segunda-feira, 14 de março de 2011

SOBRE OS GÔNGOLOS OU GONGOLOS OU GONGOLÔS OU PIOLHOS DE COBRA OU VACAS PRETAS OU EMBUÁS OU MARIAS-CAFÉ OU BICHOS DE VACA OU CONGOLOTES


Eta bicho danado para ter nomes regionais, aqui e em Portugal! Vai ver que recebe outros nomes por aí que nem desconfiamos. Aqui no Brasil, suponho que o nome mais usado seja mesmo piolho de cobra, que não deixa de ser singular porque cobra não tem piolho. Quer dizer, não que eu saiba.
Até certo tempo atrás, esse artrópode de jardim era classificado na Sistemática na classe dos Miriápodes, junto com a centopéia, por exemplo. Mas, os especialistas mudam essas classificações a toda hora. Revisam, acham que não está correto e mudam simplesmente em seus congressos e seminários meio herméticos para quem é de fora, defendendo valentemente as reclassificações. Se aprovado, oficializam e então temos que seguir as novas nomenclaturas, como se fosse fácil para nós, míseros mortais, memorizar os novos nomes científicos e suas classificações mutantes. Por exemplo: recentemente mudaram a classificação sistemática do velho cupim de alvenaria, de Coptotermes havilandi para Coptotermes gestroi (publiquei um post lá atrás sobre isso). Então, agora há duas novas classes: os Quilópodes (têm forcípulas para injetar a peçonha que produzem, são caçadores e carnívoros, corpos achatados, antenas longas ou sem antenas e um par de patas por segmento do corpo; ex: centopéias e lacraias) e os Diplópodes ou Milípedes (corpo cilíndrico, herbívoros ou detritívoros – comem detritos animais ou vegetais; dois pares de patas por segmento do corpo, antenas curtas, ex: gongolos).
Nossos amigos piolhos de cobra são inofensivos, tímidos e ficam escondidinhos nos jardins, principalmente nos gramados, sob folhas, pedras e troncos. Podem, no máximo, desavisadamente invadir áreas da casa e causar certa crise histérica em algumas donas de casa menos informadas. Seu aspecto, um corpo alongado e um “quaquilhão” de patinhas se movimentando com certa rapidez de forma incrivelmente coordenada (na verdade, de 80 a 800 patas conforme a espécie), pode assustar nossas clientes e frequentemente são erroneamente referidos como centopeias. Segundo a espécie, o comprimento de seu corpo pode variar de alguns poucos centímetros até 20 ou 40cm. Tem uns bem grandinhos por aí! Algumas espécies quando ameaçadas ou quando esmagadas, exalam um forte odor acre (cianeto de hidrogênio).
Ficam, como disse, fazendo do jardim gramado, a sua casa. Só se expõem em áreas sombreadas e úmidas ou então quando desaparece o sol, pois seu corpo se desifrata rapidamente sob a incidência direta dos raios solares. Sendo ovíparos, as fêmeas colocam centenas de ovos que eclodem quase todos ao mesmo tempo, resultando nas tais invasões de gongolos tão temidas pelas donas de casa.
Como combatê-los dentro de casa? Combater dentro da casa? Que bobagem! Basta removê-los com pá e vassoura. Ali eles estão erraticamente. Não têm nada a fazer dentro de uma casa. Erraram o caminho, por certo; se perderam, talvez. A verdade verdadeira é que os gongolos não fazem mal nenhum e não deveriam ser eliminados, posto que até tëm um papel de certa utilidade ao se alimentarem de plantas e insetos mortos. Mas, “Vox populi, vox Dei” (a voz do povo é a voz de Deus) e lá vamos nós para atender os pressurosos chamados contra a invasão de piolhos de cobra. Coitados!
O combate deve ser feito no jardim, lá nos gramados. Resolveu o problema lá, a invasão cessa aqui. A escolha do ingrediente ativo é do profissional, mas recomendamos que seja empregada alguma formulação PM (Pó Molhável) ou WP (Wetable Powder), conforme o fabricante, por ser uma formulação bem mais resistente às condições deletérias aos inseticidas quando aplicados a céu aberto. Esses pós são aplicados na forma de calda por pulverização ou rega e, quando a água evaporar, o produto volta à forma de pó, ficando aderido às folhas, caules e raízes expostas da grama, afetando assim os gongolos por um bom período de tempo (vai depender das condições metereológicas como temperatura ambiente e regime de chuvas).
Não é difícil, certo?

3 comentários:

  1. Conheço os gôngalos com o nome de GONGO, espécie muito comun no interior da Bahia, com maior concentração em terras arenosas. Causa grandes prejuizos á lavoura na fase pré emergente, pois as sementes são atacadas sistemáticamente, cóva á cóva, prejudicando desde a germinação até o nascimento da planta. (milho, feijão, sorgo, gandu, etc)

    ResponderExcluir
  2. Prezada (ou Prezado) Reflexões (?)
    Meu post referia-se unicamente aos gôngolos como invasores ocasionais de residências e não gôngolos nas lavouras, razão pela qual nada falei sobre eventuais prejuízos econômicos. Mas, obrigado pelo toque.

    ResponderExcluir
  3. Que bom,consegui enfim concluir minha investigação sobre o tal piolho de cobra. Como não o conhecia, bateu o desespero. Fiz uma foto e parti em busca de informações sobre o mesmo. Eu tenho pavor de lagartas, então não há como não observar certa semelhança,a fobia pelas lagartas me levou a confundir Os "bichinhos", mas no geral, tenho pavor. Mas descobri a fonte, então assim ficou mais fácil evita-los, sem destruí-los.

    ResponderExcluir