segunda-feira, 7 de junho de 2010

NOME CIENTÍFICO: O QUE É ISSO?

Todos os seres vivos (animais ou plantas) têm dois tipos de nome: um, é o nome comum, popular, que todos conhecem, podendo variar de região para região dentro de um mesmo país. O outro, é o nome científico que nem todos sabem (pessoas comuns e até mesmo profissionais controladores de pragas) que é criado por estudiosos especializados que usam os conhecimentos da chamada Classificação Sistemática. Os nomes comuns são aqueles que escutamos e falamos corriqueiramente como barata, rato, escorpião, muriçoca, etc. Complica um pouco quando o mesmo animal (ou planta) é conhecido por mais de um nome comum; por exemplo: a ratazana que também é conhecida como rato de esgoto, rato pardo, rato cinzento, gabiru ou guabiru. Quem sabe dizer que animal é o “rato de botica”? Essa pergunta não vale para os maranhenses porque é de lá que vem esse curioso nome para o solerte camundongo, ou catita para os nordestinos. Pois é exatamente para evitar essa confusão é que existe o nome científico que tem caráter universal, sem regionalismos ou pátrias. Esse nome deve necessariamente ser do conhecimento dos profissionais controladores de pragas.
O nome científico é um nome composto por duas palavras (excepcionalmente três) e é sempre escrito em latim, pois assim determina a convenção internacional, ex: Rattus rattus. Deve ser escrito sempre sublinhado, mas modernamente se aceita que seja escrito em letras itálicas. A primeira inicial é grafada em letra maiúscula e a segunda inicial em letra minúscula. Você pode pensar no nome científico como se fosse o nome e o sobrenome do animal (ou planta). O primeiro nome é o gênero ao qual o individuo pertence, ou seja um grande grupo de seres meio aparentados que tenham muitos traços em comum, mas sejam diferentes entre si. Por exemplo, o gênero Rattus. O segundo nome é o da espécie, o qual define exatamente o indivíduo, não permitindo confusões. Ex: Blatella germanica. Às vezes pode surgir um terceiro nome que definiria a variedade, mas há hoje uma forte tendência entre os estudiosos de eliminar esse terceiro nome, considerando que se trata apenas de linhagens do mesmo animal. Por exemplo, o rato preto era chamado de Rattus rattus alexandrinus, mas passou apenas a Rattus rattus por que o alexandrinus (aliás, caracterizado por uma pelagem bi ou tricolor), foi considerado não mais uma subespécie, e sim apenas uma variedade do mesmo animal, considerando que as diferentes chamadas subespécies são análogas e geneticamente compatíveis. A bactéria causadora da peste bubônica, já foi nomeada e renomeada sucessivas vezes; até alguns anos atrás recebia o nome científico de Yersinia pseudotuberculosis variedade pestis. No entanto, seu nome atual ficou apenas Yersinia pestis.
Pode surgir em alguns escritos, um terceiro nome grafado entre parênteses, logo depois do nome científico. Ex: Rattus rattus (Lineu). Não se complique, isso é apenas o nome do pesquisador que, pela primeira vez, descreveu cientificamente o animal (ou planta); no caso exemplificado, foi o célebre Linneus que registrou a primeira descrição científica do nosso conhecido rato de telhado. Por falar nisso, um dia desses escrevo alguma coisa sobre esse tal de Lineu, só para vocês verem o trabalho desse pesquisador. Fantástico!
Pronto, agora vocês já sabem o que é e para que serve o tal nome científico dos animais (se é que ainda não sabiam, lógico!). Por exemplo, se um colega japonês se referir ao “yanenezumi” você pode não saber que ele esteja falando da nossa popular ratazana, mas se ele falar em Rattus norvegicus (não sei bem como soaria falado por um oriental), certamente você pelo menos entenderá o assunto! O nome científico tem lugar e hora para ser utilizado; não vá sair por aí dizendo para dona da casa que ela está infestada por Blatella germanica na cozinha e Periplaneta americana nos ralos e esgotos. A pobre senhora pode achar que está sendo invadida por E.Ts e não pelas conhecidas baratas alemanzinhas e americanas!

3 comentários:

  1. Dá sim, amiga Roberta. É só vc reler o post e ir suprimindo o que não lhe interessa. Caso vc ainda seja uma estudante fazendo um trabalho escolar, aviso que trabalho escolar dá muita mão de obra (sempre) e pouca nota. E sorte sua que hoje existe Internet!

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