sexta-feira, 24 de setembro de 2010
SOBRE A APLICAÇÃO DE CALDAS INSETICIDAS
Respondendo questão colocada pelo leitor Luiz C.Monteiro aí na coluna de perguntas e respostas, vamos comentar um pouco sobre as técnicas de aplicação de caldas inseticidas através de equipamentos à pressão. Quando falamos de aplicação de inseticidas líquidos, estamos nos referindo a uma aplicação à pressão através de um equipamento apropriado. A menos que lembremos da aplicação através de um simples regador usando a velha lei da gravidade (combate a formigas no jardim). Mas, tirante essa citada forma de aplicação, podemos dividir as técnicas de aplicação em três modalidades. A primeira é a técnica de aplicação localizada onde fazemos uso de um pulverizador com bicos especiais em agulha. Nessa técnica, trabalhosa e morosa, mas altamente eficaz, procuramos injetar a calda inseticida diretamente no interior de fendas, rachaduras, vãos, gretas, orifícios e rejuntes danificados de azulejos ou outras forrações de parede, locais onde, certamente, as espertas baratas alemanzinhas (Blatella germanica) se escondem. A outra técnica possível é a da aplicação de superfície, aplicada pelo mesmo pulverizador, mas com bicos em leque ou em cone. Este último produz uma espécie de garoa em forma de cone que é interessante para cobrir qualquer tipo de superfície, mesmo as angulosas. Muito prático e de alto rendimento! Já o bico em leque, como o nome já diz, produz um jato aberto (em leque), ideal para tratamentos superficiais de áreas mais amplas onde seja necessário cobri-las completamente como paredes e pisos. Falando em pulverizadores manuais, vamos lembrar que existem basicamente dois tipos de equipamentos: os de pressão no êmbolo e os de pressão no tanque. Os primeiros, geralmente são do tipo mochila (são portados nas costas do operador) e a alavanca de pressão é constantemente manejada por um dos braços enquanto a outra mão segura e dirige o revolver aplicador com uma vara dotada do bico pulverizador escolhido. Muito usado na agricultura por ser baixo custo e simples manutenção, esse equipamento de plástico rígido não é muito adequado para operações urbanas de controle de pragas, principalmente porque como o êmbolo (dentro do qual a pressão é produzida pelo movimento da alavanca) tem pouca capacidade e a pressão no bico logo cai, necessitando que a alavanca seja permanentemente acionada (haja braço!). Além disso, um operador iniciante não tem muita noção que seu tamanho dobra com o equipamento nas costas e pode provocar muitos acidentes durante o trabalho, verdadeiros elefantes em loja de cristais! O equipamento mais indicado é o pulverizador manual à pressão no tanque, podendo ser de plástico rígido ou, mais adequadamente, de aço. Nele, antes de iniciar a aplicação, o operador dá várias bombadas na alavanca, produzindo e elevando a pressão interna do equipamento. Ao premer o gatilho, a pressão no bico (acima de 60 libras) é liberada de forma constante, caindo aos poucos, o que garante a aplicação praticamente sempre do mesmo volume de calda a cada ponto.
A outra técnica é a aplicação espacial através de equipamentos apropriados como atomizadores, termonebulizadores (foggers) e UBV (Ultra-Baixo-Volume) que podem ser elétricos ou a motor de combustão. O emprego dessa técnica espacial baseia-se no aproveitamento das correntes de ar naturais do ambiente para que a microgotículas produzidas pelo equipamento atinjam todos os pontos, superfícies e reentrâncias ali existentes. Portanto, ao usarmos essa técnica, estaremos saturando o ar do ambiente com microgotas (abaixo de 5 milimicra) com todas as vantagens e desvantagens do método. Vantagens: aplicação fácil e rápida, excelente cobertura, penetração razoável. Ex. de usos: a céu aberto, em interiores de grandes dimensões como armazéns vazios, digo, sem alimentos estocados. Desvantagens: total impossibilidade de controlarmos onde a calda inseticida vai atingir. Dessa forma, todas as superfícies daquele ambiente vão receber um filme de calda inseticida e isso, obviamente, exclui os locais de armazenagem de alimentos devido ao óbvio risco de contaminação.
É isso. Claro, apenas um sumário, OK?
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