sábado, 21 de julho de 2012

O "CAUSO" DO RATICIDA BLOCO

Coisas e “causos” da vida, guardados no baú das memórias que abro de vez em quando para pegar algo e lhes contar. Houve uma época (por 16 anos) em que tive uma empresa controladora de pragas (com muito sucesso, diga-se). Uma das razões do sucesso, sem dúvida, é que eu acompanhava pessoalmente a maioria dos serviços, pois sempre acreditei no ditado popular “- o gado só engorda sob os olhos do dono”. Era puxado, mas eu acompanhava meus operadores que não passavam de quatro moços. Quando um deles saia ou “era saído”, admitia-se outro em seu lugar e reiniciávamos outra vez um treinamento pessoal; enquanto esse novo operador não dominasse os fundamentos, ele acompanhava a equipe operacional, mas ficava mais restrito ao apoio dos operadores mais antigos. Buscava produtos no carro de transporte, ajudava com os equipamentos, abria portas e janelas, arrastava móveis e removia utensílios, etc. Enquanto o fazia, ia se familiarizando com o assunto prático. Pois bem, um dia admiti um novo operador totalmente sem o conhecimento básico das operações. Era amigo de um de meus operadores mais antigos e trazia a referência de ser honesto e trabalhador, como de fato ficou comprovado com o tempo; a principal característica do rapaz era sua total incapacidade de fechar a boca, onde exibia permanentemente um largo sorriso com uma invejável dentadura branco/alvíssimo, de botar inveja. Naqueles dias iniciais, fiz com ele o que fazia com todos os novos operadores: treinamento teórico e acompanhamento prático da equipe. Numa dessas, fomos desratizar um depósito de gêneros alimentícios bastante infestado e ali distribuí as tarefas. No meio do trabalho, acabou o raticida bloco e sem prestar muita atenção pedi ao novo operador que me trouxesse mais blocos. O rapaz demorou mais que o usual, pois o carro não estava tão longe assim e eu já ia mandar alguém atrás dele para ver o que estava acontecendo, quando eis que surge o mancebo com seu eterno sorriso. Indagado, explicou: “- Chefe, não foi fácil achar os blocos, mas na parte de trás do depósito havia alguns”. E nos exibiu dois blocos de construção, desses perfurados que são conhecidos popularmente como “tijolo de baiano”. Não sei por onde anda Jonas, pois a vida não nos fez trilhar o mesmo caminho, mas a derradeira notícia que dele tive foi que ele havia se tornado um pastor evangélico e que havia aberto seu próprio templo em uma periferia de Sampa. E que siga bem na vida... em nome de Jesus!!!

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