sexta-feira, 5 de outubro de 2012

UMA MORTE E SETE CONTROLADORES DE PRAGAS PRESOS

Notícia veiculada em 13/09/2012 por um jornal da longínqua Bangladesh (e viva a Internet!) nos dá conta que sete controladores de pragas foram presos pela polícia da cidade de Sharjah, acusados de terem provocado a morte da menina Habiba de seis anos de idade e de nacionalidade egípcia; seu irmão, também menor de idade, foi igualmente intoxicado e ainda se encontra em estado crítico internado em uma UTI hospitalar. A morte foi provocada pela inalação do gás fosfeto de alumínio (também conhecido como fosfina) que foi empregado no apartamento vizinho para eliminar roedores e insetos quando seus ocupantes estavam viajando e deixaram o serviço encomendado. O gás teria entrado no apartamento vizinho, onde as crianças se encontravam, através do duto de ventilação do prédio. Dois operadores foram implicados diretamente no acidente e outros cinco foram igualmente detidos porque a empresa onde trabalhavam, não era legalizada. O Coronel Dr.Abdul Kadir Al Amiri, chefe do Laboratório da Polícia Forense local, disse que todos os testes laboratoriais e da necropsia foram conclusivos e provaram que a morte da menina se deveu à inalação de fosfeto de alumínio, um gás letal conhecido desde a segunda guerra mundial e que já foi utilizado em vários países com a finalidade de controlar pragas, até seu banimento progressivo devido ao risco que representa. A inalação desse gás provoca uma intoxicação aguda onde a morte geralmente ocorre por falência cardíaca (enfraquecimento rápido e progressivo do miocárdio). Com base no relatório médico exarado pelo hospital onde as crianças foram internadas, a polícia local imediatamente iniciou uma investigação buscando possíveis causas tóxicas e assim que adentrou ao apartamento da família egípcia, a equipe de investigadores notou um forte odor exalando do apartamento oposto ao das crianças, ocupado por uma família de asiáticos e que naquele momento encontrava-se de férias fora do país. Ao abrir e entrar nesse apartamento, a equipe encontrou 26 tabletes de fosfeto de alumínio em diferentes pontos evidenciando que a família havia encomendado o serviço durante sua ausência. A polícia investigou e rapidamente chegou a dois operadores responsáveis pela execução do serviço. Os dois foram detidos e verificou-se que a dita “empresa” não era legalizada. Na residência onde os operadores moravam, a polícia encontrou um verdadeiro laboratório onde produtos eram mesclados, latas de fosfeto de alumínio (igualmente proibido em Bangladesh) e grande quantidade de folhetos de propaganda dos serviços e que eles deixavam nas portas de residências. A polícia deteve ainda outras cinco pessoas que ali também moravam e que participavam da arapuca. Alarmada, a polícia através de agendas e anotações da quadrilha, entrou em contato com possíveis clientes alertando-os para o risco. Temos sempre alertado nossos leitores sobre os riscos envolvidos em nossa profissão, que é naturalmente de risco. Qualquer passo em falso ou descaso pode acarretar acidentes eventualmente irreversíveis. Usar gás dentro de residência... tenha dó!

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