quinta-feira, 17 de junho de 2010

ARANHAS – PARTE II


Na primeira parte deste post falamos um pouco sobre as aranhas e as espécies brasileira mais perigosas. Vamos comentar agora sobre controle, que é que todos querem saber. Tenho boas e más notícias, mais más que boas! A má: controlar aranhas é bem complicado. A boa: mas dá para controlar!
Por que controlo baratas e outros insetos rasteiros com facilidade e não consigo bons resultados com as aranhas? Uma pergunta simples de resposta complexa. Em primeiro lugar, porque a maioria dos insetos rasteiros, quando parados, encosta boa parte de seu corpo sobre a superfície onde se encontra e, se essa superfície tiver sido tratada, o inseto vai ser afetado. Com as aranhas, isso não acontece. As aranhas não encostam o abdome no chão, nem as pesadas tarântulas. Elas se apóiam em suas pernas que terminam em ponteagudos tarsos, como se fossem pontas de alfinete. Quer dizer, a área que toca a superfície tratada é mínima e assim, a aranha não será afetada pelos produtos aplicados. Não é que as aranhas seja imunes ou resistentes aos biocidas empregados; o problema é que esses biocidas não são colhidos pelo corpo das aranhas em quantidade suficiente para afetá-las. Cappice? Se o operador pulverizar um biocida diretamente sobre uma aranha, provavelmente vai eliminá-la.
Vamos examinar outro ângulo da questão: o que come uma aranha? Inseto vivo. Ora, se conseguirmos eliminar a maioria dos insetos infestantes de uma certa área problema, já vamos interferir severamente na vida das aranhas ali existentes, tirando-lhes o alimento preferencial. Muito possivelmente, muitas delas vão buscar outros ambientes mais favoráveis.
Sim, mas a maior parte das aranhas caseiras se alimentam de insetos voadores capturados em suas teias! Correto, mas as aranhas que tecem teias de espera, permanecem nessas teias aguardando suas presas e se assim é, conseguiremos eliminá-las pulverizando diretamente a teia (e a aranha) com algum biocida!
E as aranhas de jardim (entre elas algumas bem perigosas) que se alojam em pequenos buracos na terra protegidos pela vegetação? Tratemos o jardim, pois! Podemos aplicar algum produto de formulação WP ou PM (pó molhável) apropriado para áreas abertas e que não seja fitotóxico (não afete plantas). Devemos pulverizar a calda (veja rótulo) tratando uniformemente toda a vegetação rasteira do jardim e aguardar alguns dias. As aranhas que ali vivem sairão de suas tocas para caçar durante a noite e vão tocar com seus corpos a vegetação assim tratada. O resultado acaba sendo sua eliminação pelo efeito do biocida empregado.
Outra coisa: aquelas minúsculas aranhas freqüentemente encontradas no interior das residências, geralmente escondidas atrás de móveis ou armários, conhecidas como “papa-moscas”, não têm nenhum risco significativo. Desaparecem quando a casa é desinfestada. E aquelas de corpo bem pequeno e pernas longuíssimas que fazem suas teias nos cantos e quinas junto ao teto, tampouco representam problema. Assustam, amedrontam um ou outro, mas são pacíficas e não atacam nem pessoas e nem animais (exceto suas presas representadas por moscas, pernilongos, mariposas e outros alados).
Os biocidas microencapsulados que produzem resultados tão bons no combate a escorpiões, pelos motivos expostos acima, não são tão efetivos contra aranhas.
Aí está uma panorâmica rápida e resumida do assunto aranhas. Espero ter ajudado de alguma forma.

Um comentário:

  1. Prazer em ver a sua volta fazendo o que vc sabe fazer. Duas perguntas básicas. Qual WP é o "apropriado para áreas externas"? E neste aguardar alguns dias os microencapsulados não seriam mais efetivos quanto a sua permanência no meio? Bem aprendemos teóricamente e na prática o conceito de barreira perimetral externa, com ótimos resultados, desde os tempos do Diazinon CS, bons tempos. Abs de um grande admirador. Segue meu e-mail: haykal@uol.com.br
    Sayegh. haykal@uol.com.br

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