Não há criação de animais de produção em confinamento que esteja livre de moscas. Claro! Nas granjas (de aves, de suínos, de gado de leite, de coelhos, etc), as moscas encontram todas as condições que facilitam sua livre proliferação. A predominância da mosca comum (Musca domestica) é grande, mas não raro, encontramos altas infestações de outras espécies de moscas nas mesmas granjas já infestadas pela mosca doméstica, das quais ressalto a mosca dos estábulos (Stomoxys calcitrans). Mas, nesse exíguo espaço, vamos focar o problema da mosca comum e os princípios de seu controle de forma racional. Antes de qualquer coisa vamos lembrar que a Musca domestica (e todas as demais espécies de moscas) tem seu ciclo de vida baseado no que chamamos de “metamorfose completa”, ou seja, seu desenvolvimento se dá em quatro estadios: ovo - larva – pupa – adulto, cada fase com alguns dias de duração; nos meses quentes e chuvosos, o ciclo se completa em pouco mais de uma semana. Cada fêmea pode produzir cerca de 600 a 700 descendentes no curto espaço de pouco mais de 30 dias, que é seu período de vida, sendo essa a principal razão de gerar infestações altíssimas que vão acabar interferindo até na produção dos animais confinados naquela granja. Depois de tentar combater as moscas nas propriedades rurais durante muitas décadas, o conhecimento sobre o assunto evoluiu muito e hoje já conhecemos muito bem os princípios sobre os quais repousa um eficiente e eficaz programa de controle das moscas nas instalações de produção animal. São eles: uma abordagem integrada voltada não só sobre o inseto propriamente dito, mas também (e principalmente) contemplando o ambiente da granja e a preocupação permanente para evitarmos o surgimento de linhagens de moscas resistentes, fenômeno bem mais comum do que se pensa. Bem resumidamente, podemos dividir a abordagem de controle das moscas domésticas nas granjas em:
• métodos físicos (os princípios físicos compreendem o uso de armadilhas e dispositivos de atração, captura e eliminação de moscas como artefatos colantes, armadilhas elétricas e outros mais)
• métodos culturais (monitoramento dos níveis de infestação por estágios a fim de determinar o momento correto para empreender ou acelerar programas de controle; uso de barreiras físicas para evitar o acesso das moscas; o manejo adequado e correto das fezes dos animais confinados; estender o combate a todas as instalações da granja)
• métodos biológicos (permitir, incentivar e proteger a presença de inimigos naturais das moscas principalmente no esterco onde as larvas se desenvolvem)
• métodos químicos (uso de biocidas, os mais específicos possíveis, aplicados sobre as diferentes fases do ciclo da mosca).
O tema é enorme e qualquer dia desses a gente analisa cada aspecto de maneira um pouco mais profunda. Prometo!
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
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