domingo, 29 de julho de 2012

OS PROBLEMAS CAUSADOS PELA AÇÃO DOS ROEDORES SINANTRÓPICOS

Em um recente treinamento que dei em Gramado/RS uma pequena discussão se estabeleceu entre dois colegas participantes do evento e eu apenas mediei aquela interessante troca de ideias. Um dizia que os roedores sinantrópicos não deveriam ser combatidos (da forma com que fazemos) porque eles desempenham importante papel na Natureza ao consumir lixo e outros dejetos. O outro querelante dizia que isso não era suficiente e que havia um papel nocivo em suas ações e hábitos. Ao final da discussão, a questão me foi endereçada e eu me posicionei, com o que transcrevo abaixo. À medida que a população humana cresce e se expande em todo o globo, os recursos alimentícios não crescem na mesma proporção e em certas regiões da Terra, escasseiam. Boa parte desses alimentos não chega às nossas mesas, consumidos que foram em algum momento e situação por hordas de insetos e roedores, as conhecidas pragas urbanas (e mesmo rurais). Preservar esses alimentos e proteger nossa saúde das doenças veiculadas por essas pragas se tornou uma necessidade absoluta. As próprias técnicas atualmente utilizadas nesse combate não devem ser excessivamente caras. Tampouco podem ser utilizadas de forma descuidada para que não causem impactos na biocenose e demais espécies não alvos. Esses efeitos são mais sentidos em países em desenvolvimento onde cada centavo conta. Razão pela qual, a busca de biotécnicas de controle e a visão macro dos ambientes infestados, devem prevalecer. Os problemas urbanos:- as espécies murinas sinantrópicas são os conhecidos Rattus norvegicus, Rattus rattus e Mus musculus e talvez alguma outra que, em determinados locais e regiões, por determinadas condições, estejam em processo de sinantropização (Ex: Bandicota bengalensis na Índia, Bangladesh e Burma; Mastomys natalensis na África) . Essas espécies sinantrópicas geralmente estão confinadas a centros urbanos e não se espalham por áreas não habitadas, embora possamos encontrá-las infestando granjas de produção animal para onde foram levadas passivamente. Nos centros urbanos destroem e contaminam incalculável quantidade de alimentos armazenados e geram grande número de doenças (zoonoses), além de causarem danos estruturais. A peste, a leptospirose e as salmoneloses estão entre as enfermidades onde os roedores desempenham papel ativo na transmissão, nossas preocupações principais. As infestações de armazéns, depósitos de gêneros alimentícios, estabelecimentos de consumo, pode ser severa se não combatidas adequadamente. Mais de 200 diferentes espécies murinas já foram arroladas como participantes efetivos na manutenção e transmissão do bacilo pestoso em todo o globo. Sem nos esquecermos da tularemia, da febre da mordida do rato e do tifo murino. Sem entrarmos na análise dos notórios problemas causados pelos roedores sinantrópicos na zona rural, é fácil perceber a importância negativa dos roedores sinantrópicos, o que justificaria plenamente seu combate. Assim penso eu.

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