoa entrou nesse momento e os dois ratos jovens soltaram um guincho para advertir o rato cego. (a essa altura eu já estava quase em lágrimas!).
Dissertando sobre o comportamento dos ratos, J.J. saiu com esta:- “... o rato também é temeroso. Constatou-se que durante a guerra de 14/18 um pequeno fato entre tantos: nas enlameadas trincheiras, se um soldado conseguisse capturar um rato vivo, ele o enfiava em brasas quentes a fim de somente chamuscá-lo, mas deixando-o vivo; ao soltá-lo, a trincheira ficava tranqüila por 7 ou 8 dias, pois o rato ao fugir, guinchava tanto que seus congêneres fugiam dali temendo sorte semelhante”. (churrasquinho de rato inacabado = um bom método de controle urbano jamais experimentado!).
E, para terminar, J.J. guardou a grande pérola para o final apoteótico:- “... conta-se sobre a invasão das ratazanas na Europa que estas, encontrando-se impedidas de continuar seu trajeto através do rio Volga, permaneceram anos no lado oriental (atual Rússia). Em um dia muito frio de inverno, os camponeses russos confirmaram que viram dezenas de milhares de ratazanas lançando-se no rio, tendo um galho, uma folha morta ou um pouco de palha entre os dentes, permitindo que boiassem nas águas geladas do rio. Com esse amontoado de ratos juntos, a corrente do rio diminuiu no ângulo que eles haviam escolhido e o frio intenso, agindo, as águas foram tomadas por gelo. Imediatamente, com o sacrifício desses milhares de ratazanas, outros milhares de ratos, sem perda de tempo, chegaram em ondas e atravessaram o Volga rapidamente, invadindo a Europa”. (nesse preciso instante... desmaiei!)
Grande Dr. J.J. Que Deus o tenha e que suas penas por mentirinhas já tenham sido cumpridas!

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