quarta-feira, 1 de setembro de 2010

A DIFERENÇA ENTRE CIÊNCIA E “ACHOLOGIA”


Com certa freqüência recebo perguntas de nossos leitores via Internet, e mesmo pessoalmente em palestras que, de alguma forma, têm a ver com mitos ou fatos, crenças e crendices ou verdades. Tento sempre explicar começando sobre a diferença entre o que é um conhecimento científico e uma suposição ou mito. Sobrou agora um pouco de tempo para comentar através do blog esse tema.
Ciência, em seu significado mais amplo, refere-se a qualquer conhecimento obtido por meios verificáveis, ou seja, que podem ser reproduzidos e que cheguem ao mesmo resultado. Em outras palavras, conhecimentos baseados em empiricismo (tentativa e erro), experimentação (fruto da pesquisa) ou naturalismo metodológico (estudo de causas naturais, simplificando). Por exemplo, um fato observado por pessoas comuns no comportamento de uma determinada espécie de roedor, depois de estudado cientificamente e comprovado, passa a fazer parte da ciência, do conhecimento científico; enquanto isso não acontecer, esse fato é apenas um conhecimento empírico, talvez um mito. Quer dizer, uma observação não confiável. As pessoas, e até certos técnicos menos preparados, confundem muito essas duas coisas e passam a repetir uma determinada crença como sendo uma verdade. Na boca de um leigo, é até aceitável, já que o leigo, como o próprio nome diz, não tem obrigação nenhuma de conhecer o fato cientificamente. Mas, na boca de um técnico, um mito repetido o condena no mínimo ao Purgatório (conforme o mito, direto para o Inferno! Sem apelação!).
Os cientistas sustentam que a investigação científica está baseada na chamada metodologia científica, um processo muito rigoroso para o correto desenvolvimento e avaliação de explicações naturais de certos fenômenos baseados em observações empíricas confiáveis, e não em argumentos retóricos populares ou mesmo de autoridades. Em outras palavras e simplificando: para se chegar a um fato científico, ainda que originado em observações empíricas, é preciso estudá-lo através de métodos científicos muito bem estabelecidos. Não é “à galega”, usando o jargão popular, que vamos chegar à verdade.
O resto... é puro “achismo”!

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