sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

SOBRE OS INSETICIDAS – PARTE II

Seguindo o que estávamos comentando na primeira parte deste tema, vamos falar um pouco sobre o grupo dos inseticidas orgânicos.
Inseticidas Sintéticos Orgânicos: é o maior grupo de inseticidas usado por controladores de pragas profissionais em nossos dias. Compreende: os organoclorados, os organofosforados, os carbamatos, os piretróides, os IDIs (Inibidores do Desenvolvimento dos Insetos), a sulfonamida fluoralifática, a amidinohidrazona, os fenilpirazóis e as vermectinas. Um pouquinho sobre cada classe.
Os organoclorados:- na molécula de todos eles há carbono, cloro e hidrogênio e foi o primeiro grupo dos inseticidas orgânicos sintéticos, ou seja, produzidos artificialmente pela indústria, marcando o ponto de virada na nossa eterna luta para controlar pragas (urbanas e agrícolas). Vejam a matéria que publicamos sobre o DDT aqui neste blog. Em boa parte dos países, a maioria desses compostos já está proibida, especialmente em zona urbana, como o próprio DDT, o aldrin, o BHC, o dieldrin, o lindane, o clordane e o heptaclor).
Os organofosforados:- na molécula há átomos de carbono, de hidrogênio e de fósforo. Comparados aos clorados, os fosforados são menos estáveis, mais voláteis e de ação mais rápida; outra característica: têm odor mais desagradável (problema resolvido nas formulações microencapsuladas). Atuam nos insetos inibindo a colinesterase, uma enzima responsável pela transmissão do estímulo nervoso nas conexões das células nervosas. Intoxicações acidentais podem ser tratadas com sucesso através de antídotos como o sulfato de atropina. Alguns organofosforados estão sendo alvo de preocupações ambientalistas e estão sendo banidos em muitos países do uso urbano ou em recintos fechados, como é o caso do diazinon e do malation. O clorpirifós foi muito utilizado por apresentar ótimos resultados em um amplo espectro de pragas. Atua por contato, ingestão e ação de vapor, com moderado efeito residual. A Dow Química introduziu vários produtos da linha Dursban no Brasil, à base de clorpirifós. Atualmente o clorpirifós tem seu uso restrito a áreas abertas. O diazinon, outro organofosforado muito empregado anteriormente e com muito sucesso, hoje também está sofrendo restrições e caminha para a proibição de uso, assim como o propetanfós. Dos organofosforados, o que tem vida comercial bem longa é o diclorvós (DDVP) porque sua meia vida é muito curta e se degrada no ambiente após ser aplicado, em não mais de 72 horas.
Os carbamatos:- a extinta Ciba-Geigy foi a empresa que no final dos anos 50 sintetizou os primeiros carbamatos que eram igualmente inibidores da colinesterase nos insetos, mas tinham caráter de reversão em caso de intoxicação acidental. O melhor exemplo desse grupo foi o carbaril, hoje em desuso, seguido do bendiocarb. Ainda em uso está o metomil desde 1966, ainda muito empregado contra moscas em diferentes formulações. O propoxur tem características interessantes, especialmente empregado na forma de aerossóis em produtos de uso doméstico.
Os piretróides:- sintetizados a partir dos piretros (hoje com poucas semelhanças), o primeiro deles foi a aletrina e o grupo tem algumas características interessantes que o tornou muito empregado nos tratamentos profissionais contra pragas em ambiente urbano, embora apresentem certos problemas: têm ação rápida e efeito desalojante, são tóxicos para insetos mesmo em pequenas concentrações de uso, têm baixa toxicidade para mamíferos, têm odor relativamente baixo, são relativamente fotoestáveis e pouco voláteis (exceto os primeiros que surgiram) o que lhe concede uma meia vida relativamente longa em torno de algumas semanas, têm baixa solubilidade em água, podem causar irritações cutâneas nos operadores que trabalham desprotegidos, são tóxicos para peixes e podem causar repelência em certos insetos sob determinadas condições de emprego. Depois da aletrina (primeira geração de piretróides) veio a segunda geração (tetrametrina, resmetrina e bioaletrina). Seguiu-se a terceira geração (fenvalerato e permetrina) e a quarta (beta-ciflutrina, bifentrina, ciflutrina, cipermetrina, deltametrina, esfenvalerato, lambdacialotrina, para citar os i.a. já comercializados no Brasil). A cada nova geração, o perfil do grupo foi sendo aperfeiçoado em determinadas características. Os piretróides estimulam o sistema nervoso dos insetos que passa a produzir repetidas descargas elétricas nas células nervosas, provocando paralisia e morte (ação sobre os canalículos de sódio da bainha das células nervosas)
Os IGRs (Insect Growth Regulators ou Reguladores do Crescimento dos Insetos): vamos parar por aqui e retomamos no próximo post, OK?

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