domingo, 19 de setembro de 2010

DESCOBERTO RATO GIGANTE EM VULCÃO EXTINTO


Parece mentira, mas o vídeo aí está pra provar que é verdade. Lá nas profundezas da selva em um país-ilha chamado Papua-Nova Guiné no Oceano Pacífico, há um vulcão extinto denominado monte Bosavi, com elevação de 2.800m, em cuja cratera há vegetação, cavernas e buracos de vários tamanhos. Essa cratera tem aproximadamente 4 km de diâmetro e suas laterais são muito íngremes, tanto externa quanto internamente, razão pela qual poucos seres humanos se aventuraram a descer ato o fundo, mesmo entre os Kasua, uma tribo que habita a região. Essa topografia criou uma espécie de mundo à parte, pois raramente um animal exógeno ali se dispõe a penetrar e os que lá vivem (há milênios), dela não saem. Seria uma espécie de “ilhas Galápagos” de nosso tempo e os naturalistas do mundo inteiro estão ansiosos para explorar esse rincão perdido no tempo e no espaço. Aliás, as ilhas de Papua-Nova Guiné e Nova Guiné, que ficam próximas às Filipinas, são famosas pelo notório número de diferentes espécies de roedores que ali existem; mais de 57 espécies murídeas já foram encontradas e descritas cientificamente (a maioria dos gêneros Rattus e Mus).
Pois bem, tamanha diversidade tem atraído tanta atenção que, em 2009, a BBC – British Broadcast Corporation – famosa também por manter a Unidade de História Natural em Bristol/Inglaterra, um seleto corpo de cameramen apoiado por cientistas especializados que percorrem o mundo registrando a vida selvagem (seus documentários naturalistas televisivos são absolutamente imperdíveis), decidiu organizar uma expedição exploradora com o objetivo de penetrar na cratera do monte Bosavi, observar e filmar a fauna local. Essa expedição que durou três semanas foi composta por dois cameramen, dois sonoplastas, dois diretores, um médico especializado em atendimento em regiões remotas, um especialista em cordas e rappel e pessoal de suporte. Acompanhou também um seleto grupo de pesquisadores especialistas em morcegos, rãs, pássaros, peixes, mamíferos e insetos coordenados pelo Prof.George McGavin das Universidades Oxford e Derby (Inglaterra). Guiada por nativos kasua ao interior da cratera do monte Bosavi, a expedição teve gratas e grandes surpresas ao descobrir cerca de 40 novas espécies de animais e plantas ainda desconhecidas.
Dr.Kristopher Helgen, um biólogo mamalogista do Instituto Smithsonian Museu Nacional de História Natural de Washington D.C., acompanhou a expedição no grupo dos cientistas e ficou vivamente excitado quando uma câmera infravermelha noturna capturou as imagens de um enorme roedor, bastante semelhante a uma ratazana de esgoto, que passeou lentamente diante das lentes buscando alimento. Suspeitando de imediato que fosse uma nova espécie ainda não conhecida, Dr.Helgen armou algumas armadilhas tipo gaiola, dessas que o roedor tem que entrar para remover a isca e é capturado sem sofrer qualquer dano e na manhã seguinte... lá estava ele. Um exemplar graúdo de um rato macho bem criado! Tinha 82 cm de comprimento (do focinho à ponta da cauda) e pesava próximo a 1,5 kg. Seu pelame era lanoso (pelos marrom-prateados, longos e grossos que provavelmente o protegem do frio e umidade nesse ambiente), razão pela qual a equipe logo passou a chamá-lo de rato lanoso de Bosavi, enquanto Dr.Helgen tentava classificá-lo; ele chegou à conclusão preliminar que o gênero era Mallomys (um grupo bem próximo do nosso conhecido gênero Rattus) e temporariamente denominou a espécie como bosavi. Curiosamente, nosso novo conhecido Mallomys bosavii é uma espécie extremamente dócil e não demonstrou nenhum temor da espécie humana, muito possivelmente porque nunca havia travado contato com um ser humano ou raramente havia feito. É de espantar a capacidade de adaptação e de proliferação que os roedores demonstram em todo o planeta! Se o leitor tiver um tempinho disponível, veja o vídeo do rato gigante.

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