quarta-feira, 7 de abril de 2010

FORMIGAS DOCEIRAS: ONDE NÃO TEM?

Lá vão elas! Em fila quase indiana para cá e para lá. São incansáveis, são trabalhadoras, são rápidas e estão em quase todas as residências, casas comerciais, indústrias, estabelecimentos alimentícios, hospitais e outros estabelecimentos de saúde, até em escritórios. Quando se encontram na trilha, se tocam rapidamente e “conversam”, na linguagem das formigas, obviamente (toques de antenas com diferentes intensidades, feromônios, odores). São numerosas e seus formigueiros quase sempre são muito simples, destituídos de estruturas complexas como os das formigas de jardim ou do campo. Saem detrás de batentes de portas e janelas, das placas de interruptores nas paredes, de rejuntes de azulejos quebrados, de rachaduras e gretas nas paredes, do interior de eletrodomésticos, de pequenos vãos, etc. À noite, saem aos montões e de dia, também saem, mas em menor número. Quando encontram um alimento, por mínimo que seja, se juntam para forragear ali mesmo ou para transportar pedaços ao formigueiro. Sua estrutura social é também simples quando comparada às espécies externas: uma rainha fértil (pode haver mais de uma) e operárias inférteis que realizam todas as tarefas necessárias à manutenção do formigueiro; machos só parecem nas épocas das revoadas nupciais quando os futuros reis e rainhas ganham asas. Uma característica interessante nas revoadas: as asas se desprendem alguns minutos depois que esses machos e fêmeas alados tocam o solo.
Existem numerosas espécies de formigas urbanas, mas há um pequeno grupo de cerca de seis ou sete espécies, chamadas no seu conjunto de formigas doceiras, que insistem em fazer em nossas casas seu habitat. As mais comuns são: a formiga fantasma (Tapinoma melanocephalum) que ganhou esse nome porque a cabeça e tórax são escuros, mas o abdome e pernas são bem claras, quase brancas; a formiga carpinteira (Camponotus spp) que são um pouco maiores que a fantasma e que usam falhas nas estruturas de madeira para abrigar seus formigueiros (atenção: não se alimentam de celulose); a formiga louca (Paratrechina longicornis) que anda em círculos em seu deslocamento, daí advindo seu nome; a formiga faraó (Monomorium faraonis) que é agressiva e domina as outras espécies onde chega; a formiga lavapés (Solenopsis spp) que prefere construir seus formigueiros no exterior da residência, fazendo monturos de terra bem aparentes; a formiga acrobática (Crematogaster spp) que pode ser reconhecidas pelo tórax (gaster) em forma de coração quando visto de cima; a formiga pixixica (Wasmannia auropunctata), fácil de ser encontrada nas roupas de cama e que ferroa de forma muito dolorosa; a formiga cabeçuda (Pheidole spp) assim chamada por motivos óbvios; a formiga argentina (Leniphitema humile) que não tem nada de humilde, aliás... Há ainda outras espécies doceiras que variam de região para região. Atrás desse inocente nome de "doceiras" reside uma grande perigo, pois as formigas caseiras podem levar em suas patas uma série de bactérias, algumas patogênicas (causadoras de doenças), um enorme risco, por exemplo, em hospitais e assemelhados.
Não são todos e nem qualquer inseticida que conseguem de fato controlar infestações dessas formigas. Algumas espécies, sentindo a presença de um inseticida aplicado em seu território, simplesmente se recolhem a seus formigueiros e ali ficam até que o efeito do produto passe ou o inseticida seja removido. Quer uma sugestão? Use um bom inseticida microencapsulado (elas não percebem!), mas que seja de boa qualidade e não deixe odor onde aplicado, se não...

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